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O ciúme, o rio, a música, a ponte e a promessa

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O ciúme

   

Sobre a música
Processo criativo que surgiu às margens do Rio São Francisco na divisa de Petrolina/Pe com Juazeiro/Ba, em uma tarde de um lindo pôr de sol (quem conhece sabe que não estou exagerando), quando o compositor que estava voltando de carro para Salvador, parou para descansar em um restaurante que fica às margens do Velho Chico.

Em cima da mesa onde se sentou, tinha um jornal velho com uma manchete que lhe chamou atenção: "Mulher morre esfaqueada na garganta, por ciúme, pelo marido". Mais uma vítima da violência doméstica e das relações de dominação.

Naquele momento o inspirado compositor meio revoltado, meio comovido, criou a música em homenagem àquela jovem que sequer conhecia.

Sobre o autor
Composição de Caetano Veloso, esta belíssima música foi gravada pela Gal Costa, Emílio Santiago  e o próprio Caetano. Eu prefiro a gravação na bela voz da Gal, que você encontra no CD Mina D'água do Meu Canto.

Eu e a música
Depois de conhecer a história, prometi a mim mesma que da próxima vez que fosse de carro para o nordeste, pararia em cima da ponte que liga as duas cidades, ouviria a música com as portas do carro bem abertas e lançaria uma rosa branca no Velho Chico, em homenagem à aquela jovem, que também não conheci. 

Cumpri a minha promessa em janeiro de 1995.

14 comentários:

Oi,
Beth,
amiga, adorei o post e a comovente história que inspirou a música. Conheço essa música desde a adolescência costumava tocá-la no violão nas reuniões c/ amigos mas, não conhecia a história...Imagino a sua emoção ao cumprir a promessa...Parabéns e muito, muito obrigada por dividir essa história...amei!!!
Bjos no seu coração, bom final de semana e fica com Deus

Confesso não lembrar muito bem dessa música mas sendo composta por Caetano, só pode ser ótima.
Um ótimo domingo pra ti Beth e desculpa a demora em responder.
bjo

Ontem em um sarau na Ilha do meio, esta que fica no meio da ponte que liga as duas cidades, alguém recitou O Ciúme. Vim relembrar a letra e encontrei o seu blog, eu não conhecia a história da letra. O ciúme sempre triste.

Olá Beth! Linda postagem, bela inspiração, tudo lindo, inclusive o ato. Grande abraço.

Sempre ouvi dizer que a música versa sobre a rivalidade histórica que há entre as duas cidades separadas pelo Rio São Francisco.

Oi Ademar,
A história me foi contada pelos nativos do bar onde parei para me refrescar do calor e apreciar o Velho Chico. Tempos depois, foi confirmada por Caetano em uma entrevista que deu em um programa que não me recordo o nome.
Obrigada pela visita e o comentário.
Um abraço.
Tudo de bom.

Tambem gravada pelo Pena Branca e Xavantinho.

Beth,
Li em outro blog sobre a rivalidade entre as duas cidades Juazeiro e Pedrolina. Essa história de que Caetano passando por lá, ao ler uma notícia sobre um crime passional escreveu a letra dessa canção é verdadeira?
De qualquer forma, a letra se encaixa perfeitamente nas duas situações: o ciúme cego e doentio de um homem por uma mulher e o ciúme entre duas cidades à margem do mesmo rio. Senti também uma ponta de ciúme do autor que indaga ao Velho Chico sobre as coisas que ele sabe e não lhe diz: "Velho Chico vens de Minas. De onde o oculto do mistério se escondeu. Sei que o levas todo em ti, não me ensinas. E eu sou só eu, só eu só, eu". Remeto-me a mim e sinto outra ponta de ciúme que me dá ao ver tanta poesia e tanta cultura no Nordeste Brasileiro e tão pouca poesia na aridez dos ares de Sampa... Parafraseando o saudoso compositor Mineiro Vander Lee Sabe o que eu mais quero agora, meu amor?
Morar no interior do meu interior
Pra entender porque se agridem
Se empurram pro abismo
Se debatem, se combatem sem saber...
Navegar é preciso e viver é preciso também... Quando foi que morreu a poesia, por aqui? "A gente vai contra a corrente a té não poder resistir. Na volta do barco é que sente o quanto deixou de cumprir. Faz tempo que a gente cultiva a mais linda roseira que há, mas eis que chega a Roda viva e carrega a roseira pra lá. Roda mundo, roda gigante, roda moinho, roda pião. O tempo rodou num instante. Nas voltas do meu coração".

Edson Toledo vc simplesmente arrasou! Amoooo esse mundo da poesia!

Essa versão do crime não conhecia ,mas acredito ,Caetano e Gil são os maiores gênios da mpb ,além de outros como Milton e Beto Guedes , mas os baianos são monstros,queria viver perto deste rio ,mas estou condenado pela saúde a ficar na selva de pedra e dor ,minha querida São Paulo ,locomotiva a rumo..


pode ser isso ,um crime ,Cetano gênio ,e eu não consegui ver este rio ,fadado a São Paulo e na pandemia ,esperar a saúde e os dias permitirem talvez

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