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13 setembro 2012

Assim com os demais, se a entrada foi pela porta da frente é por lá que deverão sair

Na Roda Conversa, do dia 11/09, o reitor da Universidade de Brasília (UnB), professor José Geraldo, contou a experiência de sua instituição sobre cotas: “Já tivemos cotas para filhos de fazendeiros, para filhos de homens de bem – sendo que esse conceito ‘de bem’, que esteve em nossas primeiras constituições, referia-se a uma origem patrimonialista. Muitas leis produziram exclusões muito marcantes, e isso não incomodava tanto. A realidade é que o mundo acadêmico está ficando mais conservador, destacou”.

Verdade! E o começo de tudo é preparar a sociedade e as comunidades acadêmicas para abrirem as portas das universidades e expandirem a consciência coletiva.

Seria uma vontade imperfeita se o governo Dilma depois de fazer tudo o que fez para garantir a aprovação das cotas nas universidades públicas, não operar institucionalmente para obter as condições concretas e objetivas que garantam a permanência desses estudantes na universidade, desde a admissão até a formatura.
Também na Roda, a jornalista Miriam Leitão foi categórica ao afirmar: “É preciso muito trabalho de apoio aos estudantes, especialmente os mais pobres, para que possam ter acesso a todo o material do mundo da alta tecnologia em que o conhecimento está envolvido”.

Verdade, absoluta. E quais seriam esses apoios? O que todos sabemos: apoio nos estudos e para residências, transporte, material didático e alimentação, evitando que a renda - ou, mais precisamente, a ausência dela, seja um impeditivo à continuação dos estudos.

Para tanto, o governo (Ministério da Educação e a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial - SEPPIR) devem preparar um conjunto de ações e medidas visando garantir as condições para essa permanência. E a Roda indicou um caminho: Discutir o papel do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (que está vinculado ao segmento empresarial, apoiado por recursos públicos), do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – que, respectivamente, patrocinam empresas e fornecem indicadores sociais.

Na medida em que tiverem  o apoio de bolsas e auxílios especiais, cujos valores ainda serão estabelecidos, os estudantes cotistas poderão enfim enfrentar os desafios e  as dificuldades e permanecerem nas universidades.

E ao final do longo processo de inclusão, a intelectualidade brasileira terá mais a cara de todo o povo brasileiro, com os tons de todas as cores!

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