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Mostrando postagens com marcador Machismo. Mostrar todas as postagens
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Choro, sim. Não há razão para rir quando quem perde é o Brasil

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Ontem foi um dia triste para o Brasil. Mesmo quem ontem estava rindo, soltando fogos, ainda vai se dar conta disso –a não ser que seja cúmplice ou tenha a ganhar pessoalmente com o governo ilegítimo que hoje se instala, esperamos que interinamente.

Não há como o país ficar melhor quando o que moveu os vencedores provisórios dessa disputa foram os sentimentos mais baixos:
– o ódio
– o egoísmo
– a ganância
– o desprezo pela democracia e pelas urnas
– a cobiça
– a irresponsabilidade
– o preconceito de classe e de origem
– o racismo
– a homofobia
– o rancor
– o machismo e a misoginia
– a vingança
– a traição
– a corrupção (sim, do lado dos que diziam que lutavam contra a corrupção estão os maiores corruptos brasileiros compondo e/ou apoiando o governo golísta)
– o desamor pelo Brasil
– a truculência
– a falta de empatia com os mais pobres e necessitados
– a burrice...

Porque o Espanto?

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Se sempre flertaram com o perigoso, nem sempre oculto, Nero da era moderna.

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Não entendo o porquê do espanto da mídia oficial “tradicionalíssima”, especialmente a Globo, e de alguns políticos “experientes” com a decisão do Comando do Exército de não punir Pazuello? Diz a Nota do Comando:

"Acerca da participação do General de Divisão EDUARDO PAZUELLO em evento realizado na Cidade do Rio de Janeiro, no dia 23 de maio de 2021, o Centro de Comunicação Social do Exército informa que o Comandante do Exército analisou e acolheu os argumentos apresentados por escrito e sustentados oralmente pelo referido oficial-general.

Desta forma, não restou caracterizada a prática de transgressão disciplinar por parte do General PAZUELLO”.

Em 2016, com a desculpa de era preciso estancar a corrupção, 367 deputados e 61 senadores votaram para afastar uma mulher íntegra e Presidenta honesta, da Presidência da República. Entretanto, esses homens e mulheres “íntegros” (entre eles Osmar Terra (PMDB-RS), Mandetta (DEM-MS), Izalci Lucas (PSDB-DF), Eliziane Gama (PPS-MA), Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Omar Aziz (PSD-AM) e Renan Calheiros (PMDB-AL), não tiveram coragem suficiente para lhe cassar os direitos políticos.

- Não podiam. Não restava comprovação.

Enquanto mídia estimulava a dicotomia política entre o PT (Lula) e PSDB (Aécio), o inimigo nem tão oculto tramava nos bastidores da Câmara dos Deputados o seu Golpe Perfeito: chegar ao Palácio do Planalto e arrastar junto o que havia de mais nazifascista da política brasileira, com um discurso “ novo e inovador”, que poucos perceberam.

- E os pseudos democratas como Temer, por exemplo. serviam a cabeça da Dilma numa bandeja, e não enxergaram o que se avizinhava por interesses pessoais, ou, não queriam enxergar mesmo...

Agora, diante da posição do total agachamento institucional do Exército Brasileiro ao Nero da era moderna, começam a pensar na possibilidade de um Golpe que semearam e regaram.

Para nós, mortais, resta apenas uma única alternativa: RESISTIR pela via democraticamente organizada.

Para as Forças políticas progressivas, resta apenas uma saída: JUNTAR os caquinhos e se aliançarem em uma estratégia capaz de derrubar nas próximas eleições, o que há de pior na política Nero-nazi-fascista que já submergiu dos porões do submundo das Casernas, Assembleias Legislativas, Câmaras de Vereadores e Congresso Nacional.

A tarefa é árdua, mas é possível.

Basta afastarem as Fogueiras das Vaidades!

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Beth Muniz

Em, 05.06.2022

"O Silêncio dos Homens"

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Com apoio da ONU Mulheres, documentário revela dados inéditos sobre masculinidade no Brasil.

“O silêncio dos homens” traz insights de estudo que ouviu mais de 40 mil pessoas pelo Brasil e antecipa elementos de pesquisa que foi divulgada na segunda quinzena de agosto de 2019.

“Desde a infância, a masculinidade é definida por meio de padrões impostos pela sociedade. Assim, meninos não podem chorar e demonstrar sentimentos. É um aprisionamento, vivido em silêncio, que pode gerar homens emocionalmente frágeis, afetivamente rígidos e muitas vezes violentos. O impacto disso na sociedade é terrível. A pesquisa endossa a urgência para se romper essa barreira e abrir o diálogo para que a masculinidade possa ser expressa em plenitude, livre de julgamentos”, diz Maria Paula Fonseca, diretora da Marca Natura.

Para acompanhar o projeto, saber das novidades em primeiro mão e ter acesso aos materiais que serão disponibilizados, siga as redes sociais do PapodeHomem (Instagram e Facebook) e acesse o site.

Ou, o artigo completo com todos os links das das empresas parceiras do Projeto e dos homens e mulheres que o apoiam, ao redor do Mundo, Aqui.


Últimas notícias sobre o clitóris

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Grande desconhecido. Ignorado. Inclusive mutilado. O único órgão humano destinado exclusivamente ao prazer simboliza a sexualidade das mulheres. Uma viagem de exploração ao centro do gozo erótico.
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Escudada em sua boina e seu celular, Lorena, de 38 anos, atravessa um parque de Madri, na Espanha, entre as árvores que, salpicadas de branco e rosa, ensaiam a explosão da primavera. Ao lhe mostrar uma imagem —uma cabecinha rosada com quatro extremidades -, o que ela arrisca como resposta faz total sentido.

– Isso é uma flor, né? De amendoeira?

Duas atendentes telefônicas passam ao seu lado, a caminho do metrô. Uma delas também acredita ver uma flor. Carregam marmitas, cansaço, pressa e mais de 40 anos. “Somos mães. Agora começamos a outra jornada”, despedem-se ao descer as escadas. A suas costas, um rapaz loiro, câmera no pescoço, sentencia: “Sei lá, é tipo um cara esparramado, com tudo balançando!”. Seus três colegas de classe  - estudam Comunicação Audiovisual - riem. Só Candela, de cabelo crespo e piercing no nariz, não hesita:

– É o clitóris.

A universitária de 19 anos o reconhece apesar de nunca ter visto essa espécie de forquilha dupla em nenhuma aula do colégio. “Pesquisei por aí”, diz, olhando para frente, talvez com pudor na frente da outra garota, que não tem nem ideia. Onde quer que você pergunte, os jovens na faixa dos 20 anos sempre respondem que no máximo lhes contaram como se faz um bebê (e como não fazê-lo). Sua escola sexual foi o pornô, os amigos e as redes sociais. Ponto.

Meu primeiro encontro com o clitóris ocorreu aos quatro anos. Com minha irmã, brincava de cavalinho sobre as portas dos armários da cozinha. Abrir, fechar. Cento e oitenta graus de movimento e de repente… uma sensação sublime. Talvez eu não devesse estar contando isto. De tanto cavalgar, o imenso móvel, repleto de vasilhas, louças e cristais, caiu em cima da gente. Quebrou tudo, menos nós. Minha mãe ameaçou nos levar para o hospício. E isso que não sabia do meu eureca lúbrico. Naturalmente, na minha casa - a casa de um urologista - esse órgão nunca foi mencionado.

Fala com certo acanhamento uma mulher magra. Óculos dourados sobre olhos grandes, que arregala muito ao falar. Miúda e com o cabelo ondulado, veste jeans largo e casaco escuro. Poderia ser professora? Parece beirar os 50 e tem ar jovial:

– Quando me masturbo chego ao orgasmo sempre. Mas com meu parceiro me custa. Não desconecto.


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Espere o efeito bumerangue. Nunca um presidente foi tão vulgar com uma mulher

ADRIANO MACHADO / REUTERS (REUTERS)
O ataque de Bolsonaro à repórter Patrícia Campos Mello vai ajudá-lo a definhar a partir de agora num Brasil onde 52% do eleitorado é feminino e que não vai mais voltar atrás em sua luta pelas mulheres

Os covardes machistas podem fingir que não são covardes machistas, mas em algum momento eles se revelam. 

E não há momento mais oportuno para os atores públicos do Brasil mostrarem que não o são, longe de serem coniventes com a baixaria empreendida pelo presidente Jair Bolsonaro contra a repórter Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo, na manhã desta terça-feira. 

Num país em que 52% do eleitorado é feminino, deputados e senadores deveriam ficar alertas. Eles têm a grande oportunidade de mostrar que não vão deixar a vulgaridade assumir o Brasil, rasgando todo e qualquer senso de decência do Estado em relação a uma mulher, deixando que se propague uma mentira orquestrada dentro do Congresso. 

Deixem de lado o fato de Patrícia ser jornalista. Ela é mulher. Poderia ser uma economista, uma copeira, uma faxineira, uma jogadora de futebol. Ela foi exposta com insinuações sexuais por um presidente, como nunca o Brasil viu. 

Ele não está na mesa de bar com amigos, está na frente das televisões dizendo que Patrícia queria “dar um furo a qualquer preço”, sugerindo sexo em troca de informação, o que é o mesmo que chamar uma mulher de prostituta. Só uma cabeça pervertida pode se sentir tão à vontade para dizê-lo em alto e bom som.
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Do El País.

Eu xingo mesmo, Diário, e daí? Quem vai encarar?

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Chamar o Paulo Freire de "energúmeno" fez tanto sucesso que vou anotar aqui uns xingamentos para os próximos dias.

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Como eu disse, Diário, chamar o Paulo Freire de “energúmeno” fez tanto sucesso que vou anotar aqui uns xingamentos para os próximos dias:

Pelé: “Perna-de-pau!”
Ayrton Senna: “Barbeiro do cacete!”
Tom Jobim: “Desafinado!”
D.Pedro II e Jô Soares: “Monte de banha!”
Lula: “Nove-dedos!”
Jorge Amado: “Comunanalfabeto!”
Cazuza: “Lambedor de microfone!”
Irmã Dulce: “Carola-baiana-que-devia-vender-acarajé-em-vez de ficar-dando-sopa-pra-mendigo!”
Chico Buarque: “Olho verde de remela!”
Marechal Rondon: “Babá de índio!”
Tiradentes: “Colar de corda!”
Ulysses Guimarães: “Múmia paralítica!”
Carlos Drummond de Andrade: “Carequinha magricelo!”
Chico Mendes: “Abraçador de seringueira!”
João Gilberto: “Pessoa conhecida!”
Chico Anysio: “Comuno-humorista!”
Santos Dumont: “Cabeça de vento!”
Chico Xavier: “Espírito de porco!”
Machado de Assis: “Mulatinho-metido-a-besta-que-não-serve-nem-pra-escrivão-de-polícia!”

É isso, Diário. A gente tem que derrubar os mitos. Opa! Os mitos, sim, o Mito, não!
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DIÁRIO DO BOLSO
Publicado por José Roberto Torero, Hoje no (((RBA

Manual orienta professores e escolas a como se defenderem de atos de censura

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Publicação, realizada por cerca de 60 entidades, sugere ações jurídicas e político pedagógicas como medidas de enfrentamento.

Em resposta aos crescentes ataques direcionados a professores, estudantes, gestores, profissionais da educação e escolas de todo o País por movimentos ultraconservadores e fundamentalistas, um grupo de instituições defensoras da educação, da liberdade de ensino e do pluralismo de concepções pedagógicas, lança um manual de defesa contra a censura nas escolas.

A partir de 11 casos modelo, na maioria verídicos, ocorridos em escolas municipais e estaduais, o material sugere ações práticas das quais as comunidades escolares podem lançar mão diante às perseguições. As orientações passam por respostas jurídicas, que tomam como base os direitos constitucionais relacionados à educação e ao ensino, e também respostas político-pedagógicas, capazes de estimular a reflexão nas comunidades escolares.

O manual é assinado por cerca de 60 instituições, como Ação Educativa, Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, Professores contra o Escola sem Partido. Também são apoiadores da iniciativa o Fundo Malala, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão e o Ministério Público Federal.



#EleNão. #NósSim

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É com corpos que se recusam a ser determinados pelo ato de ser violentada ou pelo ato de violentar que podemos criar um outro jeito de ser e de estar nesse mundo.

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Demorei a entender que a violência de ter um corpo sempre em risco não era um dado a mais na trajetória de uma vida. Não era um trauma ou uma história triste. Ou vários traumas ou várias histórias tristes. A violência é tão constituinte do que é ser uma mulher como nossos ossos, órgãos, sangue. A violência é estrutural no nosso ser e estar no mundo. Compreendemos o que somos pela ameaça aos nossos corpos.

Ser mulher é ser um corpo que não se sente seguro em lugar algum.

Se cada uma de nós pensar com coragem, descobrimos que a maioria de nossas decisões passa por onde colocar nosso corpo. Como colocar nosso corpo. Como nosso corpo é visto. E, principalmente, como proteger nosso corpo. Dos olhos, das mãos, das facas, dos pintos que não autorizamos a entrar.


Se o olhar do outro é o que nos funda, nos descobrimos mulher antes de nos descobrirmos mulher, antes mesmo da podermos pronunciar a palavra mulher, pelo olhar que nos invade. Não o que nos ama, mas o que nos julga. Não o que nos reconhece, mas o que nos converte em objeto. Não o que pede permissão, mas o que viola. Se o olhar do outro nos diz quem somos, mesmo antes de compreender a palavra medo nós já tememos.


Ser mulher é ter a cabeça arrebentada a balas por ousar desafiar o poder. É ser Marielle Franco, Dorothy Stang, Luana.

Ser mulher é... Para entender melhor, continue aqui.


Caça aos Livros HeForShe

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Organizada pela ONU Mulheres em parceria com o Metrô de São Paulo, Caça aos Livros HeForShe tem inscrições prorrogadas até o dia 16 de maio.

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Que tal participar de um jogo pela igualdade de gênero e ter a chance de encontrar um livro feminista inspirador enviado por uma das personalidades apoiadoras do movimento #ElesPorElas #HeForShe? ♥
Inspirada no clube de leitura "Nossa estante compartilhada" (do inglês, “Our Shared Shelf”), criado pela Embaixadora da Boa Vontade da ONU Mulheres, Emma Watson, a Caça aos Livros HeForShe será uma ação de engajamento de jovens entre 13 e 32 anos, de todos os gêneros, no Movimento ElesPorElas HeForShe; e de incentivo à leitura de livros que abordam temas de igualdade de gênero, raça e etnia.

A Caça aos Livros acontecerá no dia 25 de maio de 2018, às 13h, no Metrô de São Paulo, com liderança da equipe da HeForShe. A ação consistirá em um jogo onde participantes poderão procurar, ao longo de uma hora, uma de 150 cópias do livro “Malala: a menina que queria ir para a escola”, da escritora brasileira Adriana Carranca. Dessas 150 cópias, 30 serão premiadas com um cupom que poderá ser trocado por mais um livro, escolhido, autografado e doado pelas seguintes personalidades apoiadoras do movimento HeForShe: Astrid Fontenelle, Bela Gil, Camila Pitanga, Fernanda Rodrigues, Gaby Amarantos, Helena Rizzo, Juliana Paes, Kenia Maria, Mariana Weickert, Micaela Goes, Mônica Martelli, Nadine Gasman e Pitty. 

E tem mais! A Embaixadora global do movimento HeForShe, Emma Watson, também contribuiu para a ação, com o envio de uma cópia autografada do livro “A Cor Púrpura”, de Alice Walker – um dos títulos selecionados pelo Clube de Leitura. ♥ Como não amar? ♥


Como participar:

Alemanha: Filme expõe bastidores do impeachment de Dilma em Festival de Berlim

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O que a mídia tupiniquim esconde por aqui, o Mundo mostra.

Dilma Rousseff perdeu a Faixa Presidencial, mas poderá levar pra casa o cobiçado Urso de Ouro (prêmio de melhor filme do Festival de Berlim). Retratando os bastidores de seu impeachment, o filme O Processo, de Maria Augusta Ramos, foi selecionado para a mostra Panorama, do Festival de Berlim, um dos principais do mundo, de 15 a 25 de fevereiro, na Alemanha.



A diretora já confirmou a presença na exibição do longa, marcada para 21 de fevereiro, na Alemanha. Dilma Rousseff, ainda não se sabe se irá.

As possibilidades de premiação não são pequenas, Maria Augusta costuma levar todas as glórias, nas competições que disputa.

Com seu filme Desi, emplacou o mais importante prêmio do cinema holandês, o Bezerro de Ouro, e o Prêmio de Público no Festival Internacional de Documentários de Amsterdã, considerado o Cannes do cinema não-ficcional.

Quatro anos depois, em 2004, Justiça recebeu nove prêmios, entre eles o Grand Prix de melhor filme, no Festival Internacional de Cinema Visions du Réel, na Suíça; o Grand Prize no Festival Int. de Documentários de Taiwan; o La Vague d’Or de melhor filme, no Festival Internacional de Cinema de Bordeaux, França; o Prêmio da Anistia Internacional no CPH Dok – Festival Int. de Documentários de Copenhagen, e o Prêmio de Melhor Filme no Play-Doc – Festival Internacional de Documentários de Tui, Espanha.

Seu filme Juízo, de 2013, recebeu da crítica o Prêmio Melhor Filme, no DOK Leipzig – Festival Internacional de Documentário na Alemanha e os Prêmios de Melhor Filme no One World Internationbal Documentary Festival, em Praga, e no Watch Docs Internarional Film Festival, em Varsóvia.

Morro dos Prazeres abiscoitou os prêmios de melhor direção, melhor fotografia e melhor som no 46º Festival de Cinema de Brasília, em 2013.

No VIII Janela Internacional de Cinema de Recife, Futuro Junho mereceu o Prêmio de Melhor Filme, e no Festival de Cinema do Rio, o de Melhor Direção, em 2015.

Mesmo ano em que Seca, o sétimo longa da diretora, foi exibido na Competição Internacional do Festival Internacional Visions du Reel, na Suíça, e recebeu o Merit Prize – Prêmio especial do Júri no Festival Internacional de Documentários de Taiwan.

Mais do que um documentário sobre os bastidores do julgamento que culminou no impeachment de Dilma, em 31 de agosto de 2016, O Processo poderá se tornar um extraordinário instrumento político para informação à opinião pública internacional da profunda crise política que o Brasil atravessa e do colapso das instituições democráticas em nosso país. 

Os filmes de Maria Augusta Ramos costumam bater recorde de participação em festivais pelo mundo. Só o documentário Justiça foi exibido em mais de 50 festivais internacionais.

O longa é produzido por NoFoco Filmes, co-produzido por Canal Brasil e tem distribuição de Bretz Filmes. 

Por Hildegard Angel

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Os Algozes da Casa Grande
Foto: Agência Senado
Fonte: Rede Brasil Atual - RBA)))

“Uma Maranhense”

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Conheça Maria Firmina dos Reis, a primeira romancista negra do Brasil.

“Mesquinho e humilde é este livro que vos apresento, leitor. Sei que passará entre o indiferentismo glacial de uns e o riso mofador de outros, e ainda assim dou à lume. (…) Sei que pouco vale esse romance, porque escrito por uma mulher, e mulher brasileira, de educação acanhada e sem trato e a conversação dos homens ilustrados”.
(Firmina)

PIONEIRA

Maranhense também compôs o Hino de Libertação dos Escravos e foi primeira mulher a passar em um concurso público.

O livro "Úrsula" da escritora ficou esquecido no porão de uma biblioteca pública durante muitos anos Experimente pesquisar na internet o nome da escritora Maria Firmina dos Reis. O resultado mostra uma jovem branca com vestimentas nobres. Mas, a imagem é bem diferente da verdadeira fisionomia da primeira romancista negra do Brasil. 

"Rosto arredondado, cabelo crespo, grisalho, fino, curto e amarrado na altura da nuca. Olhos castanhos escuros, nariz curto e grosso, lábios finos, mãos e pés pequenos. A Firmina era uma escritora negra, do século XIX. Então, porque a representação imagética dela é de uma escritora branca?", questiona o pesquisador de literatura abolicionista Rafael Balseiro Zin. A situação, segundo ele, evidencia o esquecimento da vida e obra da maranhense. 

“Mesquinho e humilde é este livro que vos apresento, leitor. Sei que passará entre o indiferentismo glacial de uns e o riso mofador de outros, e ainda assim dou à lume. (…) Sei que pouco vale esse romance, porque escrito por uma mulher, e mulher brasileira, de educação acanhada e sem trato e a conversação dos homens ilustrados”.

Fechando o cerco, mesmo com a cerca furada

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O Senado aprovou ontem (10), em votação simbólica, projeto que altera a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) para permitir ao delegado de polícia conceder medidas protetivas de urgência a mulheres que sofreram violência doméstica e a seus dependentes. Pela legislação atual, essa é uma prerrogativa exclusiva dos juízes. O PLC 7/2016 segue agora para sanção presidencial.



De acordo com o projeto, a concessão de medidas protetivas de urgência pelo delegado só será admitida em caso de risco real – mas, não define o que seja risco real - deixando para o agente público a interpretação do termo. Aí sim: um risco real, legal e institucional difícil de se reverter-, ou iminente à vida ou à integridade física e psicológica da mulher e de seus dependentes. Nessa hipótese, depois de aplicar as medidas, a autoridade policial terá de comunicar a decisão ao juiz em até 24 horas, para que ele possa manter ou rever essa intervenção.

O Ministério Público também deverá ser consultado sobre a questão no mesmo prazo. Providências complementares para proteção da vítima - chegando até mesmo à prisão do suposto agressor - poderão ser pedidas pelo delegado ao juiz. A condicionante “até mesmo” é outro risco real do agressor não ser preso.

O também inclui o direito a atendimento policial especializado e ininterrupto, realizado preferencialmente por profissionais do sexo feminino e reforça a necessidade de que os estados e o Distrito Federal priorizem, no âmbito de suas políticas públicas, a criação de delegacias especializadas no atendimento à mulher e de núcleos de investigação voltados ao crime de feminicídio.

Um dos objetivos do projeto é assegurar, nas delegacias de polícia, o atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar por servidor habilitado, preferencialmente do sexo feminino, visto que há relatos de mulheres que são ridicularizadas por policiais quanto tentam registrar a ocorrência. Uma situação recorrente.

CNJ resgatou minha honra e deu recado à Justiça, diz juíza censurada

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Censura. 

Foi isso o que sofreu a juíza Kenarik Boujikian Felippe, 57, ao ser processada e condenada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo depois de expedir alvará de soltura de 11 presos provisórios que, segundo os autos, já haviam cumprido suas sentenças mas ainda estavam atrás das grades.


Foi a própria presidente do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), ministra Cármen Lúcia, que evocou o termo durante sessão que revogou, por 10 votos contra 1, a sanção aplicada pelo TJ-SP à juíza, ironicamente chamada de “pena de censura”, em que o juiz fica impossibilitado de receber promoções.

“Me parece […] que tenha havido não uma imposição de pena de censura, […] mas que tenha sido censurada a própria magistrada pela sua conduta e pela sua compreensão de mundo, incidindo sobre os fatos por ela examinados e julgados. E isso é grave”, declarou a ministra do Supremo.

A punição de Kenarik, cofundadora da Associação Juízes para a Democracia, havia mobilizado instituições ligadas à Justiça e aos direitos humanos, como IBCCrim (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais), IDDD (Instituto de Defesa do Direito de Defesa), Pastoral Carcerária, Conectas e Sou da Paz.

Elas criticavam o Judiciário paulista que, em vez de se preocupar com prisões provisórias excessivas e superlotação das prisões, punia a magistrada que agiu neste sentido –o TJ não comentou a decisão.
Segundo o último relatório do Departamento Penitenciário, o Estado de São Paulo tem 130 mil vagas prisionais e 219 mil presos. Destes, 15% são presos são provisórios.

RAIO-X de Kenarik:

ORIGEM
Descendente de armênios, nasceu na Síria e veio para o Brasil aos 3 anos.

FORMAÇÃO
Direito pela PUC São Paulo.

CARGO
Juíza desembargadora do Tribunal de Justiça-SP.

CARREIRA
Já trabalhou na Procuradoria Geral do Estado de SP e é cofundadora da Associação Juízes para a Democracia (AJD) e do Grupo de Estudos e Trabalhos Mulheres Encarceradas. Ficou conhecida ao atuar no caso do ex-médico Roger Abdelmassih, condenado a 278 anos de prisão por ter estuprado ou violentado 39 mulheres.
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CNJ adia julgamento da juíza Kenarik Boujikian

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Ela foi censurada após libertar presos que já haviam cumprido sentença. AJD aponta machismo na decisão

Punição à juíza Kenarik Boujikian causou comoção na comunidade jurídica.

São Paulo – O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) adiou o julgamento da pena de censura aplicada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) à juíza Kenarik Boujikian, marcado para ocorrer nesta terça-feira (1º). A juíza foi punida após ter posto em liberdade 11 presos provisórios que seguiam encarcerados mesmo após terem cumprido o prazo fixado em suas sentenças. 

A punição se deu a pedido do desembargador Amaro Thomé Filho, porque a decisão de libertar os presos foi tomada monocraticamente pela juíza Kenarik. Segundo Thomé Filho, deveria ter sido apreciada por órgão colegiado, composto por mais de um juiz.  

A juíza recorreu, então, ao CNJ pedindo a revisão da decisão e a anulação da punição, que contou com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR), que entendeu a decisão de Kenarik como legítima. Entre outras decisões de grande repercussão, Kenarik foi responsável pela condenação do médico Roger Abdelmassih por ter violentado 56 mulheres que eram suas pacientes. 

Para a presidenta da Associação Juízes para a Democracia (AJD), Laura Rodrigues Benda, o adiamento da decisão prolonga o sofrimento a que Kenarik vem sendo submetida. Ela também identificou indícios de machismo na censura imposta à juíza. "Jamais a situação seria a mesma se fosse um juiz homem. Todas nós, juízas, percebemos que somos tratadas de forma diferente", afirmou à Rádio Brasil Atual nesta quarta-feira (2). 


"Não as matem"

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Homenageado da Flip, Lima Barreto escreveu crônica contra o feminicídio em 1915

O texto "Não as matem" é parte da obra Vida Urbana, uma coletânea do autor publicada em 1953
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São Paulo – "Não há muito tempo, em dias de carnaval, um rapaz atirou sobre a ex-noiva, lá pelas bandas do Estácio, matando-se em seguida. A moça com a bala na espinha, veio morrer, dias após, entre sofrimentos atrozes". Esse trecho é de uma crônica de 1915 escrita por Lima Barreto, o homenageado na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) deste ano, provando que feminicídio não é um problema dos nossos tempos.

Confira a íntegra:

Não as matem

Esse rapaz que, em Deodoro, quis matar a ex-noiva e suicidou-se em seguida, é um sintoma da revivescência de um sentimento que parecia ter morrido no coração dos homens: o domínio, quand même, sobre a mulher.

O caso não é único. Não há muito tempo, em dias de carnaval, um rapaz atirou sobre a ex-noiva, lá pelas bandas do Estácio, matando-se em seguida. A moça com a bala na espinha, veio morrer, dias após, entre sofrimentos atrozes.

Um outro, também, pelo carnaval, ali pelas bandas do ex-futuro Hotel Monumental, que substituiu com montões de pedras o vetusto Convento da Ajuda, alvejou a sua ex-noiva e matou-a.

Todos esses senhores parece que não sabem o que é a vontade dos outros.

16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres

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Iniciativa da Procuradoria da Mulher no Senado Federal.

A agenda começou na terça-feira (22), com um debate sobre a Semana da Consciência Negra, e se estende até 15 de dezembro, com eventos organizados pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal.

Para a deputada Ana Perugini (PT-SP), coordenadora-geral da Frente dos Direitos Humanos das Mulheres, os 16 Dias de Ativismo são uma oportunidade para avaliar as conquistas femininas, os avanços nas políticas públicas e discutir ações de enfrentamento à violência e aos retrocessos.


“Pensamos numa agenda abrangente, com temas presentes na realidade da mulher brasileira. Em cada atividade, estaremos plantando sementes, fazendo um chamamento para que as mulheres reivindiquem seus direitos e busquem seu espaço na sociedade”, disse Ana.

O destaque da programação é a Sessão Solene de entrega do Diploma Mulher-Cidadã Carlota Pereira de Queirós, no dia 1º de dezembro, às 9 horas, na Câmara dos Deputados, a sessão especial: sobre os 16 Dias de Ativismo e apresentação das pesquisas do Observatório da Mulher contra a Violência, no dia 7 de dezembro, às 11h, no Senado e, encerrando a programação, o Seminário “Mulher: Diálogos sobre Empoderamento Político, Econômico e Social e Enfrentamento à Violência”, de 13 a 15 de dezembro, das oito às 1 horas, também no Senado. 

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De Brasília, com agências e Portal Vermelho

Bruto, duro e cru. Assim é o ‘Precisamos falar do assédio’

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Filmado dentro de uma van-estúdio, documentário da diretora Paula Sacchetta apresenta 26 depoimentos de mulheres vítimas de algum tipo de violência sexual. As mulheres escolheram entre dar o depoimento mostrando o rosto ou com máscara.

São Paulo – Entrou em cartaz ontem (29), no Cine Belas Artes, na região central de São Paulo, o documentário Precisamos falar do assédio, da diretora Paula Sacchetta, que o define como “bruto, duro, cru”. São 26 depoimentos de mulheres contando casos de violência sexual sofrida, em grande parte, durante a infância ou adolescência.

A força dos depoimentos tem ainda mais vitalidade em função da estética adotada pela diretora. Com um fundo escuro, os depoimentos são colhidos com apenas uma câmera parada e a mulher, em close, contando sua história. O filme tem a particularidade de ter sido um projeto-rodante, com as falas sendo tomados dentro de uma van-estúdio, uma espécie de confessionário, que percorreu cinco endereços da cidade de São Paulo e quatro do Rio de Janeiro durante a semana da mulher, em março deste ano.

Ao todo, foram 140 mulheres, entre 14 e 85 anos de idade, vítimas de qualquer tipo de assédio, que decidiram expor sua história. Os depoimentos são puros, sem qualquer tipo de interlocução ou entrevista, e podiam ser feitos mostrando o rosto ou usando máscaras. “No primeiro dia na rua, as mulheres foram tímidas, tentando entender o que estava acontecendo. Isso mudou a partir do segundo dia, quando, após o projeto ter aparecido na mídia, começou a haver uma mobilização das mulheres para encontrar a van e dar seu depoimento”, diz Paula, também diretora do documentário Verdade 12.528, sobre a criação da Comissão Nacional da Verdade.

“Falo das coisas mais tristes e feias do mundo, para tentar mudá-las”, afirma Paula. Ela explica que a ideia do filme surgiu após a grande repercussão nas redes sociais das campanhas #meuprimeiroassédio, #meuamigosecreto e #agoraéquesãoelas. Para a diretora, a partir do momento em que as mulheres se sentem parte de um problema maior, que envolve também milhares de outras mulheres, há mais coragem para falar sobre a violência sofrida.



Ciência & Mulher: SBPC lança site para enaltecer o papel de mulheres cientistas

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A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC -, lança um novo portal de divulgação científica, o Ciência & Mulher, voltado para as conquistas e descobertas de mulheres das diversas áreas da ciência. O novo Ciência & Mulher.


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Quando abordamos algum tema sobre a importância do reconhecimento do papel da mulher e sua contribuição para sociedade brasileira, somos taxadas de feministas, mal amadas e mal resolvidas sexualmente. A reação, para alguns, pode até ser “compreensível”. Contudo, jamais poderá ser banalmente aceitável. Se o Mundo tem a face masculina que de fato tem, é porque os machos que historicamente o dominou, assim a cunhou. Não por competência ou segurança intelectual ou moral. Mas, pela necessidade cultural e doentia de subjugar as mulheres, condenando-as a desempenhar o papel de ser inferior, nos espaços públicos e privados. Isso tem nome: insegurança sexual e intelectual.

Marie Curie (1867 - 1934) - física e química polonesa, ganhou o Prêmio Nobel de Física de 1903 e o Prêmio Nobel de Química de 1911, tornando-se a primeira pessoa a conquistar o Nobel duas vezes e em duas áreas diferentes. Ficou conhecida por suas contribuições sobre radioatividade e tornou-se a primeira mulher - e pessoa -, a conquistar o Nobel duas vezes e em duas áreas diferentes. Mas, quantas mulheres sabem disso? Quantas revistas ou publicações científicas divulgam esse feito? Quanto estudos foram escritos e publicados por homens cientistas tendo como base os seus trabalhos sem ao menos mencionar o seu nome? Provavelmente uma infinidade. 

O “Machistério' premia e aceita a tortura

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Afirma a cineasta Tata Amaral: 'Mais do que aceitar, sociedade brasileira premia a tortura'

“O fato de nunca termos identificado, investigado, julgado e punido os torturadores faz com que a tortura continue sendo praticada na sociedade brasileira até hoje. Então, o que mais ecoa deste filme, é que nós aceitamos a tortura”, afirmou a cineasta Tata Amaral sobre sua obra mais recente, Trago Comigo. O longa retrata uma história fictícia mesclada com depoimentos de sobreviventes da ditadura civil-militar brasileira (1964-1985).


Traumas e lembranças mesclam-se no roteiro para evidenciar o conflito de gerações de uma nação que nunca curou as chagas de seu passado. “Como não fizemos nossa lição de casa, a tortura continua sendo praticada até hoje. Isso é o mais impactante. Quando a sociedade brasileira não pune, mais do que isso, ela premia. Esses criminosos são funcionários públicos, recebem dinheiro dos nossos impostos”, disse a cineasta em debate realizado ontem (23) após a exibição do filme na casa do Outras Palavras, na região central de São Paulo.

Ao lado de Tata, a jornalista Laura Capriglione (Jornalistas Livres) endossou a teoria da impunidade para torturadores que remanesce até os dias atuais. “O Brasil não acertou as contas com o passado. Repetimos esse passado todos os dias. Sabemos que a população negra, pobre e periférica não tem direito à defesa, é assassinada e torturada. A Polícia Militar se tornou a potência criminosa e assassina que é, durante a ditadura. Ela é fruto e herdeira direta desta época”, afirmou.

Laura recordou de uma história de sua experiência com a ditadura, traçando paralelos com ações do Estado diante da população periférica. “Eu morava no Brooklin na época e lembro de uma menina do PCdoB, chamada Maria Berta. Ela foi presa e desaparecida. A mãe dela gritava todas as tardes: 'Maria Berta, Maria Berta', e nós entendíamos Maria Aberta. De fato, é uma chaga aberta. Aquele grito desesperado e o silêncio no bairro continuam acontecendo. As periferias estão lotadas de mães gritando pelos seus filhos sem respostas para os desaparecimentos, para as mortes injustas.”

Atraente...

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Chiquinha Gonzaga.



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