As
afirmações de que o Brasil é um país pacífico e o seu Povo é bonzinho, não
passa de uma grande mentira, finalmente revelada nos últimos 4 anos.
Essas
afirmações foram cunhadas pela Ditadura Militar e reverberadas pela Mídia Corporativa
para suas sobrevivências e, a consequente alienação da população. Relembremos:
Um
País, em que em nome da estabilidade democrática comete crime hediondo contra o
seu povo, assassinando e torturando os opositores na Ditadura Militar, inclusive
jogando seus corpos no Mar, não pode se dizer pacífico.
Que
pratica o feminicídio historicamente, mas que só recentemente foi enxergado,
tipificado criminalmente e admitido por parte da população, de maioria
masculina e branca. Que comete massacre policial de população em situação de
rua. Que massacra pela força do aparato policial do Estado, a população
encarcerada, fazendo justissimamente direto, sem observar o Estado de Direito
Democrático e a Constituição da República, não pode ser considerado um país pacífico.
Onde
as Forças Repressivas do Estado, primeiro acusa e mata para depois investigar. Onde
o sistema judiciário é em grande escala corrupto e não protege a população mais
vulnerável, que quase sempre perde as suas crianças para as balas que sabemos,
não são perdidas, e tem direção certa.
Um
País importador de armas, em que o Exército Brasileiro não exerce a sua função
de controle de armamentos, e, permite assim, que essas sirvam tão somente para
armar o crime organizado e os supostos atiradores esportivos dos não
fiscalizados clubes de tiros, não pode ser considerado um país pacífico. Um
País em que as forças policiais são dominadas por diversos grupos milicianos,
que além de matar e sufocar as populações periféricas, as explora
financeiramente, subjugando-as pelo terro e o medo.
Um
país onde não se enxerga o limite entre o que deveria ser uma atividade institucional
baseada na legalidade e o aparentemente legal, nas atividades dos governos e
dos legislativos, não deve jamais ser agraciado com a cunha de um país legal para
se viver. Isso não tem nada de Legal e legítimo, mesmo que alguns ache isso legal.
Um
país que trata de forma branda os assassinos que calam vozes que denunciam a
omissão do Estado, sejam líderes políticos, jornalistas, padres, freiras, membros
de ONG’s, os defensores das Florestas e do Meio Ambiente, que nos protege contra
o crime organizado e o tráfico de armas, de madeira e peixes na Amazônia, Pará
e Região centro Oeste, jamais será um país pacífico.
Em
um país onde ser mulher, mulher negra, gay, LGBTQIA+, preto e periférico é ser
simplesmente nada, é um pais que não existe em sua plenitude, mas apenas, na
imaginação daqueles que não se enxergam vivendo em um país que deve ser de
todos os brasileiros.
Nas
últimas cinco décadas, o Brasil se tornou um país muito estranho. Resquício das
Ditaduras Militares no Continente Americano do Sul. Sim, somo americanos. Só
que do Sul. Desse caldo de máquina de moer gente herdamos a hipocrisia política
institucional, um aparata repressivo do Estado militar, uma cultura de acomodação
de pensamento, de aversão à militância e a associação política e, a ideia de
que precisamos sempre de um Messias que nos leve ao Paraíso, nem que para isso,
tenhamos que mandar muita gente para o inferno.
Isso
sem falar da sua incapacidade de reconhecer a própria história, preferimos
a história contada pela visão dos opressores europeus, brancos, ricos e
de olhos azuis. É mais legal né? mesmo que seja ILEGAL historicamente falando.
Nesse
sentido, por mais que me custe, admito que o terrorista de direita chamado Bolsonaro,
nesse final de governo que nunca existiu, nos anos 80, foi acusado de planejar atentados terroristas a quartéis e a explosão da adutora do Guandu, que abastece de água parte da cidade do Rio. Sua pregação sobre o uso de violência armada para atingir objetivos políticos parece ser método seguido pelos supostos patriotas, nos deixa definitivamente um único legado:
- Pôs fim de uma vez por todas à tese de que o Brasil é um país pacífico e que o
brasileiro é bonzinho.
Não
é. Pelos menos a metade da população não o é. A outra parte, felizmente resiste,
na esperança de dias melhores.
Por
enquanto, a ESPERANÇA venceu o ÓDIO.
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