"Porque o que nos baliza é o que está na Constituição".
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"Em entrevista dada ontem ao Correio Braziliense,
o Comandante do Exército, general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas fez o que
se espera de um chefe militar moderno e inteligente.
Sem grosserias ou
oportunismo, defendeu o papel das Forças Armadas na vida nacional, alertou para
os perigos de perder-se, com a crise, o avanço organizacional e tecnológico dos
programas militares, manifestou disciplinadamente os problemas materiais de
tropa e equipamento e, num recado político que não podia ser mais claro, disse
que os compromissos da Força são com a estabilidade, a legalidade e a
legitimidade em suas ações.
O arremate foi enfático: “Não há a menor hipótese de os
militares virem a tomar o poder novamente.” Nada de conversas maquiadas,
hipóteses genéricas, afirmações transversas: “Não, não e não. Nenhuma
(possibilidade).
A entrevista aos repórteres Ana Dubeux, Carlos Alexandre,Leonardo
Cavalcanti e Nívea Ribeiro foi republicada , na íntegra,pelo site Defesanet e
merece ser lida inteirinha. Não é conversa de “militar político”, mas é
infinitamente superior porque é de militar com estratégia na cabeça e
estratégia desenvolvimentista , com olho na unidade nacional.
“Da década de 1930 até a década de 1980, o Brasil foi o
país do mundo que mais cresceu. Tínhamos uma ideologia de desenvolvimento e,
mais importante, tínhamos um sentido de projeto. Nas décadas de 1970 e 1980,
cometemos o erro de permitir que a linha de fratura da Guerra Fria passasse
dentro da nossa sociedade. E, com isso, nos desestruturamos. Perdemos a coesão
nacional. Perdemos o sentido de projeto, e o Brasil anda meio à deriva. Não
sabe exatamente o que ser.”
Só os míopes e os rancorosos – e alguns, claro, mal-intencionados,
que exploram ressentimentos para manter
preconceitos militares contra a esquerda, o que sempre foi a tática de nossos
dominadores – acham que a experiência de
1964 é a tradição do Exército e se recusa a ver nos militares mola e alavanca do
desenvolvimento brasileiro.
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Abaixo, trecho da entrevista do General Vilas-Bôas: