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23 junho 2014

Na segunda tudo muda, quem não me mata me beija...

Segunda é dia de branco, vou arrastar meu tamanco...
Quem não tem dinheiro em banco, madruga e Deus não ajuda.

Sexta-feira eu dou o arranco,
no sábado aguento o tranco,
chega no domingo estanco,
Na segunda tudo muda...

Digo isso com alegria, não vejo o nascer do dia...
Mas pela Virgem Maria, tenho dinheiro e patrão.

Eu mesmo sou "mei" galego,
O meu chefe no emprego...
É que é mulato pra nego: 
- Só ecos da escravidão.
Se conhece pela bunda, pela tristeza profunda, mas é só dele a segunda.

Eu foi que herdei a senzala, mas agora a minha sala,
Tem geladeira de gala, à dele quase se iguala...

Muda o mundo em barafunda,
vou arrastar meu tamanco...
Que amanhã volto à peleja, quem não me mata me beija...

Mas ninguém morre de inveja.
Essa é a última cerveja, bendigo quem vai à igreja...

Quem não vai, louvado seja,
Segunda é dia de branco!





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