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Vinte anos sem Fellini

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Há 20 anos morria o cineasta Federico Fellini (1920-1993), que ganhou cinco Oscars e mais dezenas de prêmios com os seus filmes. Dirigiu 24 longas-metragens. Premiados cineasta contemporâneos como Woody Allen, David Lynch, David Cronenberg, Stanley Kubrick, Martin Scorsese, Tim Burton e Pedro Almodóvar, já disseram ter sofrido grandes influências do diretor italiano em seus trabalhos.

Como não bastasse, Fellini transformou seu modo de fazer cinema em adjetivo. O qualificativo “felliniano”, para designar certos traços ou situações, passou a ser uma marca inconfundível do diretor, e termo usado pela mídia de vários países.

Critico da igreja católica, do marxismo, do capitalismo e da influência norte-americana nos costumes de outros países, principalmente na Itália, dizia que o artista, como qualquer homem, precisa enfrentar com decisão as dúvidas e aceitar sua guerra. “Ele não pode achar que tudo já está concordado. É isso que dá dignidade à missão do artista e do homem.”

Segundo os críticos, a explicação para a amplitude de sua obra encontra-se no modo como o artista explorou e expôs suas vivências, memórias e visões de mundo de uma forma misturada, com um grande poder de imaginação e criatividade infinita. Ele mesmo gostava de dizer que seu trabalho é somente a sua relação com tudo.

Para Luiz Renato Martins, autor do livro Conflito e Interpretação em Fellini (Edusp, 1993), grande parte da iconização de Fellini deve-se ao impacto causado pelo lançamento de A Doce Vida, que segundo ele se destaca dos demais filmes da época por sua orientação temática.

“O filme apresenta o poder das relações de mercado moldando a arte, a cultura em geral e a gama das relações humanas em jogo. A força de impacto da obra nasce da exposição dramática das suas condicionantes, redefinindo a imanência do cinema e propondo um olhar mais analítico sobre o mundo das imagens. Opera-se, então, uma conjunção inédita entre referência ao processo e caracterização dos mecanismos de mercado,” afirma Renato Martins.

Fellini não gostava de escrever roteiros. Dizia que era uma pena transformar em palavras o que já deveria ser transformado em imagens, em filme. Planejar não era com ele. Preferia improvisar e trabalhar com não-atores. Mas vivia cercado por gente de talento, como o músico Nino Rota, o roteirista Tonino Guerra, o ator Marcello Mastroianni, e Giulietta Masina, sua mulher e atriz.

A opção por uma estética fantasista e onírica acaba sendo identificada como um afastamento das suas origens do movimento Neorrealista. Afinal, Fellini é assistente de direção de Roberto Rosselini em Roma, Cidade Aberta, um marco da escola italiana.

Fellini afirma que sua adesão à realidade é sempre subjetiva e emocional. Para ele, a mentira é sempre mais interessante que a verdade. Chega a declarar que, “a ficção pode nos levar a uma verdade mais aguda que a realidade cotidiana e aparente”.

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Carta Maior/Cultura/Travessia/FeedTurbo

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