Brincadeiras à parte, ontem eu assisti ao primeiro debate na TV, pela corrida presidencial.
Após fazer uma avaliação de desempenho político dos participantes, cheguei as seguintes conclusões:
-Serra: Tentou usar pegadinhas (Apae, mutirão da saúde e industria naval) para confundir a opositora. Não funcionou. A petista respondeu a altura. Durante todo o debate Serra não conseguia se livrar da carga pesada que herda do governo FHC. Para quem precisava ganhar muito, Serra perdeu mais do que esperava.
-Marina: Continua numa situação incomoda. Como tenho dito: “um acorde dissonante”. Não consegue se livrar da sua história com o PT, ao mesmo tempo em que tenta se diferenciar do seu arco de aliança política. E é aí que se perde. Não encontrou ainda o seu DNA político.
-Plínio: Como não tem nada a perder nem a ganhar na disputa, aproveitou a oportunidade para se apresentar como um diferencial político. Roubou a cena e alguns momentos, e provocou até rasgos de risos da platéia vip. Bateu no Serra e na Marina. Na verdade o que o P-Sol quer é se credenciar junto ao eleitorado e eleger deputados nos estados. Boa estratégia. Aprendeu com o PT, seu partido original.
-Dilma: Em princípio tinha muito a perder. Era o principal alvo a ser atacado por todos os opositores. Precisa desmanchar e desfazer a imagem que o DEM/PSDB criou de que não passava de “um poste” que o Lula tentaria eleger a qualquer custo. Que não tem competência, é inexperiente e sucumbiria ao primeiro debate.
Não sucumbiu e traçou o seu principal adversário (Serra) na política. Para quem poderia perder muito, Dilma ganhou, e ganhou muito. Só não ganhou mais porque a audiência da Band não passou de 1,9%.
Mas, o principal concorrente da noite em termos de audiência, foi o futebol. Mais uma vez arrebatou a atenção do telespectador. Era noite de final da Copa Libertadores da América.
No mesmo horário do debate, a Globo que transmitia o jogo, atingiu 36,9% , enquanto a Record chegava a 7,4%.
Agora é só esperar o próximo.