O cineasta Spike Lee, diretor de “Faça a coisa certa” (1989) está no Brasil organizando a produção do documentário “Go Brazil Go!”, foi recebido ontem (25) no Palácio do Planalto pela presidenta Dilma Rousseff.
Ele disse que em “Go Brazil Go!” vai retratar como o Brasil se desenvolveu nos últimos anos e que deve vir ao país mais seis ou sete vezes até concluir o documentário.
“É um documentário sobre o novo Brasil, para descobrir que coisas aconteceram para tornar o Brasil uma superpotência. Vamos falar com pessoas do governo, das artes, dos esportes, e não podemos nos esquecer de dois eventos mundiais, a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, quando os olhos do mundo estarão voltados para o Brasil”.
Depois, Lee entrevistou Matilde Ribeiro, que foi por cinco anos Ministra da Igualdade Racial do governo Lula, e perguntou por que havia poucos negros no Governo.
Matilde, encabulada, tratou de diferenciar a situação entre os negros do Brasil e dos Estados Unidos, e lembrou que só agora os americanos escolheram um presidente negro.
Lee quis saber se uma brasileira poderia vir a ser Presidenta.
Ela disse: “temos que almejar o máximo”. Embora, no Brasil, o processo político seja mais lento. Ao final, Matilde Ribeiro ficou com a impressão de que Lee acha os negros brasileiros uns frouxos.
Lee disse que a Abolição dos escravos nos EUA ocorreu apenas vinte anos antes da brasileira, e os negros americanos avançaram muito mais.
Lee perguntou: por que vocês não viram a mesa?
Só faltou recomendar: Façam a coisa certa!
Vamos ver o que dirá hoje o STF, após a votação da ADPF 186.

Spike Lee fez questionou a ministra, sem noção de que no Brasil “nós negros”, não nos candidatamos, por razões daquelas que a maioria credita como: “descrença” na, digamos, aptidão em governar o país. - Estou provocando ... Observe na essência, quando digo: “nós negros”, porque a coisa nem tem tanto a ver com a cor da pele; mas sim no crédito que é dado às minorias...
ResponderExcluirAs pessoas apostam só naqueles que são notícia e, não naqueles que estão tentando mudar ...
Além do mais, fica difícil passar a vida tentando mudar sozinho a cornucópia de corruptos e desiguais tidos no Palácio do Planalto.
É necessário construir projetos desafiadores, não apenas por “nós negros”, “brancos”, “ índios”, e “orientais”, mas também por toda a sociedade que deseja arrancar esse adjectivo: “frouxos” da cabeça dos norte-americanos.
Até mais ...
PS: ...Compartilhado, tá! ;-)
Oi, Beth querida, há quanto tempo! Suas atualizações de blog não estavam aparecendo na minha lista, por isso há tempos não venho aqui. vou recadastrá-lo. No Dihitt só tenho tempo de entrar nos finais de semana. Como sempre, encontrei essa beleza de post. Queria aproveitar para parabenizá-la, esses dias foi seu aniversário, não é? Que Deus a abençoe, sempre . Um abraço!
ResponderExcluirOi Beth,
ResponderExcluiracho que este adjetivo de "frouxo" cabe ao povo brasileiro em geral e não só aos negros brasileiros, a característica maior do brasileiro é a passividade, mas isto se estende a toda cor de pele, aqui o povo não se sente no direito de ir em busca e exigir seus direitos, preferem reclamar esperar que alguém faça o que precisam.
A característica do negro americano é muito diferente da característica do negro brasileiro, creio eu que até por causa do tipo de racismo que cada um sofreu. Nos Estados Unidos o racismo era violento, declarado, se matavam pessoas diante de todos só por serem negras e a lei não punia os brancos, criavam-se ambientes hostis ao que os negros reagiam também com bastante mais força e repúdio do que os negros daqui que sofreram um racismo velado, declaradamente eram aceitos, as leis da fraternidade eram pregadas, na prática a discriminação existia forte, isso tirou dos brasileiros a reação mais determinada como se vê nos Estados Unidos, pois eles aparentemente eram aceitos, depois da abolição não haviam lugares exclusivos para brancos e outros para negros nos EUA isto era regra até pouco tempo.
Atualmente alguns negros americanos discriminam muito mais os brancos do que os brancos a eles, conheço regiões de negros lá, que brancos não podem nem passar perto ou serão agredidos. Violência gerou violência, intolerância gerou intolerância.
Acho que o Sr Spike Lee se equivoca ao julgar atitudes dos brasileiros com base nas atitudes dos americanos, não acho que a relação negros/brancos dos Estados Unidos seja modelo ideal para nenhuma nação, acho que nosso povo tem que achar o caminho para seus próprios problemas, respeitando-se sua história e cultura e que cada pessoa tenha seguro em si o seu valor, que não se deixe discriminar nem sofrer preconceito, imponha-se, vá em busca de seus objetivos e ideais, outro dia você publicou uma história linda aqui, de uma professora negra que foi à luta em um tempo muito mais preconceituoso que hoje e garantiu seu lugar ao sol e o respeito de todos.
Gostei da resposta da Ex Ministra, devolvendo a ele a crítica.
Que cada um saiba primeiro fazer por si, depois exigir do outro, só conjugando estas duas atitudes é que as conquistas são efetivas.
Beijo Beth
Assino embaixo das palavras da Van.
ResponderExcluirBrasileiros e americanos são muito diferentes, independente da cor de pele.
Também acho que aqui o racismo come solto, senão não haveria essa estória de quotas para os negros ingressarem nas faculdades. Na minha ideia elas discriminam mais do que ajudam.
beijos, querida