Páginas

23 julho 2013

Os sóis que a noite esconde

No ano de 1909, nasceu Vitalino, no nordeste do Brasil.

E a terra seca, onde nada cresce, foi terra molhada, para que brotassem seus filhos de barro.

No começo forma brinquedos, que suas mãos modelaram para que acompanhasse a sua infância.

E o passo do tempo transformou os brinquedos em pequenas esculturas, tigres e caçadores, lavradores com suas enxadas escavando a terra dura, os guerreiros do deserto alçando fuzis, as caravanas dos retirantes expulsos pela seca, os violeiros, as bailadoras, os namorados, as procissões, os santos...

E assim os dedos mágicos de Vitalino contaram a tragédia e a festa da sua gente.

****
(Eduardo Galeano, Os Filhos dos Dias, Página 221)

4 comentários:

  1. É isso mesmo, não podemos deixar morrer da memória do nosso povo os grandes mestres da arte brasileira.
    Abraço

    ResponderExcluir
  2. Querida Beth, essa tua partilha tão singela do Vitalino e suas esculturas de barro, trouxe-me cá lembranças da minha meninice, onde em nossas ruas ainda de terra batida, quando chovia criava uma lama só!



    E nós a criançada faziamos uma festa! Era tomar banho embaixo das bicas e depois quando amainava,já refeitos do frio, concorriamos entre nós para quem melhor fazia seus bonequinhos e panelinhas de barro, que punhamos a secar ao sol quando esse resolvia aparecer.



    Tempos felizes de inocência,onde sinto que realmente as crianças tiveram realmente oportunidade de serem crianças nos folguedos.

    Grata por esse momento, por nos trazer de volta o Vitalino vulto tão precioso do nosso legado.

    Meu boa noite e um carinhoso abraço

    ResponderExcluir
  3. Parabéns pela postagem, amiga
    Bjs
    Lúcia

    ResponderExcluir
  4. Beth,

    Que bacana, não conhecia o nome deste ceramista, contudo sempre admirei os trabalhos.

    Bjs

    ResponderExcluir

Entre e fique à vontade.
Deixe-nos o seu comentário.
Apenas respeite os princípios da Travessia que norteiam este Blog, que navega na defesa da dignidade da pessoa humana, da democracia e das diferenças, em qualquer dimensão.
Grata por seu comentário.
Volte...
Grande abraço.