Segue o seco

O sul se acaba em baixo d’água
No nordeste, segue o seco... 

A boiada seca
Na enxurrada seca
A trovoada seca
Na enxada seca
Segue o seco sem secarque o caminho é seco
sem sacar que o espinho é seco
sem sacar que seco é o Ser Sol
Sem sacar que algum espinho seco secará
E a água que sacar será um tiro seco
E secará o seu destino seca
Ô chuva vem me dizer
Se posso ir lá em cima prá derramar você
Ó chuva preste atenção
Se o povo lá de cima vive na solidão
Se acabar não acostumando
Se acabar parado calado
Se acabar baixinho chorando
Se acabar meio abandonado
Pode ser lágrimas de São Pedro
Ou talvez um grande amor chorando
Pode ser o desabotado do céu
Pode ser coco derramado 
Parece que finalmente esta realidade começa a mudar.

Serão construídas no semiárido nordestino 31.860 cisternas para atenuar a escassez de recursos hídricos na região. Serão repassados R$ 60 milhões para  a construí-las em residências e escolas públicas rurais.
Saber popular e tecnologia
Do total de cisternas, 110 serão construídas nas escolas. Os reservatórios residenciais têm capacidade para 16 mil litros. As cisternas foram concebidas a partir do saber popular, aperfeiçoada pela tecnologia, e construídas com placas de cimento para a captação de água da chuva,e representa solução de acesso a recursos hídricos para a população rural dispersa do semiárido brasileiro.
Os beneficiários
São famílias de baixa renda que moram na área rural de municípios daquela região e que não dispõem de fonte de água ou meio de armazená-la adequadamente para o suprimento das necessidades básicas.
Os números
De 2003 a janeiro de 2010, o Ministério do Desenvolvimento Social – MDS, apoiou a construção de 338 mil cisternas, que beneficiando 1,3 milhão de pessoas na região do semiárido brasileiro.

No momento em que estamos lutando pela preservação do Planeta, e recentemente comemoramos o Dia Mundial da Água, nada melhor que dividirmos este bem tão precioso com quem tem sede.

(Música: Marisa Monte e Carlinhos Brown)