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19 setembro 2012

Não acredite em combustão espontânea

Juntamente com o alto número de incêndios, segue-se a suspeita: foram coincidências?

Em uma área em que se encontram 114 favelas de São Paulo, houve 9 incêndios em menos de um ano, enquanto que em uma área em que se encontram 330 favelas não houve nenhum. Algo muito peculiar deve acontecer com a minoria das favelas, pois apresentam mais incêndios que a vasta maioria. Ao menos que o clima seja mais seco nessas regiões e que os habitantes dessas comunidades tenham um espírito mais incendiário que os das outras, a coincidência simplesmente não é aceitável. Segundo a física, propelente ou propulsante é um material que pode ser usado para mover um objeto aplicando uma força, podendo ou não envolver uma reação química, como a combustão.

O evento não é novo: em quatro anos foram registradas 540 ocorrências. Entretanto, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada em abril deste ano para investigar os incêndios segue parada, desrespeitando todos os trabalhadores brasileiros que tiveram suas moradias engolidas pelo fogo. 

Pensar em coincidência em uma situação dessa é querer fechar os olhos para o mundo. Resta aos moradores das comunidades resistirem contra as forças do mercado imobiliário, pois quem brinca com fogo acaba por se queimar. Enquanto isso, como disse Leonardo Sakamoto, “… favelas que viram cinzas são um incenso queimando em nome do progresso e do futuro.”

Àqueles que ainda se apegam às inconsistências do destino, vamos a mais alguns fatos, aqui:
João F. Finazzi

3 comentários:

  1. Até que enfim alguém que pensa como eu. Venho há meses afirmando que esses constantes incêndios em favelas paulistas têm estreita relação com a especulação imobiliária. Pensei que ninguém mais ia ver isso.

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  2. Isso Andre.
    Não estamos sós!
    Assim, se faz necessário desconstruir o que aparentemente pode parecer natural.
    Obrigada pela travessia.
    Bom inicio de semana e tudo de bom.

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  3. Não acredite mesmo. Há algo de muito estranho nestes incêndios. Uma ocorrência a cada dois dias não é normal, nem em condições de conflitos ou guerras. Onde esta o estado que não investiga, não protege, não pune. Esta ausente, assistindo a tudo. Ótimo artigo Beth.

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