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Sepé, presente! Luta e martírio do líder Guarani ainda evoca desafios após 268 anos

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 O Brasil de Fato RS perguntou a personalidades de diferentes matrizes a sua reflexão sobre o legado do indígena



 Chegamos a mais um 7 de fevereiro, data que demarca o martírio de Sepé Tiaraju, em 1756. Antevéspera do genocídio de Caiboaté, que selaria com sangue o fim dos Sete Povos das Missões Orientais, experiência de convívio coletivo estabelecida entre padres jesuítas e o povo Guarani, “o triunfo da humanidade”, como teria descrito Voltaire.

 Aquele desfecho colocou em contraste dois modos diferentes de ver o mundo: de um lado os indígenas catequizados, que apesar de terem consigo os preceitos do Deus cristão, manifestavam a convicção de pertença junto à terra que defendiam. No outro extremo da disputa, um exército vil, formado essencialmente por mercenários luso-espanhóis, unindo velhos inimigos em torno da ideia de que a terra é posse da mão mais forte, é propriedade de um rei e seus vassalos, cuja covardia ficou guardada na história através do famigerado Tratado de Madri.

 Há 268 anos Sepé tombava, transpassado pela lança portuguesa, rompido pela bala espanhola. Caído o homem, a lembrança de seus feitos e – principalmente – de seu ideal garantiria o papel de protagonista da história e, no imaginário popular, a mítica figura de um herói em quem se inspirar.

 O índio guarani, que se destacou como gestor em tempos de paz e como estrategista em tempos de luta, merece o justo reconhecimento como um dos grandes nomes da humanidade quando refletimos a respeito da resistência permanente dos povos contra o imperialismo. Foi lavrado pela oficialidade como Herói do estado do RS e Herói da pátria brasileira, bem como tem causa aberta no Vaticano para ter reconhecido pela igreja o título que o povo lhe deu desde aquele dia: santo.

 Buscando reinterpretar sua memória e seu legado na atualidade, a reportagem do Brasil de Fato RS buscou diferentes personalidades que, de alguma forma, têm em seu cotidiano – seja pelo trabalho, estudo ou militância – alguma relação com Sepé Tiaraju enquanto personagem histórico, mártir e símbolo.

 As perguntas apresentadas a todos e todas foi a mesma: Como ecoa nos dias de hoje a história e o legado de Sepé Tiaraju? Que desafios ele nos deixa? Em todas as falas, fica explícito um elemento comum: a presença de Sepé permanece viva nas lutas do povo, ele segue sendo uma voz que ecoa mais de dois séculos e meio depois, expressando a resistência daquelas e daqueles que se colocam em luta contra todas as formas de opressão do imperialismo.

Marco da luta anticolonial

Luís Rubira, professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e autor do livro “Sepé Tiaraju e a Guerra Guaranítica”, foi a primeira pessoa com quem conversamos. “Sepé não somente opôs resistência ao inimigo estrangeiro. Após sua morte, seu nome e seus feitos ganharam vasta propagação entre os povos indígenas e também na literatura, a começar pelo livro que conta a história pelo lado do vencedor, que é O Uraguai, de Basílio da Gama, publicado em 1769”, explica.

Do Brasil de fato | Porto Alegre | 07 de fevereiro de 2024

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Leia a Reportagem completa em Brasil de Fato, aqui.

O perfil e a mente nada brilhante do PPDRJ

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Desde criança o Pobre Periférico de Direita no Rio de Janeiro - PPD tem três sonhos: Carro, casa de praia e plano de saúde.

Imagem: Feira Roubato de Acari. Foto O Globo
. O carro não precisa ser novo. Pode ser uma lata velha mesmo. Desses que só dá trabalho, preocupação e pouco prazer. Mas, não precisa pagar IPTU, Licenciamento e Seguro. Aos olhos da Comunidade é um sinal de Status social elevado, ele pensa...

. Casa de Praia: Não precisa ser grande. Desde que "acomode" umas vinte pessoas e a caixa de som para fazer barulho, muito barulho. Tem que ser na Região dos Lagos ou na Costa Verde. Pode ser na Comunidade mesmo. De preferência no sopé do morro. Fica mais próximo da Orla. 

. Plano de Saúde: Não precisa ser aquele Top. Serve aquele que cobre quase nada mas dá moral frente aos "Mano" da turma. É que o SUS não serve para a nada. É coisa de pobre. Claro: O PPD não se acha pobre. É empreendedor. Se acha diferenciado! Outro patamar!

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  O PPD não paga INSS. Ele tem certeza que vai se aposentar mesmo que não tenha contribuído um dia sequer, para fazer jus ao benefício. Acha que é um direito seu. No transporte público, não respeita os assentos preferenciais e até finge que está dormindo para não ceder o lugar.

  Não perde a oportunidade de falar mal de político: São todos corruptos. Acredita que vender nos trenes, nos ônibus e nas ruas mercadoria furto de carga roubada, não tem problema, já que ele apenas as vende. E quando está vendendo, faz questão de dizer a origem do roubo sem cerimônia nenhuma. sem se importar se vidas foram ceifadas na hora do assalto. Afinal, ele não participou do episódio: Apenas vende.

  Adora ter um Pet para exibir e demonstrar que tem amor pelos animais. Mas, se tiver que escolher entre a cerveja, o cigarro, a camisa amarela da CBF e a ração, não tem dúvidas: joga o bichinho na rua sem o mínimo remorso.

  Faz GATO nas redes elétrica e de água. Mas, fica puto da vida quando falta energia ou água na casa. E se tiver emissora de TV fazendo matéria sobre o assunto, é o primeiro a se posicionar na frente da câmera e fazer um baita discurso cidadão. Se acha o próprio.

  Insiste em afirmar que defende o meio ambiente, mas não cuida do meio ambiente perto do seu meio. Joga lixo na rua. Entope bueiros. Come no trem e no ônibus e faz questão de jogar as embalagens pela janela, mesmo tendo lixeira no coletivo. Isso quando não deixa o lixo em cima do banco mesmo. Se você desejar se sentar, que limpe! 

  Quando chove e tem desastre ambiental, se acha um injustiçado por morar em área de risco e encostas. Contudo, despreza as reuniões organizadas pelos moradores para reivindicar melhorias e/ou remoções. Para o PPD, Associação de Moradores de Moradores e Sindicatos  é coisa do PT e Comunistas. Não é de Deus. Amém!

  É preto, mas não se reconhece como tal. Adora gente branca e rica.  Detesta o Brasil e a África. Sonha ir para os States, mesmo que tenha que limpar privadas e viver clandestinamente. Ser clandestino nos USA deve ser massa, pensa ele. Mas, quando a coisa aperta lá fora, não hesita em pedir socorro ao Governo. Afinal, é brasileiro, enche os pulmões para dizer isso.

  Não sabe onde fica, nunca foi, só ouviu falar. Mas gosta de repetir que Cuba é uma Ditadura de esquerda. Só Posso concluir que esse pensamento faz parte do "efeito Caviar ideológico”, plantada há décadas pela hegemonia global liberal de direita. E é claro, que ele acredita piamente no Tio Sam. Só não sabe que o Sistema Eleitoral cubano é uma cópia fiel à dos americanos, implantado em Cuba, pelos invasores americanos, antes da histórica tentativa de invasão frustrada da Baía dos Porcos, empreendida em abril de 1961 por um grupo paramilitar de exilados cubanos anticastristas. Que o grupo fora treinado e dirigido pela CIA, com apoio das Forças Armadas dos Estados Unidos.

  Detesta pessoas LGBTQIAPN+, a Igreja Católica, as religiões de matizes africanas e pessoas em situação de rua. Tudo coisa do demo. É fã do Clã Bolsonaro, da Milícia, de Edir Macedo e Malafaia. Defende a Ditadura Militar, mesmo que não saiba nada sobre esse período obscuro. Mas, defende assim mesmo. 

  Acredita fielmente que os militares eram honestíssimos. Que só queriam salvar o país do comunismo. Forçado pela mãe ou avó, anda com a Bíblia embaixo do braço para demonstrar que é bom Cristão e repete: “Conhecereis a Verdade e a verdade vós libertará”.

  Odeia com todas as forças os Programas Sociais implantado pelo governo Lula, mas não abre mão de receber todos. Se deixarem, não hesita em fraudar os dados para acumular o recebimento com os que são concedidos pelos Estados e Munícipios, mesmo que isso seja irregular. Por ideologia - que nem sabe o que significa -, continua, por convicção, VOTANDO NA DIRETA.

  Demonstra aversão à Gay, mas no Carnaval se veste de Coelhinha da Playboy e extravasa toda a energia enrustida que o sufoca o ano inteiro. Disfarça bem para que ninguém veja o seu verdadeiro EU. Vai no modo de "Deixa a vida me levar..." A mulher desconfia e pensa: deixa quieto, pra que arrumar confusão... melhor assim!

  Não sente empatia pelo próximo, mesmo que esse próximo esteja bem próximo. Se alguém na rua lhe pede uma ajuda, ele grita: Saí fora! Vai trabalhar vagabundo, quando ele mesmo não quer saber disso. Dá porrada na mulher e espanca os filhos. Surrupia a aposentadoria da mãe ou do pai. Vive na mão dos agiotas para manter o status, que acredita que tem. Quando não paga, a única opção que tem é: ou paga, ou some do mapa.

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 Se você acha que o que escrevo aqui é fruto da minha capacidade inventiva, afirmo que não. 

É fruto sim, das minhas Escutas e Observações,  nas ruas, nos trens, nos ônibus, nos BRT’s e VLT”s, durante as minhas andanças pelas periferias - Capital e Baixada Fluminense-, do Rio de Janeiro.

EXCLUSIVO: CONHEÇA OS CABEÇAS DA BANCADA DA BALA

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Contando com mais de 240 deputados e ampla capilaridade nos principais partidos da Câmara dos Deputados, a Frente Parlamentar da Segurança Pública, conhecida como bancada da bala, é uma das maiores do Congresso Nacional. O grupo conta com uma sólida estrutura interna, organizada em coordenações regionais e institucionais. Nesse sistema, alguns membros-chave têm mais influência sobre as decisões internas do bloco. 


Ao todo, 47 deputados formam o corpo organizacional da bancada da bala. O PL, principal partido da oposição, é majoritário. Alguns dos parlamentares, porém, são mais ativos nos debates na Câmara, com ênfase na Comissão de Segurança Pública, ambiente onde a frente parlamentar exerce maior influência.

Levantamento exclusivo do Awire, projeto do Congresso em Foco sobre segurança pública no Legislativo, mostra quais são os quadros mais influentes da bancada da bala nas duas Casas.

Nem todos os integrantes da frente conseguem transformar atividade intensa em influência. Pelo contrário: o perfil afrontoso de grande parte dos membros da bancada da bala chegou, em alguns momentos, a comprometer o próprio andamento de suas próprias atividades. É o caso, por exemplo, da recusa por parte do ex-ministro da Justiça Flávio Dino a comparecer em uma das audiências para as quais foi convocado.

Veja quem são os principais líderes da bancada pró-armas na Câmara:

Sanderson (PL-RS)

Alberto Fraga (PL-DF)

Paulo Bilynskyj (PL-SP)

Marcos Pollon (PL-MS)

Capitão Augusto (PL-SP)

Caroline de Toni (PL-SC)

Ismael Alexandrino (PSD-GO)

Flávio Bolsonaro (PL-RJ)

Magno Malta (PL-ES)

Leia mais no site do Congresso em Foco

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LUCAS NEIVA

PROJETO AWIRE 

Em 07.02.2024

Brasileiro: nem pacífico, nem bonzinho

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As afirmações de que o Brasil é um país pacífico e o seu Povo é bonzinho, não passa de uma grande mentira, finalmente revelada nos últimos 4 anos.

Essas afirmações foram cunhadas pela Ditadura Militar e reverberadas pela Mídia Corporativa para suas sobrevivências e, a consequente alienação da população. Relembremos:

Um País, em que em nome da estabilidade democrática comete crime hediondo contra o seu povo, assassinando e torturando os opositores na Ditadura Militar, inclusive jogando seus corpos no Mar, não pode se dizer pacífico.

Que pratica o feminicídio historicamente, mas que só recentemente foi enxergado, tipificado criminalmente e admitido por parte da população, de maioria masculina e branca. Que comete massacre policial de população em situação de rua. Que massacra pela força do aparato policial do Estado, a população encarcerada, fazendo justissimamente direto, sem observar o Estado de Direito Democrático e a Constituição da República, não pode ser considerado um país pacífico.

Onde as Forças Repressivas do Estado, primeiro acusa e mata para depois investigar. Onde o sistema judiciário é em grande escala corrupto e não protege a população mais vulnerável, que quase sempre perde as suas crianças para as balas que sabemos, não são perdidas, e tem direção certa.

Um País importador de armas, em que o Exército Brasileiro não exerce a sua função de controle de armamentos, e, permite assim, que essas sirvam tão somente para armar o crime organizado e os supostos atiradores esportivos dos não fiscalizados clubes de tiros, não pode ser considerado um país pacífico. Um País em que as forças policiais são dominadas por diversos grupos milicianos, que além de matar e sufocar as populações periféricas, as explora financeiramente, subjugando-as pelo terro e o medo.

Um país onde não se enxerga o limite entre o que deveria ser uma atividade institucional baseada na legalidade e o aparentemente legal, nas atividades dos governos e dos legislativos, não deve jamais ser agraciado com a cunha de um país legal para se viver. Isso não tem nada de Legal e legítimo, mesmo que alguns ache isso legal.

Um país que trata de forma branda os assassinos que calam vozes que denunciam a omissão do Estado, sejam líderes políticos, jornalistas, padres, freiras, membros de ONG’s, os defensores das Florestas e do Meio Ambiente, que nos protege contra o crime organizado e o tráfico de armas, de madeira e peixes na Amazônia, Pará e Região centro Oeste, jamais será um país pacífico.

Em um país onde ser mulher, mulher negra, gay, LGBTQIA+, preto e periférico é ser simplesmente nada, é um pais que não existe em sua plenitude, mas apenas, na imaginação daqueles que não se enxergam vivendo em um país que deve ser de todos os brasileiros.

Nas últimas cinco décadas, o Brasil se tornou um país muito estranho. Resquício das Ditaduras Militares no Continente Americano do Sul. Sim, somo americanos. Só que do Sul. Desse caldo de máquina de moer gente herdamos a hipocrisia política institucional, um aparata repressivo do Estado militar, uma cultura de acomodação de pensamento, de aversão à militância e a associação política e, a ideia de que precisamos sempre de um Messias que nos leve ao Paraíso, nem que para isso, tenhamos que mandar muita gente para o inferno.

Isso sem falar da sua incapacidade de reconhecer a própria história, preferimos a história contada pela visão dos opressores europeus, brancos, ricos e de olhos azuis. É mais legal né? mesmo que seja ILEGAL historicamente falando.


Nesse sentido, por mais que me custe, admito que o terrorista de direita chamado Bolsonaro, nesse final de governo que nunca existiu, nos anos 80, foi acusado de planejar atentados terroristas a quartéis e a explosão da adutora do Guandu, que abastece de água parte da cidade do Rio. Sua pregação sobre o uso de violência armada para atingir objetivos políticos parece ser método seguido pelos supostos patriotas, nos deixa definitivamente um único legado:  

- Pôs fim de uma vez por todas à tese de que o Brasil é um país pacífico e que o brasileiro é bonzinho.

Não é. Pelos menos a metade da população não o é. A outra parte, felizmente resiste, na esperança de dias melhores.

Por enquanto, a ESPERANÇA venceu o ÓDIO.

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A CPI da cruzada contra crianças vítimas de estupro

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Por Portal Catarinas

O Catarinas reforça o seu compromisso com a defesa dos direitos fundamentais da menina violada e de todas as crianças vítimas de estupro de vulnerável: todas elas são ameaçadas e perseguidas por esta CPI.



52.797 mil mulheres foram vítimas de estupro no Brasil somente em 2021, 71,7% delas (37.872) meninas e adolescentes com idades de até 14 anos. Mas de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, os casos que chegam às autoridades representam apenas 10% do total. Meninas e mulheres se calam, e não é por mero acaso que elas temem denunciar as violações e reivindicar justiça. O descrédito e o julgamento social sofridos por vítimas de estupro é permanente e documentado. Um exemplo recente e cruel é o requerimento para instauração da “CPI do Aborto”, subscrita por metade do parlamento catarinense para apurar, entre outras questões, se o aborto legal garantido a uma menina de 11 anos, vítima de sistemática violação, foi “realizado ilegalmente sob a falsa comunicação de crime”. 

Assinado por 21 deputados e deputadas, o requerimento que pede a instauração de inquérito parlamentar também busca apurar se o procedimento “foi realizado legalmente ou se houve cometimento de crime”, como se o aborto não fosse um direito das vítimas em casos de estupro e risco à vida. Os alvos do pedido são a defensora da menina, a equipe médica que realizou o procedimento e as jornalistas que tornaram público o modo como o caso foi tratado por agentes do sistema de justiça. Sabemos, no entanto, que também são alvo todas as meninas e mulheres vítimas de violência que têm direito ao aborto legal. 

O aborto em caso de estupro e em caso de risco à vida da gestante é um direito garantido pelo Código Penal de 1940, em seu artigo 128. A gravidez de todas as crianças e adolescentes de até 14 anos é sempre considerada por lei resultado de uma violência sexual, além de representar um grande risco a suas vidas. Porém, a falta de informação sobre o direito, o tabu, o estigma e a criminalização, fazem com que a maior parte das vítimas que engravidam não acesse o procedimento. 

Para se ter ideia do contingente dessa população a quem é negado o direito, cerca de 26 mil nascidos vivos são gerados ao ano por pessoas de até 14 anos. Todas essas meninas e adolescentes teriam direito ao procedimento legal, mas em 2021, somente 131 delas o acessaram legalmente em ambiente hospitalar. Estamos falando de um grupo social que tem seus direitos violados por uma lógica capitaneada por grupos políticos que buscam no controle dos corpos das meninas e mulheres uma razão para justificar sua própria manutenção no poder a saltos longos por cima das nossas existências.

Novamente: mais de 70% das vítimas de estupro no Brasil são crianças e não há como negar sua condição de vítimas, a maioria violada por pais, padrastos ou pessoas muito próximas, como no caso da menina de Santa Catarina. E independentemente da idade do violador, são sempre vítimas de estupro de vulnerável (art. 217 do Código Penal), sendo-lhes garantido por lei que não carreguem o peso de uma gravidez incompreendida e indesejada. 

Em tempos de intensificação da misoginia e do machismo, como os que vivemos, as violências são esgarçadas ao máximo. É o que vemos na tentativa de fazer da criança estuprada e engravidada mais uma a dissimular sobre violência sexual. Ora, no que consiste uma CPI que apura a realização do aborto legal da menina que engravidou aos 10 anos, do que deslegitimação e desprezo ao direito da vítima de estupro de vulnerável?

Para os grupos que acolhem a desinformação, a gravidez de uma menina que engravidou aos 10 anos pode não ter sido resultado de violência, diferentemente do entendimento do Código Penal e da própria Constituição brasileira, em sua proteção ao direito fundamental à dignidade humana. Nem mesmo a juíza e a promotora que atuaram de modo controverso no caso e por isso hoje respondem a processos disciplinares, usaram do argumento de que a menina não havia sofrido violência para lhe negar o direito ao aborto legal. Justamente o contrário: promotora e juíza abrigaram compulsoriamente a menina porque acolheram o fato incontestável da violência — o que depois se transformou em medida para que ela não acessasse o aborto legal. Se há consenso entre juíza, promotora e sociedade brasileira em seu contrato social — seja na Constituição Federal, no Estatuto da Criança e do Adolescente ou mesmo no Código Penal —, é de que a menina foi vítima de violência. A idade do alegado violador vai dizer sobre sua responsabilização como infrator, mas nada diz sobre descaracterizar a violência.

A desinformação que se seguiu com a repercussão da reportagem que fizemos em parceria com o Intercept, não por acaso, favorece quem a fomenta: o bolsonarismo. Quem não leu a reportagem e só se informa pelo gabinete do ódio, tem orquestrado que vítima e autor mantinham um namoro, enquanto os autos do processo, conforme reportamos, dão conta de que a família não sabia da violência, como é comum em casos de violação sexual infantil. A absurda tese de fraude ganhou coro no espetáculo de misoginia promovido na audiência do Ministério da Saúde sobre a guia do aborto, em vozes que reiteraram laços entre vítima e autor, nomeando-os de “namoradinhos”. 

É aí que entra em cena a deputada Ana Caroline Campagnolo (ex-PSL, atual PL) com seu requerimento respaldado pela desinformação previamente azeitada de que uma criança de 10 anos pode ter tido uma relação sexual que não fosse resultado de violência. Se a despeito da lei e do que consensuamos enquanto sociedade, afirmarmos que a gravidez não resultou de violação sexual, isso quer dizer que uma criança de 10 anos sabia o que estava fazendo, ou seja, tinha maturidade suficiente para uma relação afetivo-sexual prazerosa e saudável? E mais, sabia essa menina que o ato sexual levaria a uma gravidez? E se assim soubesse, deveria ser obrigada a mantê-la até o fim, arriscando sua própria vida? As respostas podem indicar que para alguns é trivial uma criança engravidar aos 10 anos de um “namoradinho” e manter a gestação contra a sua vontade, colocando em risco sua vida, para atender à demandante fila de adoção. 

Não nos cabe esquecer, mas reverenciar

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https://www.youtube.com/channel/UCQxCJ40RF5ZSgTGJA8wOBGA
Instituto Marielle Franco
O Instituto Marielle Franco te convida: Venha assistir o show ao vivo de Elza Soares e Renegado nesse domingo, 26/07 às 19h. 

É só inscrever no canal (abaixo) e ativar o sininho para receber a notificação quando começar o show. 

No dia 27, Mari estaria fazendo 41 anos e por isso não podemos deixar de celebrar a sua memória e fazer uma super live com a mulher do fim do mundo e considerada pela BBC a voz do Milênio, Elza Soares.

Está live arrecadará recursos financeiros para que a família de Marielle e o Instituto continue lutando por justiça, defendendo a memória e multiplicando o legado da guerreira.



#LiveElzaPorMarielle | Especial de aniversário Marielle Franco 26/07 #FiqueEmCasa #Comigo


Te espero lá. 

1º de Maio Virtual e Solidário

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Saúde, Emprego e Renda.

A Frente Ampla anti-Bolsonaro reunirá artistas e políticos.

- Políticos: Reunidos remotamente estarão Lula, FHC, Ciro, Marina Silva, Flávio Dino e Rodrigo Maia, entre outros. 

- Artistas: Chico César, Chico Buarque, Fernanda Takai, Leci Brandão, Odair José, Otto, Paulo Miklos e Zélia Duncan, e outros.

Saúde, emprego e renda são os temas do 1º de Maio 2020. A edição deste ano, de forma inédita, devido à pandemia, será uma manifestação virtual, das 11h30 às 15h30 da sexta-feira. Além da importância crescente da solidariedade em tempos de Covid-19, as centrais sindicais vão reunir uma “frente anti-Bolsonaro” entre seus convidados. Muitos já defendem abertamente o impeachment do presidente.

Confirmaram “presença” o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), a ex-candidata presidencial Marina Silva (Rede) e o líder do PV José Luiz Penna. O espectro partidário inclui PT, PCdoB, PSB, PDT, Psol, PSTU, Rede, SD e PV. São aguardadas as confirmações dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli.

Até o nome do papa Francisco foi incluído. Caso não seja possível obter uma mensagem do Vaticano, a alternativa será um representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O evento, inclusive, deverá começar com a participação de representantes de diversas religiões.

Para assistir acesse a TVT, Aqui.



A DESCULPA PARA O EXTERMÍNIO INDÍGENA

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No dia 19 de abril comemorou-se o o Dia do Índio. Ou, pelo menos, deveria-se ter comemorado.

É que a maioria dos brasileiros índio não é gente. Índio não tem direitos.

E neste vácuo de consciência social, as ações criminosas dos últimos dois anos, embaladas pelo discurso do ódio dos apoiadores do atual governo, em breve estaremos comemorando o extermínio total dos primeiros habitantes da terra Brasilis, para a alegria do atual presidente - me recuso a escrever o nome dele aqui -,  da Bancada do Boi e da Bala no Congresso Nacional, das Madeireiras, do Agronegócio e dos que se intitulam os donos do Brasil, em nome de Jesus. Amém!

Pois, parece-me que, o coronavírus está sendo a grande oportunidade que eles estão vendo de praticar o genocídio contra povos indígenas, que estão sendo contaminados pelos invasores, dentro das suas terras originárias.

Não há dúvida que o desmonte da fiscalização implica diretamente na contaminação dos povos indígenas e no avanço da pandemia de covid-19. O alerta está em documento divulgado no dia 15/04,  pela Associação Nacional dos Servidores do Meio Ambiente (Ascema)

A preocupação veio um dia depois de o governo Coiso reagiu indignado contra a operação de invasão nas terras indígenas. Como resultado: a demissão do diretor do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Mas, ainda assim, a caixa de Pandora desse desgoverno não há de nos roubar a Esperança.

Não mesmo!

Um Índio - Caetano Veloso Ao Vivo no Circo Voador no lançamento do App 342 Amazonia

TUDO REVELADO. SÓ PRECISAMOS ENXERGAR!

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O inimigo invisível está tendo a capacidade de mostrar todo o lixo político-econômico-social que por mais de quinhentos anos foi empurrado para debaixo do tapete de cada um. Dos governantes dissimulados e da população incluída historicamente, de acordo com as suas conveniências. E quando alguém tentou recolher, foi recolhido ao xadrez ou ao afastamento político. Casos Lula e Dilma, com investimentos no SUS, no bolsa Família e no Mais Médicos. 

Como diz Eliane Brum, em seus Desacontecimentos, “O pior que pode nos acontecer depois da pandemia será justamente voltar à 'normalidade”.

Agora, por força da realidade mortal, estão abrindo os cofres. Estão sendo obrigados a distribuir aquilo que pertence ao Povo, que de alguma forma constroem as riquezas deste país, Pátria Armada Brasil. Em breve, pode apostar, os governos vão pedir o sacrifício de todos, que nunca é o de todos, mas o dos de sempre. Prestem atenção ao significado que será dado à palavra “retomada” – e pensem no que será retomado. A pandemia é nova. Os métodos dos que a trouxeram o planeta até este estado de coisas, não (mais Eliane Brum). 

- E como a "grande" mídia neoliberal não pode mais esconder a perturbadora realidade, está direcionando suas câmeras para as Favelas/Comunidades, como se elas num passe de mágica, tivessem surgido apenas agora. Assim, os turistas tupiniquins que visitavam o Rio de Janeiro, estão tendo que enxergar além de Copacabana, Corcovado e o Pão de Açúcar.

Não faz dois meses, um colega de trabalho me encontrou pelos corredores do ministério, e feliz da vida soltou essa: Oi Beth, estive na sua terra. Nossa como é bonita! Passeei pelo Calçadão de Copacabana, caminhei até Ipanema, fui ao Pão de Açúcar e ao Corcovado. Nossa, como o Rio é lindo! O grande problema – fez questão de dar ênfase -, são aqueles morros....Como é mesmo que chama?! Bate uma insegurança...

- Esbocei um sorriso acanhado e nada falei, a não ser um “Que bom... Falar mais o que?!. Por dentro, morri de raiva. Porque? Porque a minha realidade não é a da Zona Sul romantizada. Sou da realidade nua e crua da Baixada Fluminense e das Comunidades desprezadas, abandonadas e aviltadas, que só viram manchete pela ótica mais triste: o resultado da violência praticada pela omissão dos poderes públicos, cujo resultado é o extermínio moral, econômico, social e físico dos seus habitantes.

Como se não bastasse tudo isso, agora surge um novo herói nacional, em aparente oposição ao que não governa: Mandetta, mesmo com todos os erros que vem cometendo. Como por exemplo, demorar para adotar as providencias para adquirir os testes, as máscaras e equipamentos de proteção (EPIs), são perdoados. Mandetta é o herói da hora, na hora certa. 

Mas, quem é mesmo Mandetta neste cenário de Pandemia? E o que ele fez antes pela saúde pública e pelo SUS? 

O novo herói nacional, hoje adulado e apoiado por todos os campos ideológicos, é conhecido defensor dos ruralistas. Na área da saúde se manifestou frontalmente contra o programa Mais Médicos. Agora finge defender o SUS e os mais carentes, com uma vozinha mansa... em pele de Cordeiro... Também já lamentou a fragmentação das famílias causadas pela Lei do Divórcio. 

Quando era deputado, foi com tudo para cima de Dilma Rousseff, que demarcou muito menos terras indígenas que seus antecessores, e recebeu críticas de setores de indígenas e ativistas do meio ambiente, que hoje se calam. Mandetta achou que a presidenta exagerava. “A presidente está dirigindo a sua raiva contra os produtores rurais, colocando todo o seu querer mal ao Brasil no agronegócio", discursou no plenário, em 2016. No ano seguinte, foi um crítico feroz da Carne Fraca, operação da Polícia Federal que investigou as irregularidades nos frigoríficos.

Portanto, diante de um futuro incerto, como sempre, é preciso fazer algo ainda mais difícil: colocar a boca no trombone e lutar pelo futuro pós-vírus. Com consciência e organização social dos setores mais populares e populosos. Se não, a retomada da “normalidade” será a volta da brutalidade cotidiana que só é “normal” para poucos, uma normalidade arrancada da vida dos muitos que diariamente têm suas vidas e seus corpos dilapidados.

Beth Muniz
Abril, 2020.

Por que Bolsonaro tem problemas com furos

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Para compreender a brutal misoginia do antipresidente é necessário falar de Cassia, Dilma e Marielle.

Em 18 de fevereiro, o antipresidente Jair Bolsonaro precisava tirar o foco da morte do miliciano Adriano da Nóbrega, pessoa-chave para esclarecer o esquema de “rachadinhas” no gabinete de Flávio Bolsonaro, a relação da família Bolsonaro com as milícias que atuam no Rio de Janeiro e também quem mandou matar Marielle Franco – e por quê. A eliminação de Nóbrega, com vários indícios de execução, voltava a colocar em destaque as relações dos Bolsonaros com as milícias. Era preciso desviar a atenção. Como de hábito, Bolsonaro usou o velho truque: criou um novo fato ao atacar a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo. A repórter, uma das mais competentes da sua geração, estava entre os jornalistas que denunciaram o uso fraudulento de nomes e CPFs para disparos de mensagens no WhatsApp em benefício de Bolsonaro. Uma de suas fontes, Hans River, ao depor na CPMI das Fake News do Congresso, disse que Patrícia teria tentado obter informações “a troco de sexo”, embora as trocas de mensagens entre os dois provem exatamente o contrário. Em sua coletiva informal diante do Alvorada, a mesma em que costuma mostrar bananas para os jornalistas, Bolsonaro atacou: “Ela (Patrícia) queria um furo. Ela queria dar o furo (pausa para risos) a qualquer preço contra mim”.


A jornalista que denunciou Bolsonaro por planejar explodir bombas nos quartéis.

A relação de Jair Bolsonaro, então capitão do Exército, com a imprensa iniciou em setembro de 1986, com a revista Veja. Naquele tempo, a Veja era a principal revista semanal do país e ser a principal revista semanal do país era algo muito importante. A tiragem chegava perto de um milhão de exemplares, o que é muito para um país de não leitores. Todas as pessoas que tinham qualquer poder, em diferentes áreas e níveis, liam a Veja já no sábado pela manhã. Na segunda-feira ou ainda no domingo, os principais jornais do país com frequência repercutiam algum furo da Veja. Foi neste palco midiático que Bolsonaro fez sua estreia muito bem sucedida na política: em artigo intitulado “O salário está baixo”, o jovem capitão reclamava da política salarial para os militares de José Sarney, o primeiro presidente civil depois da ditadura que oprimira o país de 1964 a 1985.

Um ano depois, porém, Bolsonaro odiaria a Veja. A “culpa” era de uma mulher: a jornalista Cassia Maria Rodrigues. Ela revelou o plano “Beco Sem Saída”, feito por Bolsonaro e um colega conhecido como “Xerife” (Fábio Passos), que consistia em botar bombas nos quartéis, mas sem ferir ninguém, para chamar a atenção para os baixos salários dos militares. Esta história está minuciosamente contada no livro O Cadete e o Capitão (Todavia, 2019), do jornalista Luiz Maklouf Carvalho, cuja leitura recomendo.

Precisamos falar sobre Dilma Rousseff.

Quando parte da sociedade brasileira se choca com a violência de Bolsonaro contra as jornalistas mulheres, é necessário voltar os olhos para a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT). Perguntar-se o porquê de tanto ódio contra Dilma, o que é muito diferente de divergir de suas ideias e de seu governo. Ódio é de outra ordem, movido por outras ordens de circunstâncias. Um dos ataques mais vergonhosos foi a imagem do estupro recorrente da presidenta. No segundo semestre de 2015, um adesivo apareceu no tanque de gasolina de carros pelo país. Representava a figura de uma Dilma sorridente, de pernas abertas. Quando o carro era abastecido, a bomba de gasolina penetrava sexualmente a presidenta do país. Quem usava o adesivo justificava a montagem criminosa como um protesto contra o aumento da gasolina, mas a mensagem era tão explícita quanto o ato. A presidenta era estuprada a cada vez que o tanque era abastecido.


Bolsonaro, é necessário afirmar mais uma vez, não é um produto da ditadura. Bolsonaro é um produto da democracia deformada que se seguiu à ditadura. Foi essa democracia tantas vezes covarde e acovardada - conivente tanto com a impunidade dos crimes do regime de exceção quanto com a tortura e a morte dos mais pobres – que garantiu a sua impunidade desde o plano terrorista de 1987. O antipresidente que hoje governa o Brasil é o principal exemplo de toda a corrupção do sistema que finge denunciar. Só as instituições que até hoje falharam, deliberadamente ou não, em responsabilizá-lo pelos seus atos e falas podem impedir Bolsonaro de seguir produzindo violências contra as mulheres, contra os negros, contra os indígenas, contra a Amazônia, contra o planeta que depende da Amazônia. Contra o Brasil. Só a democracia efetiva pode barrar Bolsonaro.

Termino com o desejo de que, inspiradas por Marielle Franco, as mulheres brasileiras e os homens feministas – porque feminismo é posição política, não depende de sexo e gênero – se coloquem em movimento. Que, junt@s, sejamos capazes de resistir e obrigar as instituições brasileiras a se reencontrarem com a vergonha enquanto ainda é possível. O tempo se esgota.

Fragmentos do Texto original publicado no EL País, que você pode ler por completo Aqui.

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Eliane Brum é escritora, repórter e documentarista. Autora de Brasil, Construtor de Ruínas: um olhar sobre o país, de Lula a Bolsonaro (Arquipélago). Site: desacontecimentos.com

Cadê o telefone? Ligue 180!

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No dia Internacional da Mulher comemorado em 08 de março - deveria ser em todos os dias,

Ligue 180.

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A Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180, criado no primeiro governo do Presidente Lula, é um serviço que caracteriza uma correta política pública essencial para o enfrentamento à violência contra a mulher em âmbito nacional e internacional.

Por meio de ligação gratuita e confidencial, esse canal de denúncia funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana, no Brasil e em outros 16 (dezesseis) países: Argentina, Bélgica, Espanha, EUA (São Francisco e Boston), França, Guiana Francesa, Holanda, Inglaterra, Itália, Luxemburgo, Noruega, Paraguai, Portugal, Suíça, Uruguai e Venezuela.

Além de registrar denúncias de violações contra mulheres, encaminhá-las aos órgãos competentes e realizar seu monitoramento, o Ligue 180 também dissemina informações sobre direitos da mulher, amparo legal e a rede de atendimento e acolhimento.

Para comemorar, dedico a todas as mulheres e homens comprometidos com esta causa, uma cansão gravada pela Diva Elza Soares, considerada a Voz do Milênio pela BBC.



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Mais sobre o tema,

Aqui, 
Aqui,
e Aqui.

A peste

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A Série Trágica, da tragédia da Aldeia Global e do eterno subdesenvolvimento não macunaínico.

O governo ia tão mal, mas tão mal, que deram graças a Deus (nesse país há muito tempo que só existia um deus, o Deus) quando apareceu um vírus...

O governo ia tão mal, mas tão mal, que deram graças a Deus (nesse país há muito tempo que só existia um deus, o Deus) quando apareceu um vírus, que diziam ser letal. Oravam todos os dias para que a população fosse contaminada. Mas não só a população permaneceu ilesa, como o vírus não era tão letal.

Pelo menos havia o vírus, e o governo se valeu disso! A notícia ganhou tanto destaque no país e provocou tanto medo e pânico que, diante da morte iminente, a população não se preocupou mais com o preço da gasolina, a venda das estatais (as últimas), a reforma da Previdência, o sucateamento das universidades públicas, os crimes de milicianos… 

Quanto ao governo, ele só se preocupou quando soube que o vírus era um hermafrodita, naquele país não se admitiam aberrações desse tipo.



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por Dirce Waltrick do Amarante,
(Em quarentena).

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Texto original em Jornalistas Livres


“Estação Primeira de Nazaré, A Verdade Vos Fará Livre”

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Imagem: El País
"Favela, pega a visão, não tem futuro sem partilha nem Messias de arma na mão.

Pelo menos dez das das treze escolas de samba do Rio de Janeiro levarão para a Sapucaí um enredo crítico ao contexto político brasileiro. Uma delas é a Estação Primeira de Mangueira, que venceu o carnaval de 2019 com o refrão "Brasil, chegou a vez de ouvir as Marias, Mahins, Marielles, malês". 

Em 2020, a verde e rosa se apresenta como a “Estação Primeira de Nazaré”, no “A Verdade Vos Fará Livre”. O nome da música faz uma referência explícita ao jargão utilizado pelo presidente Jair Bolsonaro, em sua campanha nas eleições de 2018: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”, João 8:32, da Bíblia Sagrada. 

A versão da Mangueira, no entanto, traz um “Jesus da gente”, de “rosto negro, sangue índio, corpo de mulher”, filho de pai carpinteiro desempregado e de mãe Maria das Dores Brasil. O samba-enredo foi assinado por Manuela Oiticica, a Manu da Cuíca - que emplacou a canção do carnaval deste ano - ao lado de Luiz Carlos Máximo.

“Será que todo povo entendeu o meu recado? Porque de novo cravejaram o meu corpo, os profetas da intolerância (…) Favela, pega a visão, não tem futuro sem partilha nem Messias de arma na mão”, conforme trecho da letra.

“Com certeza, ele (Jesus Cristo) aprovaria uma escola espetacular que trata a favela como um ato de sobrevivência, especialmente com esse governo que mais mata favelados. Mas o samba mostra que estamos vivos”, disse Manu da Cuíca, em entrevista ao site “Carnavalesco”.

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A Verdade Vos Fará Livre
Eu sou da Estação Primeira de Nazaré
Rosto negro, sangue índio, corpo de mulher
Moleque pelintra do buraco quente
Meu nome é Jesus da gente
Nasci de peito aberto, de punho cerrado
Meu pai carpinteiro desempregado
Minha mãe é Maria das Dores Brasil

Enxugo o suor de quem desce e sobe ladeira
Me encontro no amor que não encontra fronteira
Procura por mim nas fileiras contra a opressão
E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão
Eu tô que tô dependurado
Em cordéis e corcovados
Mas será que todo povo entendeu o meu recado?


Uma Pirralha no Topo do Mundo

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No topo do Mundo
Significado de Pirralha:

. É o feminino de pirralho. O mesmo que: bambina, menina.
. Pessoa baixa, de pequena altura (físico).

Mas bem que poderíamos acrescentar... 

- Pessoa pequena, com ideias grandes e valorosas para a humanidade. Que usa a sua estatura física e capacidade mental para combater as imbecilidades dos idiotas institucionais, no Brasil (O Coiso), Estados Unidos da América do Norte (Trump) e no Mundo.

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Isto posto, vamos rememorar algumas afirmações doentia do atual presidente do Brasil.

- Em 6 de julho, em meio à crise ambiental envolvendo queimadas e desmatamento na Amazônia, disse que “o Brasil é uma virgem que todo tarado de fora quer”. Também nesse contexto que o ex-deputado que passou mais de vinte anos mamando nas testas do Congresso Nacional, comentou a aparência da primeira-dama francesa, Brigitte Macron, comentário reforçado pelo seu retardado ministro da Economia, Paulo Guedes, o Coisão da Economia.

- Ao longo de 2019, reiteradas vezes saiu em defesa do jogador de futebol Neymar quando ele foi acusado de estupro e disse a jornalistas que “todo mundo gostaria de passar uma tarde com um príncipe, principalmente vocês, mulheres” ao comentar agenda com o príncipe da Arábia Saudita Mohammed bin Salman, suspeito de ordenar o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi.

- Após falar que o Brasil não poderia ser um país do turismo gay, em abril, também disse que “quem quiser vir aqui (no Brasil) fazer sexo com uma mulher, fique à vontade”. Só não colocou dele à disposição.

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Agora, sem pudor, parte para cima de uma inteligente menina, que lhe responde à altura e com classe, como uma verdadeira líder mundial na área em que atua. Pura inveja, visto que não consegue nem ibope positivo nas pesquisas do Ibope.

Mas a Greta permanece no Topo do Mundo, como diz a Canção: "Estou no topo da montanha, fixo o grande abismo, não rio e não choro, estou aqui pronta pra cantar..."

Segundo a ONU, o Brasil é o sétimo país com mais desigualdade no mundo

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Relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) mostra que Brasil só tem menos desigualdade que alguns países africanos.


O Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) de 2019, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), mostra que a desigualdade no Brasil está piorando a cada ano. Ainda sem avaliar o impacto das medidas do governo de Jair Bolsonaro, o estudo coloca o país como o 7º mais desigual do mundo, atrás apenas de algumas nações africanas. O documento, intitulado Além da renda, além das médias, além do hoje: desigualdades no desenvolvimento humano no século XXI, está disponível no site da ONU Brasil. Para Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese, a situação já deve ser pior.

“Isso significa que nós temos uma extrema concentração de renda e riqueza. Vem crescendo o contingente de pessoas que vivem no Brasil em situação de pobreza ou extrema pobreza. Isso é fruto de um sistema econômico que gera um volume de riqueza muito alto. Estamos entre as dez maiores economias do planeta, mas estamos também entre as dez economias mais desiguais do mundo”, explicou Clemente, em entrevista à Rádio Brasil Atual. “É provável que esses dados tenham piorado porque o problema da desigualdade se agrava no Brasil, principalmente por conta do desemprego de longa duração.”

Segundo o diretor do Dieese, a concentração de renda no Brasil é extremamente elevada. Os 10% mais ricos concentram quase 42% de toda a riqueza gerada na economia brasileira. O 1% mais rico concentra mais de 28% de toda riqueza. “Para que nós tivéssemos uma situação revertida, de um lado a economia devia estar claramente orientada para um crescimento econômico com geração de emprego e crescimento dos salários, o incremento da produtividade, uma estrutura tributária progressiva onde quem ganha mais paga mais impostos”, defendeu. “No Brasil é o contrário, os mais pobres pagam proporcionalmente mais impostos que os mais ricos.”

Clemente destacou que para a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) uma estratégia de crescimento deve estar orientada para a produção de igualdade, o que significa atuar de forma incisiva nesse processo de concentração de renda. “No caso brasileiro, por exemplo, uma reforma tributária que faça uma tributação pesada sobre a riqueza deveria ser uma orientação básica. 

Para que, de um lado, o Estado tenha condições de financiar atividades produtivas que geram empregos de qualidade, estruture políticas públicas universais para que essa desigualdade seja enfrentada e superada”, afirmou.

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