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Parabéns a São Paulo, e à dosimetria final

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Enquanto o STF aplica a dosimetria final da Ação Penal 470, São Paulo aplica a dosimetria do voto no regime democrático, e resgata a maior cidade América do Sul para o lugar de onde nunca, jamais, deveria ter saído.

Os Tucanos
Nasceram de forma “promissora” na política brasileira, com um potencial forte, e tiveram sucesso por via que não se esperavam, decaíram com grande rapidez e agora chegam a seu final.

A história para quem insiste em “não ter memória”...
Os tucanos nasceram de setores descontentes do PMDB - basicamente de São Paulo, com o domínio de Orestes Quercia sobre a secção paulista do partido. Tentaram a eleição de Antonio Ermirio de Morais, em 1986, pelo PTB, mas Quércia os derrotou.

Ao se articularam para sair do PMDB, formaram um novo partido que, apesar de contar com um democrata–cristão histórico, Franco Montoro, optaram pela sigla da social democracia e escolheram como símbolo um tucano, para tentar dar-lhe um caráter brasileiro.

O agrupamento sempre foi centralmente paulista, mas incorporou alguns dirigentes nacionais vinculados a esse grupo, como Tasso Jereisatti, Alvaro Dias, Artur Virgilio, entre outros. O núcleo central nunca deixou de ser paulista.

Com a canditadura Covas à presidência fez a sua primeira aparição pública nacional, escondido atrás do perfil de candidatos como Collor, Lula, Brizola e Uysses Guimaraes, À época, Covas tentou encontrar seu nicho com um lema que já apontava para o que terminariam sendo os tucanos – Um choque de capitalismo.

O Choque era neoliberal
No segundo capítulo da sua ideologia surgiu a partir do namoro com o governo Collor, e foi concretizado com a entrada de alguns tucanos no governo - Celso Lafer, Sergio Rouanet. O veto de Mario Covas impediu que os tucanos fizessem o segundo movimento, o do ingresso formal no governo Collor.

Mas o modelo que definitivamente seguiriam veio da Europa, basicamente da conversão ideológica e política dos “socialistas franceses” do governo de Mitterrand e do governo de Felipe Gonzalez na Espanha. A social democracia, como corrente, optava por uma adesão à corrente neoliberal, lançada pela direita tradicional, à que FHC aderiria, inicialmente pela via europeia, e depois na América Latina.

Era FHC
O programa era apenas uma pobre adaptação do mesmo programa que o FMI mandou para todos os países da periferia, em particular para a América Latina. Ao adotá-lo, o FHC/PSDB reciclava definitivamente seu partido para ocupar o lugar de centro do bloco de direita no Brasil, quando os partidos de origem na ditadura – PFL, PP – já haviam se esgotado. 

Inicialmente o governo teve um sucesso “espetacular”, tanto quanto os governos neoliberais em toda a América Latina. Em seu primeiro mandato: privatizações, corte de recursos públicos, abertura acelerada do mercado interno, flexibilização laboral, desregulamentações. Contava com 3/5 do Congresso e com o apoio em coro da mídia. Como outros governos também, mudou a Constituição para ter um segundo mandato.

Desta forma, FHC conseguiu ser reeleger - já com dificuldades, porque seu governo havia projetado a economia numa profunda e prolongada recessão. Negociou de novo com o FMI, foi se desgastando cada vez mais conforme a estabilidade monetária que não levou à retomada do crescimento econômico, nem à melhoria da situação da massa da população e acabou enxotado, com apoio mínimo e com seu candidato derrotado.

Derrotado três vezes sucessivamente para a presidência e perdendo cada vez mais espaços nos estados, o PSDB chegou as eleição 2012 jogando tudo nas eleições à prefeitura de São Paulo.

Cartada final
Os tucanos chegaram ao segundo turno das eleições jogando tudo que acharam que poderiam jogar, Não faltando ai, as seções de baixarias. E com sérios riscos de derrota e desaparição política. 

Assim, vai terminando, a geração que deu à luz aos tucanos, como partido, que protagonizou o seu auge no governo FHC – e que, pela forma como assumiu, teve sucesso efêmero e o condenou – pelo seu fracasso e a imagem desgastada à desaparição política.

E ao final, nas eleições de 2012, a dosimetria foi aplicada na dose que a cidade precisava.

2 comentários:

Oi Beth, sou paulistana, já votei muito no PT e me arrependo profundamente...esse Hadad, se uniu ao Maluf (que é peixe pequeno perto do que os petistas fizeram). não me conformo que no final venceu a corrupção, minha cidade, onde nasci e sempre vivi merece prefeito melhor....agora sim, o povo paulistano vai ver o suor de seu trabalho virar mensalão....absurdo!
abçs

Oi Ana,
Sinto muito, mas, venceu a vontade da maioria da população, que deseja que São Paulo deixe de ser umas cidades tristes, cinzentas, cruéis, de exclusão, de discriminação e de intolerância. Querem apenas que São Paulo não continue a ser essencialmente uma cidade de classe média, que de tão conservadora, só se mexe para defender os seus interesses imediatos, em época de eleição.
Um abraço e obrigada pelo comentário.

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