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30 março 2011

Surfando com ética


Coisa rara nos tempos atuais...
Confesso que jamais havia dado importância para uma tal de Bruna Surfistinha.
Ex-prostituta, ex-dependente química e personagem principal do filme que leva o seu nome e está atualmente em cartaz em circuito nacional.
Esta minha indiferença durou até domingo (27/03), enquanto manipulava o controle remoto da TV em busca de um bom divertimento (coisa difícil), e me deparei com um programa de entrevistas, cuja entrevistada era a tal Surfistinha.
O lema (que coisa antiga) do programa é: Vale tudo, só não vale mentir. O formato é de blocos com perguntas e respostas que necessáriamente devem ser respondidas. O prêmio oferecido aos participantes é de vinte mil reais (uma baba). Ah! Ainda tem um tal de Detector de mentiras, provavelmente resquiscios da Ditadura Militar e da prática de tortura que ainda se pratica no Brasil. A postura da Bruna me chamaou a atenção e resolvi assistir o programa até o final da entrevista.
Lá pelas tantas perguntaram a ela se entre os seus ex-clientes havia alguma celebridade.
-Bruna: Sim
Se as celebridades eram ou foram políticos, artistas ou jogadores de futebol.
-Bruna: as duas últimas categorias.
Se ela poderia revelar os nomes.
-Bruna: Não. Por questão ética e profissional - mesmo não exercendo mais a profissão.
Insiste a apresentadora: Lembre-se de que você não pode se recusar a responder nenhuma pergunta. Se eu pedir para que você fale só para mim, no meu ouvido, prometo que jamais revelarei os nomes. Se você se recusar, perderá cinco mil reais e ficará só com quinze mil.
-Bruna: Á época que foram meus clientes, eu assumi com eles um compromisso que jamais revelaria os seus nomes. Por uma questão de ética e de sigilo profissonal, NÃO VOU REVELAR! Cinco mil reais não é nada se comparado com a palavra que empenhei. Além disso, não é pelo fato de ter sido prostituta que eu não tenha postura ética. Perco cinco mil mas não quebro o compromisso!
Moral da história:
-A apresentadora e os outros dois entrevistadores ficaram com cara de paisagem...
-O auditório em unissímo fez Ooooooooooh! - talvez pensando só na grana - Afinal, para alguns, apenas o dinheiro tem importância.
-A Bruna se manteve firme e se revelou extremamente ética. Perdeu a grana, mas não perdeu a dignidade.
-E eu ganhei o meu domingo. Sabem porquê? Para mim, no campo da ética, independentemente dos espaços, profissão, credo e religião, não pode haver lugar para o meio termo.
Parabéns Bruna!

3 comentários:

  1. Olá querida Beth!

    Às vezes nos surpreendemos (positivamente) com as pessoas e isso nos mostra de que independentemente do que a pessoa faça em sua vida isso não significa que não tenha valores.

    Temos de respeitar a todos pois não sabemos os seus motivos.

    Adorei a postagem, parabéns!

    Bjokas
    Gisele

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  2. Ética rara de se encontrar nos dias atuais. As vezes os bons exemplos vem de onde jamais esperariamos que viessem.
    GRANDE abraço,

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  3. olá minha rica
    bem a guria mostrou mesmo
    q sustenta muito bem o q fala
    como dizem por aki
    ela honrou o bigode
    quem diria naum nunca imaginava
    q a mesma teria tal postura
    ta vendo como as pessoas nos surpreende as vezes para o bem as vezes para o mau mas sempre nos surpreendem

    bjim minha rica

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