E as vezes não é possível perceber na primeira leitura...
Passado mais de um ano da falsa polêmica que se estabeleceu nas Redes Sociais, agora é possível compreender que a forma inicial de um jornalista ou meio de comunicação se posicionar perante o governo federal é olhar para o modo como escrevem o título que, em nosso regime presidencialista, cabe à mulher que ora ocupa a posição de maior destaque na cena política nacional: presidente Dilma ou presidenta Dilma.
Sabemos que as duas possibilidades estão corretas do ponto de vista da gramática normativa. A mulher que ocupa a presidência pode ser chamada de "presidente". Mas também sabemos que Dilma prefere "presidenta". Tanto assim é que o programa semanal Café com o Presidente tornou-se Café com a Presidenta, e no site oficial do Planalto há um serviço intitulado "Fale com a Presidenta".
Quando Carlos José Marques, da revista Isto É, escreve que "o governo da presidenta Dilma começa de fato em 2012" (seu editorial desta semana), expressa discreta simpatia pela sucessora de Lula. Quando J.R. Guzzo da revista Veja (e toda a revista Veja) escreve "a presidente da República" ou "a presidente Dilma", manifesta frieza e mal-estar.