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Chega de Fiu Fiu!

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Coletivo Think Olga, responsável pela campanha “Chega de Fiu Fiu”, cria mapa colaborativo em que mulheres narram as violências sexuais de que foram vítimas e apontam os locais onde aconteceram.

Juliana de Faria Kenski e Bárbara Castro, do coletivo Think Olga, responsável pela campanha “Chega de Fiu Fiu”, decidiram que precisavam intervir na geografia da violência contra a mulher. A ideia era propor uma ação e influenciar esteticamente os espaços onde ocorrem os maiores registro desses casos.

“Íamos colar cartazes que provocassem constrangimento aos homens e informar o que acontecia ali”, afirma Juliana. O problema é que elas não encontraram dados condensados sobre os locais em que ocorrem os casos de violência contra a mulher. Fim da empreitada? Não.

As duas decidiram criar, então, um mapa colaborativo, no qual as mulheres podem registrar o tipo de violência que sofreram e o local em que ocorreu. O site está no ar desde o dia 22/4, e já reuniu mais de 450 denúncias.

Confira alguns depoimentos postados no mapa:

“Dentro do trem lotado às sete da manhã, um homem ofegante abriu minha calça jeans. Distraída, senti cócegas na altura da virilha e pensei que fosse a corrente que usava pendurada na calça que estivesse me dando a sensação. Passei a mão e me assustei ao sentir que era a mão de outra pessoa. Afastei a mão dele, em choque. Ele tornou a colocá-la em mim, e eu tive que afastá-lo repetidamente até chegar na próxima estação, onde desci chorando. Entrei para as estatísticas do metrô, mas não conseguiram pegar o cara porque eu nem sequer consegui vê-lo direito”
Linha Vermelha do Metrô de São Paulo

“Ainda é cedo para analisar os dados, mas podemos dizer que a grande maioria vem de São Paulo e a denúncia mais comum é de assédio no transporte público. Como local, se destaca o Parque do Ibirapuera”, relata Juliana.

A construção do mapa não tem como objetivo final inibir que as mulheres frequentem esses espaços, ela explica. “Pelo contrário, queremos modificar a realidade desses locais, entender quais motivos levam os homens a cometer violência ali para propor modificações.”

As mulheres podem colaborar anonimamente, porém, para as que desejarem, há um questionário sócio-econômico. Entre os campos, é possível informar se o caso foi denunciado e qual o destino da denúncia.
Abaixo, mais depoimentos:

“Existe um garoto, que muitos ja viram na faculdade, que anda no ônibus da faculdade com o zíper da calça aberto. Ele frequentemente faz isso e fica bem perto de meninas sentadas para ser notado, é extremamente desagradável. Se você vê-lo, avise a guarda do Campus. É um rapaz novo, tem cara de estudante é branco de cabelos curtos castanhos.”
Estrada de Acesso A Universidade do Amazonas, 640-2506 – Coroado, Manaus – AM, Brasil

“Estava saindo da minha casa de short quando passei em frente a um estacionamento pago próximo a FGV quando dois caras me assediaram verbalmente dizendo “Que vontade de chupar esse cuzinho todo”. Me senti um lixo, sempre que passo próximo ao local tenho que atravessar a rua, pq “a culpa é minha que estou de short curto, e não do cara que é um completo babaca.”
Rua Rocha, 295 – Bela Vista, São Paulo – SP, 01306-010, Brasil

“Estou andando na rua quando passa, em sentido contrário ao meu, um sujeito, com seus 38 anos (eu tinha 23), que fala baixo e bem perto do meu ouvido – inclinando o corpo em minha direção para falar – “quero chupar sua buceta”. Fiquei absolutamente chocada, nunca senti tanta vergonha e tanta invasão de privacidade antes. Olhei para trás depois de ter passado, ele olhou também rindo de mim. Foi tão chocante que não soube que falar e continuei andando. Isso faz 2 anos e ainda me gera desconforto a lembrança, foi muito agressivo, nunca me senti tão invasiva. Por vários meses, depois disso, embora eu estivesse usando calça jeans e uma blusa baby look normal na época, eu parei de usar qualquer roupa que fosse minimamente sensual – só usava calças de número maior e blusas bem largas. Depois percebi que isso afetava a MINHA liberdade de escolha de roupas e voltei escolher o que eu quisesse. Um absurdo que esses vermes se sintam no direito de nos dizer qualquer coisa. Imbecis.”
Rua Augusta, 2356 – Cerqueira César, São Paulo – SP, Brasil

“Estava voltando de um dia duro de trabalho e enquanto passava pela calçada, um homem veio na minha direção fazendo gestos obscenos com os dedos e a língua, falando coisas nojentas que queria fazer comigo. Me senti agredida, desrespeitada, invadida e fiquei com medo que ele me tocasse de alguma maneira. Mesmo assim o respondi à altura e fiz com que todos que passavam soubessem o que estava acontecendo.”
Rua do Rosário, 169-195 – Centro, Vitória – ES, 29016-095, Brasil.

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Revista Fórum

1 Comentário:

Bom dia, amiga.
Quantas de nós já não passamos por esse tipo de agressão e ficamos caladas. Acho que a coisa está mudando... as mulheres estão tendo como e com quem reclamar e perdendo a vergonha. Um absurdo, não é?
A gente é violada e ainda sente vergonha pelo sujeito.
Bjs
Valeu por compartilhar.

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