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Taxa de homicídios de negros cresce 9% em cinco anos

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E o Estado da Paraíba continua na frente...

Dos cinco estados onde o assassinato de negros mais cresceu, quatro são do Nordeste e um no Norte. O Rio Grande do Norte teve um crescimento de 2,7 vezes na taxa de homicídios, ao passar de 16,1 por 100 mil habitantes, em 2006, para 43,6 por 100 mil, em 2011. Na Paraíba, a taxa dobrou, de 30,1 para 60,3 por 100 mil.

Entre os outros estados onde o crescimento foi grande entre 2006 e 2011, estão Alagoas (de 53,9 para 90,5 por 100 mil habitantes), o Amazonas (de 22,3 para 42 por 100 mil) e Ceará (de 17,8 para 29 por 100 mil).

Favela Danon, município de Nova Iguaçu, 20 de junho de 2011, Baixada Fluminense. O menino Juan Moraes voltava para casa sem imaginar que aqueles seriam os últimos momentos de sua vida. O que aconteceu no instante em que foi morto é nebuloso e ainda não foi totalmente esclarecido, pois o caso ainda será julgado pelo Tribunal do Júri.

Denúncia do Ministério Público (MP), no entanto, relata que Juan, um menino negro, de 11 anos de idade, foi morto por policiais militares, que faziam uma operação na favela. De acordo com o MP, os policiais atiraram na criança, pensando que ele era um traficante de drogas. Ao perceber que tinham matado um menino desarmado, os policiais tentaram ocultar o crime escondendo o corpo.

O crime, talvez, nunca tivesse a autoria identificada se um irmão de Juan, ferido na ação, não sobrevivesse. Foi ele quem relatou o desaparecimento do irmão e a tentativa dos policiais em sumir com o corpo. Juan foi um dos 35.207 cidadãos negros assassinados no país em 2011, segundo levantamento feito pela Agência Brasil com base em dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde
Cruzando as informações do ministério com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), verifica-se que, em 2011, a taxa de homicídios dessa população foi 35,2 por 100 mil habitantes, taxa 9% acima do que a observada cinco anos antes, quando foram registrados 29.925 casos, ou seja, 32,4 por 100 mil habitantes.
Ao mesmo tempo em que negros ficaram mais vulneráveis à violência nesses cinco anos, a taxa de homicídios da população branca caiu 13%, ao passar de 17,1 por 100 mil habitantes em 2006 (15.753 em número absoluto) para 14,9 por mil em 2011 (13.895 casos).
O dado reflete a grande disparidade racial que existe no Brasil, quando se trata de vítimas de assassinatos. Com o aumento dos homicídios entre a população negra, a probabilidade de um preto ou pardo ser vítima de assassinato no país passou a ser 2,4 vezes maior do que a de um branco. Em 2006, a proporção era 1,9.

Mãe de um jovem negro executado em 2006 por um grupo de extermínio, na Baixada Santista, em São Paulo, Débora Maria da Silva não vê uma melhora na situação no país. O gari Edson Rogério Silva dos Santos foi morto a tiros em maio de 2006, durante uma onda de ataques no estado de São Paulo, quando saía para comprar remédio.
Para a mãe de Edson, os negros são as maiores vítimas, porque moram nas áreas mais pobres da cidade. Segundo ela, o Estado ainda mantém uma postura racista, mesmo 125 anos após a abolição da escravatura no país.
“Temos que acabar com isso. Não vivemos mais no tempo da escravatura, que se tem coronéis, capitães-do-mato e sinhozinhos. Apesar de permanecerem as senzalas, que são as periferias, e os porões dos navios negreiros, que são os presídios”, disse Débora, que lidera um movimento por justiça para os assassinatos de maio de 2006.
Para o coordenador da organização não governamental (ONG) Observatório das Favelas, Jaílson de Souza, o aumento da taxa de homicídios de negros tem relação com a mudança geográfica dos assassinatos no país. Nos últimos anos, enquanto o Sul e o Sudeste têm vivenciado a redução das taxas de homicídios, o Norte e Nordeste têm visto um aumento da violência.
Esses estados, segundo Souza, são os que concentram as maiores populações de pretos e pardos. “Quando essa geografia da morte muda, e há mais violência no Norte e Nordeste, essa mudança acaba por gerar mais morte de negros, sejam pardos ou pretos. Em Alagoas, por exemplo, há um branco para cada 20 negros”, disse.
Para Jaílson de Souza, o crescimento econômico do país, sem uma mudança da estrutura social, também contribui para o incremento da violência entre as populações mais vulneráveis. “Nosso desafio é reconhecer que não basta o crescimento econômico, tem que ter uma política que leve em conta o racismo, que é um elemento estrutural da desigualdade brasileira.”
A matéria corrigida: no quarto parágrafo: os dados são do IBGE, mas não constam do censo populacional. São dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad)
Fonte e imagem: Agência Brasil

5 comentários:

Quanto mais tomo cosnciência de noticias assim masi triste sinto-me e mais temerosa também, quando penso no futuro das nossas crianças e jovens.

Sei que essa questão do racismo já vem de longe, mas como pode persisitr??

É isso que não percebo Beth, é isso que não dar para aceitar, tamanha temeridade.

...

Mas vamos a frente quem sabe um dia há de acontecer mudanças no coração da dita raça racional não é?

Bisous Querida.

É lamentável esses dados, pois num país que se diz de 70 % de afro descendentes não justifica as ações de homicídios.
Boa matéria, vale sim ser divulgada e compartilhada.
Abraço

Olá, Beth tudo bem?
Vi que está participando do sorteio da obra, vc viu que lá tem chances extras né? Percebi que você cumpriu todas, e gostaria de avisa-la que pra cada chance extra que vc cumpriu vc tem direito a preencher o formulário mais uma vez, assim ficando com vários números para concorrer.
Sendo assim preencha o formulario mais vezes ( de acordo as regras que vc cumpriu) pra cada chance extra preencha mais uma vez o formulario.

Bom dia,
A violência racista nunca vai acabar enquanto o poder politico não acabar com a marginalização, todos nós temos o direito á dignidade, cada estado é responsável pela qualidade de vida do seu povo que passa pela educação, justiça,saúde e habitação.
O povo não deve enterrar a cabeça na areia como se o problema não fosse de todos nós.

Abraço democrático

ag

Eu tb me pergunto como o racismo ainda existe nos dias atuais.
O caso do menino Juan acompanhei mais de perto por ter amigos que moram na baixada e ainda ficou mais triste pela prolongação com a exumação do corpo causando ainda mais sofrimento na familia.
Bjs
Lúcia

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