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15 agosto 2012

Quase refém da irracionalidade, em nome do direito!

Ontem, depois de trabalhar o dia inteiro, resolvi retornar para casa para e desfrutar de um merecido descanso.

Fui impedia de sair do prédio!

Fui cercada pelos grevistas, em um prédio também cercado pela polícia. 
A PM tentando proteger o patrimônio público, e os grevistas tentando intimidar os não grevistas.

Fui dirigente sindical por muitos anos, portanto não sou e jamais serei contra greves.
Entretanto, sempre defendi a greve, “greve”. Com o bônus (atendimento das reivindicações salariais e sociais) e o ônus (suspensão da assinatura do ponto, até o término do movimento, como forma de demonstração de autonomia frente aos patrões, conforme o discurso sindical que aprendi).

É cômodo fazer greve sem corte de ponto e com a garantia de recebimento de salário ao final do mês! Nem a sociedade e nem o governo devem pagar para os grevistas fazerem greve. Pode ser um direito, mas não é ético. Dinheiro público pertence ao público. E o público não foi consultado sobre esta questão.

Ponto e pagamento dos dias cortados se negocia ao término da greve!

O que me causa mais indignação é o fato de que ao término de cada movimento grevista, o discurso de defesa dos serviços públicos e do patrimônio nacional, sempre é enterrado na vala comum da amnésia da conveniência, e a fatura do pagamento da conta enviada para quem de fato paga as contas: os trabalhadores do setor privado.

-Já passou da hora do Congresso Nacional cumprir o seu papel de legislador e regulamentar o direito de greve – definindo os limites, direitos e deveres, especialmente nos setores essenciais (saúde, educação, segurança e vigilância sanitária).

-Já passou da hora do governo enquanto patrão, dialogar com a sociedade sobre os limites financeiros e orçamentários para o atendimento de todas reivindicações, no momento.
O silêncio do governo não ajuda.

-Já passou da hora da sociedade deixar de ser refém de interesses corporativos de seguimentos de servidores, “já privilegiados” em relação aos demais trabalhadores, e que não cumprem o papel social para o qual foram efetivados.

Espero que o dia de hoje não se transforme em um Cabo do Medo, e eu consiga retornar para a minha casa em paz fisicamente, já que em relação a minha consciência não encontro dilemas.

Beth Muniz
Direto de algum lugar da Esplanada dos Ministérios

3 comentários:

  1. Pra você ve né Beth Muniz , os caras não respeitam mesmo , você cansada e eles olhando os próprios umbigos , concordo 100% contigo , os caras só fazem greve com coisas erradas tipo transporte público abs.

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  2. Pra você ve né Beth Muniz , os caras não respeitam mesmo , você cansada e eles olhando os próprios umbigos , concordo 100% contigo , os caras só fazem greve com coisas erradas tipo transporte público abs.

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  3. acredito que estamos muito passivos,situaçoes acomulam,nós,assistimos querendo que melhore,politicos,só assitem como nós,também são seres humanos,grevistas,sao ousados e ativos,resumido a situaçaõ.

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