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O perfil e a mente nada brilhante do PPDRJ

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Desde criança o Pobre Periférico de Direita no Rio de Janeiro - PPD tem três sonhos: Carro, casa de praia e plano de saúde.

Imagem: Feira Roubato de Acari. Foto O Globo
. O carro não precisa ser novo. Pode ser uma lata velha mesmo. Desses que só dá trabalho, preocupação e pouco prazer. Mas, não precisa pagar IPTU, Licenciamento e Seguro. Aos olhos da Comunidade é um sinal de Status social elevado, ele pensa...

. Casa de Praia: Não precisa ser grande. Desde que "acomode" umas vinte pessoas e a caixa de som para fazer barulho, muito barulho. Tem que ser na Região dos Lagos ou na Costa Verde. Pode ser na Comunidade mesmo. De preferência no sopé do morro. Fica mais próximo da Orla. 

. Plano de Saúde: Não precisa ser aquele Top. Serve aquele que cobre quase nada mas dá moral frente aos "Mano" da turma. É que o SUS não serve para a nada. É coisa de pobre. Claro: O PPD não se acha pobre. É empreendedor. Se acha diferenciado! Outro patamar!

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  O PPD não paga INSS. Ele tem certeza que vai se aposentar mesmo que não tenha contribuído um dia sequer, para fazer jus ao benefício. Acha que é um direito seu. No transporte público, não respeita os assentos preferenciais e até finge que está dormindo para não ceder o lugar.

  Não perde a oportunidade de falar mal de político: São todos corruptos. Acredita que vender nos trenes, nos ônibus e nas ruas mercadoria furto de carga roubada, não tem problema, já que ele apenas as vende. E quando está vendendo, faz questão de dizer a origem do roubo sem cerimônia nenhuma. sem se importar se vidas foram ceifadas na hora do assalto. Afinal, ele não participou do episódio: Apenas vende.

  Adora ter um Pet para exibir e demonstrar que tem amor pelos animais. Mas, se tiver que escolher entre a cerveja, o cigarro, a camisa amarela da CBF e a ração, não tem dúvidas: joga o bichinho na rua sem o mínimo remorso.

  Faz GATO nas redes elétrica e de água. Mas, fica puto da vida quando falta energia ou água na casa. E se tiver emissora de TV fazendo matéria sobre o assunto, é o primeiro a se posicionar na frente da câmera e fazer um baita discurso cidadão. Se acha o próprio.

  Insiste em afirmar que defende o meio ambiente, mas não cuida do meio ambiente perto do seu meio. Joga lixo na rua. Entope bueiros. Come no trem e no ônibus e faz questão de jogar as embalagens pela janela, mesmo tendo lixeira no coletivo. Isso quando não deixa o lixo em cima do banco mesmo. Se você desejar se sentar, que limpe! 

  Quando chove e tem desastre ambiental, se acha um injustiçado por morar em área de risco e encostas. Contudo, despreza as reuniões organizadas pelos moradores para reivindicar melhorias e/ou remoções. Para o PPD, Associação de Moradores de Moradores e Sindicatos  é coisa do PT e Comunistas. Não é de Deus. Amém!

  É preto, mas não se reconhece como tal. Adora gente branca e rica.  Detesta o Brasil e a África. Sonha ir para os States, mesmo que tenha que limpar privadas e viver clandestinamente. Ser clandestino nos USA deve ser massa, pensa ele. Mas, quando a coisa aperta lá fora, não hesita em pedir socorro ao Governo. Afinal, é brasileiro, enche os pulmões para dizer isso.

  Não sabe onde fica, nunca foi, só ouviu falar. Mas gosta de repetir que Cuba é uma Ditadura de esquerda. Só Posso concluir que esse pensamento faz parte do "efeito Caviar ideológico”, plantada há décadas pela hegemonia global liberal de direita. E é claro, que ele acredita piamente no Tio Sam. Só não sabe que o Sistema Eleitoral cubano é uma cópia fiel à dos americanos, implantado em Cuba, pelos invasores americanos, antes da histórica tentativa de invasão frustrada da Baía dos Porcos, empreendida em abril de 1961 por um grupo paramilitar de exilados cubanos anticastristas. Que o grupo fora treinado e dirigido pela CIA, com apoio das Forças Armadas dos Estados Unidos.

  Detesta pessoas LGBTQIAPN+, a Igreja Católica, as religiões de matizes africanas e pessoas em situação de rua. Tudo coisa do demo. É fã do Clã Bolsonaro, da Milícia, de Edir Macedo e Malafaia. Defende a Ditadura Militar, mesmo que não saiba nada sobre esse período obscuro. Mas, defende assim mesmo. 

  Acredita fielmente que os militares eram honestíssimos. Que só queriam salvar o país do comunismo. Forçado pela mãe ou avó, anda com a Bíblia embaixo do braço para demonstrar que é bom Cristão e repete: “Conhecereis a Verdade e a verdade vós libertará”.

  Odeia com todas as forças os Programas Sociais implantado pelo governo Lula, mas não abre mão de receber todos. Se deixarem, não hesita em fraudar os dados para acumular o recebimento com os que são concedidos pelos Estados e Munícipios, mesmo que isso seja irregular. Por ideologia - que nem sabe o que significa -, continua, por convicção, VOTANDO NA DIRETA.

  Demonstra aversão à Gay, mas no Carnaval se veste de Coelhinha da Playboy e extravasa toda a energia enrustida que o sufoca o ano inteiro. Disfarça bem para que ninguém veja o seu verdadeiro EU. Vai no modo de "Deixa a vida me levar..." A mulher desconfia e pensa: deixa quieto, pra que arrumar confusão... melhor assim!

  Não sente empatia pelo próximo, mesmo que esse próximo esteja bem próximo. Se alguém na rua lhe pede uma ajuda, ele grita: Saí fora! Vai trabalhar vagabundo, quando ele mesmo não quer saber disso. Dá porrada na mulher e espanca os filhos. Surrupia a aposentadoria da mãe ou do pai. Vive na mão dos agiotas para manter o status, que acredita que tem. Quando não paga, a única opção que tem é: ou paga, ou some do mapa.

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 Se você acha que o que escrevo aqui é fruto da minha capacidade inventiva, afirmo que não. 

É fruto sim, das minhas Escutas e Observações,  nas ruas, nos trens, nos ônibus, nos BRT’s e VLT”s, durante as minhas andanças pelas periferias - Capital e Baixada Fluminense-, do Rio de Janeiro.

A Cor tem Defeito?

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Fascinante história de uma africana idosa, cega e à beira da morte, que viaja da África para o Brasil em busca do filho perdido há décadas. Ao longo da travessia, ela vai contando sua vida, marcada por mortes, estupros, violência e escravidão. Inserido em um contexto histórico importante na formação do povo brasileiro e narrado de uma maneira original e pungente, na qual os fatos históricos estão imersos no cotidiano e na vida dos personagens. Um Defeito de Cor, de Ana Maria Gonçalves, é um belo romance histórico, de leitura voraz, que prende a atenção do leitor da primeira à última página. Uma saga brasileira que poderia ser comparada ao clássico norte-americano sobre a escravidão, Raízes.


Imagem: Amazon.com.br


Vencedor do prestigioso Prêmio Casa de las Américas e incluído na lista da Folha de S.Paulo como o sétimo entre 200 livros mais importantes para entender o Brasil em seus 200 anos de independência, Um defeito de cor conta a saga de Kehinde, mulher negra que, aos oito anos, é sequestrada no Reino do Daomé, atual Benin, e trazida para ser escravizada na Ilha de Itaparica, na Bahia.

No livro, Kehinde narra em detalhes a sua captura, a vida como escravizada, os seus amores, as desilusões, os sofrimentos, as viagens em busca de um de seus filhos e de sua religiosidade. Além disso, mostra como conseguiu a sua carta de alforria e, na volta para a África, tornou-se uma empresária bem-sucedida, apesar de todos os percalços e aventuras pelos quais passou. A personagem foi inspirada em Luísa Mahin, que teria sido mãe do poeta Luís Gama e participado da célebre Revolta dos Malês, movimento liderado por escravizados muçulmanos a favor da Abolição.

E a Portela  vai embarcar nos Porões dessa Viagem em 2024, para mostrar quem de fato tem defeito.

Para o carnaval de 2024, o sonho da GRES Portela está baseado no principal fator simbólico que dá consistência para ela ser o que é e chegar onde chegou: O Afeto. Ancestralidade cultuada no sagrado feminino, no terreiro da mãe de todas as outras que vieram depois, a Iyá centenária.

VAI PASSAR...

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Witzel,


Os falsos profetas que usam e abusam da Fé alheia,

E todos e todas que esmagam os sonhos dos desassistidos e vulneráveis.

"Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido". 

"Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia".
(Lucas 12)




Não nos cabe esquecer, mas reverenciar

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https://www.youtube.com/channel/UCQxCJ40RF5ZSgTGJA8wOBGA
Instituto Marielle Franco
O Instituto Marielle Franco te convida: Venha assistir o show ao vivo de Elza Soares e Renegado nesse domingo, 26/07 às 19h. 

É só inscrever no canal (abaixo) e ativar o sininho para receber a notificação quando começar o show. 

No dia 27, Mari estaria fazendo 41 anos e por isso não podemos deixar de celebrar a sua memória e fazer uma super live com a mulher do fim do mundo e considerada pela BBC a voz do Milênio, Elza Soares.

Está live arrecadará recursos financeiros para que a família de Marielle e o Instituto continue lutando por justiça, defendendo a memória e multiplicando o legado da guerreira.



#LiveElzaPorMarielle | Especial de aniversário Marielle Franco 26/07 #FiqueEmCasa #Comigo


Te espero lá. 

"Não Há Mais O Que Encontrar No Que De Velho Ficamos"

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Vídeo oficial da faixa "Não Há Mais O Que Encontrar No Que De Velho Ficamos / Vou Renovar" do show "Cinema na Música" de Sérgio Ricardo.

O show "Cinema na Música Ao Vivo", gravado no Teatro da UFF (RJ) em 2018, une a obra musical e cinematográfica de Sérgio, coroando a carreira deste artista múltiplo que é Sérgio Ricardo. 

O projeto foi idealizado e dirigido por Marina Lutfi, filha de Sergio Ricardo, o show apresenta as principais criações do artista para o cinema, como a de “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de Glauber Rocha, e de filmes próprios, como “A Noite do Espantalho". 

Sérgio dividiu as faixas com com os filhos Marina Lutfi, Adriana Lutfi (vozes) e João Gurgel (voz e violão), acompanhados por Lui Coimbra (violoncelo), Marcelo Caldi (piano e acordeon), Alexandre Caldi (sopros), Diego Zangado (percussão) e Giordano Gasperin (baixo).

Criado em comemoração aos 85 anos do cantor, compositor, pintor e cineasta, o show-visual é conduzido por Sérgio e seus filhos, Marina Lutfi, João Gurgel e Adriana Lutfi, já apresentado em vários palcos do país.

A gravação é resultado da parceria entre Cacumbu Produções, Biscoito Fino e Canal Brasil, que o transformou em especial de TV, dirigido por Paulo Henrique Fontenelle.

Luiz Carlos dos Santos. Morro de São Carlos. A vida e a obra de Luiz Melodia

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Tá tudo solto na plataforma do ar
Tá tudo aí, tá tudo aí
Quem vai querer comprar banana?
Quem vai querer comprar a lama?
Quem vai querer comprar a grana?

Luiz Carlos dos Santos nasceu respirando samba. Morro de São Carlos, bairro do Estácio, zona central do Rio de Janeiro, que viu nascer a primeira escola, a Deixa Falar. Eram os primeiros dias de 1951, 7 de janeiro. No final dos anos 1960, o adolescente compôs algumas letras, que ficaram na gaveta do tempo. Foi na década seguinte que ele acabou descoberto pelos vanguardistas da zona sul e explodiu definitivamente após ser gravado por musas da MPB. Ficou conhecido como Luiz Melodia.

Em 4 de agosto, quando se completam três anos de sua morte, o artista ganhará biografia. Meu nome é ébano - A vida e a obra de Luiz Melodia (Tordesilhas, 336 páginas) tem a assinatura do jornalista Toninho Vaz, que já contou histórias de Torquato Neto e Paulo Leminski, entre outros catalogados de “malditos”.

Discreto, desligado, rebelde

Luiz era discreto, arredio, sensível, desligado, meio rebelde. Teve relacionamento difícil com as gravadoras, o que ajuda a explicar a fama de “difícil” que o acompanhou vida afora. Toninho conta uma história que considera reveladora, quando o cantor foi convidado pela emissora a gravar a música Ébano para o programa Globo de Ouro.

Ao chegar no estúdio, ficou sabendo que o cenário era uma favela estilizada. Topou. Mas haveria cinco vedetes vestidas de gatas pretas, que o “arranhariam” enquanto ele cantasse. Recusou o roteiro, ficou esperando uma mudança que não aconteceu e foi embora. Tempos depois, diria: “Eles querem que eu faça coisas com as quais não concordo. Ninguém vai dirigir a minha carreira. Eu não sou apenas um cantor, sou um artista”.

- Não precisou rasgar a camisa e muito menos comprar a lama...

Rasgue a camisa, enxugue meu pranto
Como prova de amor mostre teu novo canto
Escreva num quadro em palavras gigantes
Pérola Negra, te amo, te amo



Chet Baker que era trompetista e cantor, especialmente na interpretação de My funny Valentine, constava da lista de suas afeições.

É amanhã! Não se esqueça: Somos Muitos

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Ivan Lins, MPB4 e João Bosco
“Somos muitos” é o nome do show que irá ao ar amanhã, sexta-feira (17), a partir das 20h, para arrecadar recursos a profissionais da música no Rio de Janeiro. Por enquanto, a apresentação virtual tem mais de 20 nomes confirmados. Entre eles, Chico Buarque, Francis e Olivia Hime, Ivan Lins, João Bosco, MPB4 e Toquinho.

No caso de Chico, ele não irá cantar. Segundo a organização, o cantor e compositor fará um apelo em favor dos colegas. A diversificada lista de artistas se completa com André Mehmari, Ayrton Montarroyos, Carlos Careqa, Celso Viáfora, Duofel, Gabriel o Pensador, Jaime Alem, Nair Cândia e Jurema de Cândia, os irmãos Kleiton & Kledir, Maria Alcina, Nei Lopes, Paulo Cesar Pinheiro e Vicente Barreto.

O projeto foi organizado por Aquiles Rique Reis, do grupo vocal MPB4. O show será transmitido pelos canais do site Ziriguidum, ou Facebook.com/ziriguidum ou da produtora Bateia Cultura.

Doações

Durante a transmissão, serão divulgados um link e uma conta para quem quiser fazer doações. Trabalhadores interessados em fazer jus ao auxílio devem se inscrever em um site criado para essa finalidade (www.somosmuitos.rio.br). O total arrecadado será dividido por R$ 600, o que definirá o total de pessoas beneficiadas. O Retiro dos Artistas terá direito a 10%.

“Desde o dia 13 de março de 2020, quando os teatros, casas de show e cinemas foram fechados no Rio de Janeiro para o combate ao coronavírus, a indústria da música carioca começou a viver a pior crise de sua história”, afirma a organização do show. “São milhares de técnicos de som, técnicos de luz, roadies, cenotécnicos, músicos, produtores e vários outros trabalhadores da música que, de uma hora para outra, viram suas receitas reduzirem a zero.”

A situação tornou-se “insustentável”, levando os artistas a organizar um show em solidariedade a esses trabalhadores. No início de junho, o Senado seguiu a Câmara e aprovou a chamada Lei Aldir Blanc, de auxílio emergencial ao setor de cultura. O projeto foi posteriormente sancionado.

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Da redação do RBA)))

Marisa Monte reúne sua obra e sua história no espaço Cinephonia

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RBA)))
A Cantora passou os últimos quatro anos resgatando de fitas cassete a cifras de músicas, de reportagens a vídeos e agora, “nas nuvens”, exibe Inclusive canções inéditas.

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Em 1988, Marisa Monte gravava seu primeiro álbum, ao vivo, no Rio de Janeiro. De lá para cá, foram 15 discos, centenas de composições e mais de 10 milhões de cópias vendidas. Toda essa trajetória está reunida agora num espaço, “nas nuvens”, como diz MM: é o Cinephonia. O projeto foi anunciado pela cantora em suas redes sociais na quinta-feira (11).

“Queridos,
Espero que estejam todos bem
As saudades são enormes por aqui, mas por ora sigo em casa em quarentena, como deve ser. Apesar das microferas que surgiram no mundo e colocaram os planos de todo mundo em suspenso, trabalhei do meu casulo para entregar pra vocês este conjunto de canções que batizei de Cinephonia.
São 30 músicas, fragmentos dos meus registros audiovisuais que não estavam disponíveis em áudio streaming até hoje. Tomara que curtam os textos, os vídeos e as músicas.
Agradeço a todos os parceiros, amigos, músicos e cineastas que colaboraram comigo, especialmente pela presença luminosa do nosso amado Moraes Moreira.
Sei que não está sendo fácil pra ninguém, mas espero que a arte possa ajudar a dar suporte para suportar o insuportável.
Um beijo grande pra todos, se cuidem pra que a gente possa se encontrar em breve novamente.”

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Som das imagens
No vídeo em que apresenta o projeto Cinephonia, Marisa Monte explica que Cine (movimento/imagem) e Phonia (som) “são fragmentos de trilhas sonoras dos meus dvds que foram lançadas nos meus registros audiovisuais, mas que nunca tinham sido lançadas em discos”. É o som das imagens. 

Fãs mais perto da musa
Explorar o Cinephonia é intuitivo e uma viagem pela obra e também pela história de Marisa Monte. Sobre a imagem de um estúdio de música, esferas pulsam sobre instrumentos, capas de discos, a decoração. Basta clicar para ser remetido a um dos álbuns da cantora ou à informação de que MM estudou bateria dos 9 aos 12 anos e que gostava de acompanhar com as baquetas os LPs que ouvia em casa.

Tocar na imagem de um mural permite aos fãs deixar mensagens para a musa. Vale contar uma história, registro de fotos ou vídeos de shows, imagens de ingressos. As imagens que forem selecionadas farão parte de um novo videoclipe da música Tempos Modernos, a ser lançado em 19 de junho. “Uma homenagem da Marisa aos fãs e dos fãs à Marisa”.


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Sete notas não exatamente musicais sobre Aldir Blanc

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Imagem: Aroeira
Compositor lutou por 24 dias contra o coronavírus e morreu na Vila Isabel da sua infância, no mesmo dia de Noel Rosa

1 – Aldir Blanc tinha 73 anos, diabetes e hipertensão. Seria presa fácil para o coronavírus. Mas não foi. Lutou por 24 dias durante essa doença terrível, que nada tem de “gripezinha”. Parentes e amigos acordávamos achando que ele não atravessaria mais 24 horas. E ele atravessava.

Morreu em 4 de maio, o mesmo dia em que, em 1937, morreu um de seus maiores ídolos, Noel Rosa. Ambos em Vila Isabel – Noel em casa, na Rua Teodoro da Silva; Aldir no Hospital Universitário Pedro Ernesto, na Avenida 28 de Setembro. É coincidência ou há algo mais entre o céu e a terra? Aldir, provavelmente, votaria nas duas opções.

2 – Foi Dorival Caymmi quem disse: “Todo mundo é carioca. Mas Aldir Blanc é carioca mesmo”. Nasceu no Estácio, berço do samba urbano brasileiro. Cresceu e foi feliz em Vila Isabel, bairro-personagem de suas crônicas e de letras como as de “Tempos do onça e do fera (Quarador)” e “Viena fica na 28 de setembro”.

Era menino quando seu avô o levou até a caixa d’água da casa. Antônio Aguiar abriu a tampa e pediu para ele olhar.

– É a lua! – exclamou Aldir.

– Aquela, não. Aquela é gelada, feita de pedras, uma espécie de vulcão extinto. Agora, essa aqui, dentro da caixa d’água, é a lua da Zona Norte. Põe a mão nela… Isso. Viste? É trêmula e tépida como as mulheres.

A história está belamente contada no livro “Vila Isabel – Inventário da Infância” (1996).

3 – “Qual o outro nome da lua? Noêmia”, escreveu ele para a avó que o criou num poema em que denunciava “a ilusão de um poeta/ que ainda pensa que o céu/ fica em Vila Isabel”. Uma das irmãs de Noêmia se chamava Lurdes. Segundo o sobrinho-neto, ela terminou a vida cega e satisfeita: “Graças a Deus fiquei cega, para não ver mais as maldades do mundo”.

Uma frase perfeita para os dias de hoje. Se não morresse da Covid-19, Aldir morreria de Brasil. Sua glicose e sua pressão não suportariam o que aconteceu nos 24 dias em que ficou internado. Depois do que se deu em Brasília no domingo 3, ele deve ter achado melhor se encontrar com Noel.

4 – Para a família e para os amigos, a agonia das últimas semanas tinha um pico na hora de dormirmos. Será que acordaremos na manhã seguinte com a notícia de que ele morreu? Pois foi assim. Como bom boêmio (ou ex-boêmio), morreu de madrugada, perto do nascer do sol.

“Eu gosto quando alvorece / Porque parece que está anoitecendo / E gosto quando anoitece que só vendo / Pois eu penso que alvorece” (de “Me dá a penúltima”, parceria com João Bosco).

5 – Como percebem os que leem suas crônicas e suas letras, Aldir era um grande contador de histórias. Imitava vozes, inventava diálogos, embaralhava fatos e delírios – como em sua obra. Hermínio Bello de Carvalho destacava o seu carisma e dizia não perder a esperança de ver o amigo nos palcos, apresentando-se. Quem conhece seus discos, como “Vida noturna” (2005), sabe que ele era um excelente intérprete. Mas a crescente fobia social bloqueou seu potencial de showman.

6 – Aldir teve uma primeira infância sofrida, uma segunda infância radiante, uma adolescência sofrida, uma juventude radiante. Para não ficar nesse vaivém, logo cedo resolveu juntar tudo num balaio só, numa obra só, numa vida só. Escreveu e viveu uma tragicomédia brasileira.

E foi assim até o final. Estava em quarentena havia quase 30 anos, desde que um acidente grave de carro o fez reduzir as saídas e a adotar o isolamento social como regra. Pois logo ele foi morrer de Covid-19. Seria tragicômico se não fosse só trágico.

7 – Na véspera de ser internado, Aldir enviou um áudio para o autor destas linhas, que lhe convidara para um trabalho.  A última frase da última gravação da sua voz é a seguinte: “Os piores bandidos são os que se consideram mocinhos”. O Brasil de hoje em uma frase – espera-se que não um epitáfio.

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Publicado originalmente no site da Revista Época, por Luiz Fernando Vianna.
Republicado no Portal Vermelho.

(Kid Cavaquinho - João Bosco/Aldir Blanco)

Com um cheirinho de Alecrim e apesar dele, tudo Vai Passar!

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Chico, Marieta Severo e Vinícius de Moraes
A canção Apesar de Você’, presente nos ‘panelaços’ contra Bolsonaro, completa 50 anos.

Panelaços e “barulhaços” contra Jair Bolsonaro tornaram-se frequentes nas últimas semanas, mas em algumas janelas o som que se ouviu foi de uma antiga canção, que vai completar 50 anos. Apesar de Você é a única composição que Chico Buarque assume como sendo verdadeiramente “de protesto”. Foi feita após o retorno dele ao Brasil, em 1970, depois de 14 meses morando na Itália.

A volta ocorreu na manhã de 20 de março, no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, quando Chico e a atriz Marieta Severo desembarcaram com a primeira filha, Silvia, de 11 meses, nos braços. “Volte fazendo barulho”, recomendou Vinícius de Moraes a um ainda receoso Chico, que havia deixado o Brasil pouco depois da edição do AI-5, em 13 de dezembro de 1968.

Barulho não faltou no Galeão. Estava lá a turma do MPB4, entre outros. A atriz Betty Faria levou uma bandeira do Fluminense – time de Chico – e o flautista Altamiro Carrilho e seu grupo tocaram A Banda, primeiro sucesso do compositor, de 1966.

Com o AI-5, a vigilância sobre os artistas ficaria ainda maior. Caetano Veloso e Gilberto Gil chegaram a ser presos, e se exilaram na Inglaterra. Geraldo Vandré fugiu e passou mais de quatro anos entre o Chile e a França. Chico não foi preso, “apenas” interrogado. E depois aconselhado a permanecer algum tempo fora do Brasil.

Para surpresa geral, Apesar de Você foi liberada pela censura. Com o sucesso da música, a ditadura vetou e recolheu os discos.

Mesmo voltando, Chico percebe que a situação do país não melhorou em nada. Pelo contrário: o governo Médici representa o auge da repressão. Ao mesmo tempo, há certa “euforia” com o chamado milagre econômico, porque a economia crescia – para a minoria.

A cabeça do compositor foi montando os versos de sua única canção assumidamente “de protesto”, embora sempre alguém identifique mensagens veladas em outras canções. Já no final do ano, Apesar de Você foi enviada para apreciação da censura, como era obrigatório, e aí veio a surpresa: liberada. A gravadora soltou um compacto que tinha Desalento do outro lado.

Foi um sucesso. Em pouco tempo, 100 mil cópias foram vendidas. Até que alguém se deu conta: Apesar de Você foi proibida e os discos, recolhidos. Só voltaria a ser gravada, e tocada, em 1978, na onda dos movimentos por anistia e pela volta da democracia.

Segundo Chico, o “você” não se refere especificamente ao ditador de plantão, no caso Médici, mas ao poder, ao chamado “sistema”. Tocada nas janelas, agora com o país sob o governo Bolsonaro, a música parece ter sido feita outro dia.

Cravos na janela

O dia 25 remete a uma data histórica importante, da Revolução dos Cravos, em Portugal. Chico deveria estar em Lisboa para receber o Prêmio Camões de literatura, mas a pandemia do novo coronavírus cancelou evento e viagem. Por isso, ele gravou uma mensagem de saudação aos amigos portugueses e pediu também pelos brasileiros.

“Este ano eu pretendia estar na festa, porque os organizadores da entrega do Prêmio Camões me deram a honra de marcar a cerimônia para esta data. (…) Mas esta tarde, deixarei na janela cravos vermelhos e cantarei, alto e bom som, Grândola, Vila Morena, de Zeca Afonso”, disse Chico em vídeo nas redes sociais, citando a música símbolo do movimento de 1974.

“Se possível, peço ainda a vocês que guardem o pensamento para seus irmãos brasileiros, que estão mais do que nunca necessitados de um cheirinho de alecrim”, acrescentou o compositor, fazendo referência à canção Tanto Mar, que ele compôs nos anos 1970.
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TUDO REVELADO. SÓ PRECISAMOS ENXERGAR!

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O inimigo invisível está tendo a capacidade de mostrar todo o lixo político-econômico-social que por mais de quinhentos anos foi empurrado para debaixo do tapete de cada um. Dos governantes dissimulados e da população incluída historicamente, de acordo com as suas conveniências. E quando alguém tentou recolher, foi recolhido ao xadrez ou ao afastamento político. Casos Lula e Dilma, com investimentos no SUS, no bolsa Família e no Mais Médicos. 

Como diz Eliane Brum, em seus Desacontecimentos, “O pior que pode nos acontecer depois da pandemia será justamente voltar à 'normalidade”.

Agora, por força da realidade mortal, estão abrindo os cofres. Estão sendo obrigados a distribuir aquilo que pertence ao Povo, que de alguma forma constroem as riquezas deste país, Pátria Armada Brasil. Em breve, pode apostar, os governos vão pedir o sacrifício de todos, que nunca é o de todos, mas o dos de sempre. Prestem atenção ao significado que será dado à palavra “retomada” – e pensem no que será retomado. A pandemia é nova. Os métodos dos que a trouxeram o planeta até este estado de coisas, não (mais Eliane Brum). 

- E como a "grande" mídia neoliberal não pode mais esconder a perturbadora realidade, está direcionando suas câmeras para as Favelas/Comunidades, como se elas num passe de mágica, tivessem surgido apenas agora. Assim, os turistas tupiniquins que visitavam o Rio de Janeiro, estão tendo que enxergar além de Copacabana, Corcovado e o Pão de Açúcar.

Não faz dois meses, um colega de trabalho me encontrou pelos corredores do ministério, e feliz da vida soltou essa: Oi Beth, estive na sua terra. Nossa como é bonita! Passeei pelo Calçadão de Copacabana, caminhei até Ipanema, fui ao Pão de Açúcar e ao Corcovado. Nossa, como o Rio é lindo! O grande problema – fez questão de dar ênfase -, são aqueles morros....Como é mesmo que chama?! Bate uma insegurança...

- Esbocei um sorriso acanhado e nada falei, a não ser um “Que bom... Falar mais o que?!. Por dentro, morri de raiva. Porque? Porque a minha realidade não é a da Zona Sul romantizada. Sou da realidade nua e crua da Baixada Fluminense e das Comunidades desprezadas, abandonadas e aviltadas, que só viram manchete pela ótica mais triste: o resultado da violência praticada pela omissão dos poderes públicos, cujo resultado é o extermínio moral, econômico, social e físico dos seus habitantes.

Como se não bastasse tudo isso, agora surge um novo herói nacional, em aparente oposição ao que não governa: Mandetta, mesmo com todos os erros que vem cometendo. Como por exemplo, demorar para adotar as providencias para adquirir os testes, as máscaras e equipamentos de proteção (EPIs), são perdoados. Mandetta é o herói da hora, na hora certa. 

Mas, quem é mesmo Mandetta neste cenário de Pandemia? E o que ele fez antes pela saúde pública e pelo SUS? 

O novo herói nacional, hoje adulado e apoiado por todos os campos ideológicos, é conhecido defensor dos ruralistas. Na área da saúde se manifestou frontalmente contra o programa Mais Médicos. Agora finge defender o SUS e os mais carentes, com uma vozinha mansa... em pele de Cordeiro... Também já lamentou a fragmentação das famílias causadas pela Lei do Divórcio. 

Quando era deputado, foi com tudo para cima de Dilma Rousseff, que demarcou muito menos terras indígenas que seus antecessores, e recebeu críticas de setores de indígenas e ativistas do meio ambiente, que hoje se calam. Mandetta achou que a presidenta exagerava. “A presidente está dirigindo a sua raiva contra os produtores rurais, colocando todo o seu querer mal ao Brasil no agronegócio", discursou no plenário, em 2016. No ano seguinte, foi um crítico feroz da Carne Fraca, operação da Polícia Federal que investigou as irregularidades nos frigoríficos.

Portanto, diante de um futuro incerto, como sempre, é preciso fazer algo ainda mais difícil: colocar a boca no trombone e lutar pelo futuro pós-vírus. Com consciência e organização social dos setores mais populares e populosos. Se não, a retomada da “normalidade” será a volta da brutalidade cotidiana que só é “normal” para poucos, uma normalidade arrancada da vida dos muitos que diariamente têm suas vidas e seus corpos dilapidados.

Beth Muniz
Abril, 2020.

O primeiro filme sobre a quarentena do Covid-19 no Brasil

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Nós, os confinados,

Lançado na plataforma Vimeo, 'Me Cuidem-se - Um Filme-processo' sai na frente para refletir - em ambos os sentidos - sobre nossa vida no isolamento social.

O primeiro filme sobre a quarentena do Covid-19 no Brasil já está no ar há alguns dias

Me Cuidem-se - Um Filme-processo dura 30 minutos e se apresenta como um work in progress rumo a um futuro longa-metragem. A iniciativa partiu dos cariocas Bebeto Abrantes e Cavi Borges, empenhados em produzir cultura dentro das limitações impostas pelo isolamento social. O filme vem sendo feito sem qualquer contato presencial entre personagens e equipe.

De suas casas em municípios do estado do Rio de Janeiro, oito pessoas compartilham angústias, ansiedades, reflexões, estratégias e pequenas sabedorias sobre o confinamento compulsório. A coreógrafa Regina Miranda, por exemplo, se filmou em exercícios corporais e comentando sua repentina conscientização da condição de idosa. No subúrbio de Del Castilho, um rapaz analisa o que o isolamento está mudando em sua percepção das coisas. Na Favela da Maré, uma jovem produtora cultural sofre com o distanciamento dos filhos. Em outra parte da cidade, um participante privilegiou sua rotina de manter a casa limpa e arrumada. Outro se aventurou fora de casa para entrevistar moradores de rua.

À medida que intercala essas autogravações, Me Cuidem-se vai se configurando como um filme-espelho de tudo o que passa pela nossa cabeça nesses dias de espanto e incerteza. De alguma forma, é também um filme-terapia que nos faz compreender o quanto estamos sós e ao mesmo tempo estamos unidos numa vasta coletividade virtual. O título "Me cuidem-se", cunhado por Bebeto, expressa bem essa realidade em que cada um de nós, ao cuidar bem de si, está cuidando bem de todos os que estão no seu raio de alcance. É uma questão de "solidãoriedade", diz ele em neologismo de sua lavra.

O filme se abre também para respiros alheios à simples exposição de realidades individuais. A atriz Patricia Niedermeier participa numa performance alusiva a respiração e reclusão corporal, pontos fulcrais da síndrome do novo coronavírus. Uma aflição que chega a seu ápice durante o pronunciamento desastrado do presidente inominável no dia 25 de março, acompanhado pelo eco dos panelaços e vozeiraços país afora.

A urgência com que esse projeto se concretizou e circulou, em questão de sete dias, anuncia um pouco do que será o modelo de produção cultural no futuro próximo. Precisaremos reinventar maneiras de produzir, consumir e nos relacionarmos num ambiente pouco propício ao contato pessoal. E, ainda assim, descobrirmos as formas possíveis de manter o sentido comunitário e exercer a solidariedade.


SEM OPÇÃO PARA ENFRENTAR A PANDEMIA

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Apesar dos apelos de órgãos de saúde para que as pessoas fiquem em casa, maioria não tem essa opção

Sem escolha, trabalhadores mantêm rotina na epidemia de coronavírus.

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Segundo dados do Instituto Trata Brasil, 35 milhões de brasileiros não têm acesso à rede de água potável e 95 milhões não possuem coleta de esgoto em seus locais de moradia. A situação é pior na região Norte, onde apenas 10,24% da população tem acesso à rede de esgoto. No Nordeste são 26,87%, no Sudeste 78,54%, no Sul 43,93% e no Centro-Oeste, 53,88%.

Coronavírus: Procuradoria cobra plano de ação para favelas e periferia.

PFDC - Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão - deu cinco dias para o Ministério da Saúde apresentar planejamento para enfrentar a epidemia de coronavírus em áreas pobres.

Ainda não atingidas gravemente, favelas e periferias têm menos condições de se proteger do coronavírus.

São Paulo – A procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Deborah Duprat, deu cinco dias para o Ministério da Saúde apresentar o planejamento para enfrentar a epidemia de coronavírus nas favelas e nas periferias. “O quadro estrutural de desigualdade existente na sociedade brasileira não pode ser potencializado em momentos de pandemia, o que significa dizer que grupos historicamente subalternizados devem merecer atenção prioritária, uma vez que já estão, especialmente em termos de saúde pública, em situação de desvantagem em relação ao restante da coletividade nacional”, defendeu.

Coronavírus: 15 perguntas e respostas sobre a pandemia.

Ela destacou que as favelas e periferias de diversas cidades do país apresentam uma situação de alta densidade populacional, com casas muito próximas e limitações estruturais para garantir o isolamento adequado em caso de contaminação pelo coronavírus. Além disso, os locais contam com baixa cobertura de saneamento básico precário, convivem com constante falta de água – como ocorre em algumas favelas do Rio de Janeiro – e quase nenhum equipamento de saúde, tornando difícil a adoção das providências recomendadas pelo Ministério da Saúde para evitar a contaminação e a transmissão do vírus.

Aperto

Apenas em Heliópolis e Paraisópolis, as duas maiores favelas de São Paulo, vivem cerca de 300 mil pessoas. Grande parte das moradias tem apenas um ou dois cômodos, contam com pouca ventilação e são compartilhadas por um número grande de pessoas. Em todo o país, são 13 milhões de pessoas vivendo em favelas, a maior parte sem acesso ao saneamento básico.

Além disso, boa parte dos moradores de favelas e das periferias são trabalhadores informais, que não vão poder deixar de realizar suas atividades cotidianas em virtude da epidemia. O que aumenta a possibilidade de contaminação e transmissão do coronavirus.

Segundo dados do Instituto Trata Brasil, 35 milhões de brasileiros não têm acesso à rede de água potável e 95 milhões não possuem coleta de esgoto em seus locais de moradia. A situação é pior na região Norte, onde apenas 10,24% da população tem acesso à rede de esgoto. No Nordeste são 26,87%, no Sudeste 78,54%, no Sul 43,93% e no Centro-Oeste, 53,88%.

Escolas de samba do Rio desfilam crítica social na Sapucaí

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Sambas-enredo do Carnaval do Rio 2020 prometem chacoalhar a avenida e a consciência dos foliões na sofrida cidade maravilhosa.

A campeã do ano passado volta para a avenida com tudo no carnaval do Rio de Janeiro em 2020. A Mangueira, terceira escola da primeira noite dos desfiles (domingo, 23), traz para a Marquês de Sapucaí mais um samba com forte crítica social. O enredo A Verdade vos Fará Livre retrata a violência que extermina o povo favelado, agravada pelos governos de Wilson Witzel e de Jair Bolsonaro.

Favela, pega a visão:
Não tem futuro sem partilha
Nem messias de arma na mão…

Os compositores Manu da Cuíca e Luiz Carlos Máximo também participaram da autoria do enredo História pra Ninar Gente Grande, que levou a Mangueira ao seu 20º título no ano passado. 

“O grande homenageado da Mangueira é Jesus Cristo, que luta pela partilha e pela fraternidade”, afirma Manu da Cuíca em entrevista ao site Carnavalesco. “Com certeza, ele aprovaria uma disputa como essa, aprovaria uma escola espetacular que trate a favela como um ato de sobrevivência, especialmente com esse governo que mais mata favelados, e o samba mostra que estamos vivos”, diz a sambista.

A União da Ilha, penúltima na madrugada de domingo para segunda-feira no carnaval do Rio 2020, traz para a avenida as falsas promessas de políticos e poderosos. Os autores, Marcio André, Marcio André Filho, Rafael Prates, J. Alves, Daniel e Marinho, cantam o talento de quem vive nas comunidades, cresce e se desenvolve a despeito de todo o abandono.

Eu sei o seu discurso oportunista
É a ganância, hipocrisia
O seu abraço é minha dor (seu doutor)
Eu sei que todo mal que vem do homem
Traz a miséria e causa fome
Será justiça de quem esperou
O morro desce o asfalto e dessa vez
Esquece a tristeza agora

Essa Gente, de coração aflito

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“Essa gente’ somos todos nós”.

“É o que o escritor e crítico literário Sérgio Rodrigues registra na apresentação do volume do livro de Chico Buarque lançado em dezembro, ‘Essa gente’, onde ele esmiúça o mundo da burguesia nacional com rigor e forte ironia”.

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A angústia é o sentimento dominante na vida dos protagonistas dos livros de autoria de Chico Buarque, comentava o escritor José Castello, um dos mais brilhantes críticos literários que atuou durante quase dez anos em caderno literário de jornal do Rio de Janeiro. Quando os jornais ainda tinham cadernos literários. Entusiasta da obra de Chico, compartilhamos com Castello a sua afeição e esta análise: os personagens do autor nascido no Rio e criado em São Paulo são ”corações aflitos”. 

Agora, "Essa gente" (Ed. Companhia das Letras) vem ocupar seu espaço, na estante, ao lado de Estorvo, Budapeste, Leite derramado e, neste, da narrativa do ghost writer José Costa, outro personagem atormentado de Chico. O seu coração, mais que aflito, neste trabalho, desencantou.

Talvez seja o mais cinematográfico dos seus livros e também um dos mais duros e decepcionados. Nele, Chico compartilha o seu desalento nas entrelinhas de uma história relatada na forma de mensagens breves semelhantes a posts de What’s app e a e-mails quando são textos mais extensos, e das impressões do personagem nas caminhadas dele – do escritor Manuel Duarte -, ladeira abaixo ladeira acima, no Alto Leblon, onde o personagem mora.

O título remete à expressão histórica e cara à burguesia nacional (e à polícia) quando os associados dela se referem ao cidadão que no seu entender não carrega pedigree. Sobrenome. ”Essa gente”, essa gentinha, esse povo que está aí. E é quase cínico o desapontamento com que Duarte assiste o espetáculo proporcionado por essa gente – ela significando igualmente o avesso do direito, tal como os parasitas (o bicho e o filme de Bong Hoo Jo) que adquirem dupla vida e sentido geminado.

Uma gente que circula diante dos olhos cansados do escritor sexagenário Duarte. Ou na praia, nas piscinas de casas ”na serra”, nas festas milionárias, nos círculos dos negócios – jurídicos e outros -, ou nas vielas e lajes da favela e nas happy hour das sextas-feiras da varanda do lendário Country Club, em Ipanema.



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