Liberdade de informação em dois parágrafos

Cuidado: A Folha de São Paulo está de olho em você.

Coibir o uso “indevido” que terceiros fazem de seu conteúdo exclusivo é o objetivo do jornal para preservar a "liberdade de expressão", foi o que informou  o jornal na  quarta, 19.

Liberdade de expressão, com coibição. Não seria uma contradição?

Claro que sim.

Mas em se tratando da velha mídia, isso é apenas um detalhe.

Há algo de muito estranho pairando no ar...

O processo de restrição à veiculação das matérias da Folha, começou em janeiro de 2011, A partir daí, dezenas de sites foram notificados.

Desde julho de 2012, a Folha passou a administrar seu conteúdo no sistema conhecido como "paywall poroso", onde o assinante tem acesso ilimitado, o usuário eventual tem acesso a um determinado número de textos por mês, até que... Para continuar, só pagando.

Como a empresa midiática não vende seu conteúdo para portais e blogs - abertos, e por sua “política interna”, impede que seus repórteres e colunistas reproduzam seus textos em blogs ou sites pessoais.

Para quem desejar divulgar o conteúdo da Folha, o jornal sugere que seja copiado um trecho de até dois parágrafos, seguido de um link da versão integral no site.

No início, o jornal apenas monitorou o uso não autorizado de seu material por terceiros. De janeiro a julho de 2011, 23.697 textos da Folha foram integral ou parcialmente reproduzidos em 110.256 páginas de forma “indevida”.

Os responsáveis pelas páginas foram avisados, mesmo assim houve muitos reincidências e 38 receberam notificações extrajudiciais.

Após as medidas, 70 sites pararam de usar o conteúdo da Folha. Sete passaram a direcionar o internauta para os sites do jornal, e 48 continuaram usando o conteúdo sem permissão.

Alguns casos foram transformados em ações judiciais. É o caso da Empresa Brasil de Comunicação (EBC)”.