Ontem a Argentina amanheceu de luto.
Convocadas pelas redes sociais, milhares de mulheres vestiram roupas pretas e, durante uma hora, pararam suas atividades em uma greve simbólica contra o feminicidio, a violência de gênero e a discriminação no trabalho.
No final da tarde, uma multidão reuniu-se em frente ao Obelisco - principal cartão-postal de Buenos Aires - e marcharam com guarda-chuvas até a Praça de Maio, em frente ao palácio presidencial.
A manifestação, convocada pelas redes sociais, é a terceira contra o femenicidio feita na Argentina. Dessa vez, as mulheres também fizeram greve e marcharam pela igualdade de direitos no mercado de trabalho.
Graciela Gonzalez, uma das participantes, afirmou que ficou sabendo da marcha pelo Facebook, e se sentiu identificada porque tem uma irmã que é vítima de abuso do marido. “Ela apanhou várias vezes e prestou depoimento na polícia. Se separou, mas continua ameaçada pelo ex-marido, sem qualquer proteção”.
O estopim do protesto foi a violência contra Lucia Perez, de 16 anos. Ela foi violentamente estuprada, torturada e morta na cidade balneária de Mar del Plata. Os assassinos lavaram, vestiram e levaram a vítima a uma clínica de reabilitação, na esperança de que a morte dela fosse atribuída ao excesso de drogas.