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20 março 2012

Enquanto a crueldade avança, a justiça põe as duas mãos no freio.

Mas, quem de fato se importa?

O assassinato cruel e hediondo de moradores de rua é um grave sinal de que algo vai muito mal na nossa sociedade, “democrática e plural”. 
Entre abril de 2011 e o dia 16 de março de 2012, houve 165 homicídios.

Pelo menos a cada dois dias, uma morte de morador de rua ocorre no país. Das investigações policiais desses casos, 113 não avançaram e ninguém foi responsabilizado pelos homicídios. Foram registrados, também, 35 tentativas de homicídio, além de vários casos de lesão corporal.

São números inaceitáveis, que revelam o crescimento da intolerância de grupos de extrema-direita e do preconceito de setores da sociedade, alimentada por visões preconceituosas e doutrinárias, recheadas de  idéias que expressam deformações morais e humanas.
São casos de tortura, negligência, discriminação, violência sexual, entre muitos outros. Os Estados com maior número de denúncias em termos absolutos são São Paulo (120), Paraná (55) e Minas Gerais e Distrito Federal, ambos com 33 casos. Assusta, ainda, imaginar a quantidade de crimes que nem sequer chegam a ser denunciados e registrados.

De acordo com uma pesquisa nacional, a população de rua é predominantemente masculina (82%), e na maioria dos casos vive só (sem cônjuge, filhos ou familiares). Mais da metade (53%) está na faixa entre 25 e 44 anos, ou seja, em idade produtiva e reprodutiva.

A proporção de negros é substancialmente maior na população em situação de rua (67%), se observada  no conjunto da população brasileira (50,6%) (IBGE, 2008). Ainda que a maioria declare saber ler e escrever (74%), o nível de escolaridade é baixo, sendo que 15,1% nunca estudaram, 48,4% têm o primeiro grau incompleto e apenas 3,2% completaram o segundo grau.
A população em situação de rua é composta na sua grande parte por gente que trabalho: 70,9% exercem algum tipo de atividade remunerada, a maioria situada na economia informal. Em geral, a maioria das pessoas que se encontram em situação de rua não nasceu na rua, mas foi levada a essa situação, por motivos diversos.

A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República mantém um serviço que recebe denúncias sobre violações aos direitos humanos, o Disque 100, que registrou durante todo o ano passado 453 denúncias relacionadas à violência contra a população de rua. 

É competência do poder público, nas três esferas, adotar medidas que visem resolver esta situação.
É obrigação do cidadão denunciar.
O anonimato é sempre preservado.

2 comentários:

  1. Beth

    Crueldade é se achar no direito de extinguir especies e de matar os semelhantes ignorando seus direitos e a vida. Eu lamento tamanha maldade contra qualquer tipo de pessoa, seja de rua, crianças, índios, raça,não importa. E como o caso que ontem apareceu na França de um atirador escolher uma escola judaica e matar.

    O ser humano pode ser maravilhoso como tambem apavorante.

    Beijos

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  2. Olá minha querida amiga Beth, boa noite!!!
    Lamentável minha amiga, uma grande vergonha para nosso país... vidas são ceifadas sem o menor constrangimento e sem nenhum motivo, apenas pelo prazer de matar... eu diria que são os grupos de extrema-pobreza mental ou extrema-pobreza de espírito...
    Valeu minha amiga, temos que repudiar esse tipo de atitude desumana...
    Tenha uma linda noite e um maravilhoso dia!!!
    Beijos com carinho e muita paz!!!

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