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Mito: “na época da Ditadura Militar, não tinha corrupção”

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A verdade: Os militares prometeram limpar o País. O que conseguiram fazer foi censurar notícias sobre a roubalheira.

Será que estão tentando fazer o mesmo agora, na CPI da COVI-19, plantando o Dominguetti?

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CORRUPÇÃO

Regimes ditatoriais favorecem a corrupção.

✅A corrupção no Brasil é um tema bastante complexo, ainda que nos últimos anos tenha se transformado numa espécie de luta dos bons contra os maus. Corrupto é sempre o outro. Mas, na verdade, mesmo sem admitir, um cidadão comum pode fazer parte da rede de corrupção se subornar um guarda, comprar o resultado de um concurso, negociar com um fiscal para escapar de alguma lei. Para existir o corrupto, é preciso existir o corruptor. Só que, nos tempos da ditadura, nem sempre era fácil identificar e punir um e outro, sobretudo quando envolvia importantes autoridades públicas.

✅Os nostálgicos da ditadura, tanto os oportunistas quanto os desavisados de hoje, gostam de dizer que “no tempo dos militares não havia corrupção”. Bem, corrupção havia, mas como também havia censura, muitos escândalos sequer chegavam aos jornais. Mas alguns foram publicados por jornais que não podiam ser acusados de “subversivos” ou “comunistas”. Alguns deles até tinham apoiado o golpe militar.

✅Na democracia, é possível saber quem corrompe e quem é corrompido, pois o sistema judiciário tem mais independência em relação ao Poder Executivo, a imprensa pode investigar livremente casos de corrupção, e o cidadão se sente mais à vontade para fazer denúncias que envolvam autoridades. Nas ditaduras, tudo isso fica mais difícil.

✅Os militares não tinham interesse em deixar vazar casos de corrupção que envolviam seus aliados ou colegas de farda, justamente para não estimular a descrença nas autoridades e no poder de Estado. Impedir a publicação de notícias sobre a corrupção era parte da estratégia de segurança nacional.

Clube de vantagens

✅Os altos funcionários não precisavam pagar aluguel da mansão no Lago Sul, contas de água, luz e telefone, conservação de piscina, criadagem, IPTU, vigilância nem despesas com o cartões corporativos

Imagem: Zuzu Angel usou a sua arte como arma para denunciar, no exterior, a ditadura militar/Instituto Zuzu Angel/Divulgação.

Leia mais na seguintes Fontes: 

1-Memórias da Ditadura

2-Superabril

3-Jornal Estado de Minas

Pedro Casaldáliga, o bispo dos esquecidos

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Considerado revolucionário pela hierarquia do Vaticano, Casaldáliga era um missionário que encarnava ao vivo o Evangelho, como um bispo a serviço daqueles esquecidos por todos os poderes.

“Me chame apenas de Pedro”, disse Pedro Casaldáliga, bispo de São Félix do Araguaia, no Mato Grosso, a um grupo de jornalistas espanhóis que fomos visitá-lo em sua casa despojada. 

O já mítico bispo sempre considerado revolucionário pela hierarquia do Vaticano, era designado por muitos nomes, como “bispo dos pobres”, “bispo do povo”, “pai dos últimos”

Mas ele gostava de ser chamado de “bispo dos esquecidos”. Ele exibia seu amor pela poesia e gostava de escrever em verso. Em um de seus poemas, escreveu: “Eu morrerei de pé como as árvores”. 

Embora tenha passado os últimos anos em uma cadeira de rodas, a verdade é que Casaldáliga nunca se rendeu. Viveu sempre em pé, firme em suas convicções, proclamando uma Igreja pobre e dos pobres, de todos os oprimidos. Um de seus lemas, escrito em um poema, era o de “fazer do povo submisso um povo impaciente”. 

Se Casaldáliga era o bispo dos esquecidos, dos sem-nome, ele também dizia que seu coração “estava cheio de nomes”.

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"Não há de ser inutilmente..."

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Que a resistência em torno do Memorial seja um marco da luta contra a nova ditadura.

As violências cometidas contra a Universidade Federal de Santa Catarina, a Universidade Federal de Minas Gerais e o Memorial da Anistia, podem ter uma resposta à altura: a campanha para ampliar o escopo do memorial, incluindo no prédio anexo um Memorial das Músicas em Favor das Liberdades Civis, uma maneira de juntar as lembranças da ditadura com o papel inestimável da música popular, em uma cidade fundamentalmente musical, como Belo Horizonte.

Seria a maneira retumbante, musical, de responder aos desaforos da Polícia Federal, de batizar a operação com pedaço da letra de uma das músicas símbolos da anistia.

Todo país que passou por ditadura militar tratou de celebrar os mortos, montar memoriais, museus, como maneira de registrar a violência, impedindo sua repetição. Faltava um memorial no Brasil.

O Memorial da Anistia, em Belo Horizonte, foi pensado dessa maneira. No início, o espaço a ser ocupado era o Coleginho, construção antiga que simbolizava a resistência dos estudantes contra a ditadura. Constatou-se que as fundações não suportariam as obras. Decidiu-se por um prédio maior, bancado pelo Ministério da Justiça, mas que ficaria sob a responsabilidade da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

A nova concepção obviamente encareceu o projeto. E as sucessivas interrupções no envio de verbas federais, com o posterior desinteresse do MJ, gerou despesas adicionais, como a manutenção de equipes de segurança, guardando o local antes das obras serem completadas.

É possível que haja desvios. E, constatados, que os responsáveis sejam punidos.

Mas a operação deflagrada pela Polícia Federal, Advocacia Geral da União, Controladoria Geral da União, com a cumplicidade de uma juíza irresponsável, tem alvo maior: a desmoralização da ideia de Memorial da Anistia.



Que as crianças cantem livres

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Taiguara
Compositor: Taiguara
Ano 1973
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Playlist

O golpe de 1964 interrompeu um dos períodos mais participativos e democráticos da nossa República e submeteu o Brasil à mais longa e terrível noite de sua história. Foram 21 anos de opressão, retrocessos nos direitos dos trabalhadores e agravamento das desigualdades sociais. O Brasil, que já era um país profundamente injusto, tornou-se ainda mais desigual. Mas o povo jamais renunciou a lutar. Em condições extremamente difíceis, ele encontrou ou criou brechas para seguir batalhando. Essas 20 músicas simbolizam um pouco dessa luta da qual nosso povo saiu mais forte, mais maduro e mais determinado. Ditadura, nunca mais.



Chão de Fábrica

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Documentário inicia com as greves de 1979 e 1980, ocorridas na região do ABC, em São Paulo, que fundaram as bases para um novo movimento sindical.

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Greve dos metalúrgicos, em São Bernardo, em 17 de maio de 1990, será relembrada no documentário
São Paulo – Para contar a história do chamado novo sindicalismo brasileiro, a TVT estreia hoje (10), às 20h30, o documentário Chão de Fábrica. Dirigido por Renato Tapajós, a série contém 13 episódios e conta com a narração do ator José de Abreu. No mesmo horário, o programa será exibido na página da TVT no Facebook e no canal da emissora no Youtube.

O documentário inicia com as greves de 1979 e 1980, ocorridas na região do ABC, em São Paulo, que fundaram as bases para um novo jeito de fazer sindicalismo e política no Brasil. Por meio de uma "linha do tempo", o trabalho conta o que mudou na atividade sindical desde então até os dias de hoje.

As narrativas de Chão de Fábrica são ilustradas por amplo material de arquivo e filmagens nas empresas e no campo, além de trazer entrevistas com especialistas, trabalhadores e sindicalistas. Tapajós foi diretor do documentário Linha de Montagem, de 1981.

Em entrevista à Carta Campinas, Tapajós explicou a importância do novo sindicalismo no Brasil, mas apontou um futuro incerto no movimento. "Ele (o sindicalismo) ajudou a garantir a democracia no Brasil nos anos 80 e impediu que o neoliberalismo dominasse o país em um período em que o restante do mundo já era vítima de um capitalismo ainda mais destruidor. Mesmo com o crescimento do poder neoliberal com Collor e Fernando Henrique, o novo sindicalismo foi capaz de interferir positivamente na vitória de Lula, em 2002, e em boa parte de suas políticas de melhoria da renda dos trabalhadores. Mas, como aponta o último capítulo da série e tudo o que estamos vendo no Brasil de hoje, tudo indica que essa fase brilhante do novo sindicalismo se esgotou e estamos diante de uma grande interrogação em relação ao que virá nos próximos anos."

Para sintonizar a TV dos Trabalhadores: Canal 8.1 HD na região metropolitana de São Paulo, na internet, no site e no YouTube. Quem for assinante de sinal a cabo na capital e na região do ABC, deve sintonizar o canal 12 NET.



Dom Paulo Evaristo Arns, o cardeal da democracia

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“Não matarás. Quem matar, se entrega a si próprio nas mãos do Senhor da História e não será apenas maldito na memória dos homens, mas também no julgamento de Deus!”.

Estas palavras fortes foram pronunciadas na Catedral da Sé, em São Paulo, em 31 de outubro de 1975, durante o culto ecumênico em memória do jornalista Vladimir Herzog.

Seu autor, o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, é usualmente um homem doce, afável e calmo mas, naquele momento, sua indignação estava no auge. Contra a ditadura militar, contra a repressão que torturava e matava, contra o desrespeito a todos os direitos humanos representado pela ação bárbara da ditadura e seus agentes.

Foi perseguido por essa luta. Em outubro de 1973, indignado com a tortura, realizou uma Semana dos Direitos Humanos em São Paulo. Imprimiu 150 mil cópias da Declaração Universal dos Direitos do Homem, da ONU, da qual o Brasil é signatário, para debate nas paróquias e comunidades eclesiais de base.

- A resposta da ditadura foi rápida – mandou fechar a rádio 9 de Julho, da Cúria Metropolitana de São Paulo, para calar sua voz.

Mais tarde, entre 1979 e 1985 – com o pastor Jaime Wright - foi um dos animadores do projeto Brasil: Nunca Mais, que resultou num grande e corajoso livro de denúncia dos crimes da ditadura. O trabalho foi feito sob sigilo, e copiou mais de um milhão de páginas de processos do Superior Tribunal Militar (STM), levadas ao exterior por segurança.

Paulo Evaristo Arns, o menino de Forquilha que se tornou a maior autoridade católica de São Paulo, é também o símbolo imorredouro da luta do povo pela democracia e pela justiça social. É nessa condição que mora no coração de todos os democratas!

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Trechos do artigo publicado no Portal Vermelho. O artigo completo pode ser lido aqui.

Duzentas e cinquenta chibatadas. Nenhuma a mais, nenhuma a menos!

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As últimas, deferidas sobre retalhos de carne em um homem inconsciente, no caso um negro de nome Marcelino, embarcado no encouraçado Minas Gerais.

Apesar da escravidão ter sido abolida há mais de duas décadas no Brasil, a cena era comum, pois assim se punia na Marinha. A partir daquele 22 de novembro de 1910, porém, gritou-se um basta.

Liderados por João Cândido, os marinheiros se amotinaram. No final da tarde, eles tomaram de assalto os principais navios de guerra brasileira e ameaçar bombardear o Rio de Janeiro caso o tratamento não fosse humanizado, extinguindo-se a prática do açoitamento. A chamada Revolta da Chibata eternizou a história de João Cândido, o Almirante Negro. E a sua luta por dignidade foi eternizada até em letra de uma das mais belas músicas nacionais, de Aldir Blanc e João Bosco.

- O Comandante Negro nasceu em 24.06.1880, no Rio Grande do Sul.
- Partiu no dia 06.12.1969, na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro.







Mães da Praça de Maio completam 2.000 marchas acompanhadas por multidão em Buenos Aires

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'Vir aqui todas as quintas é um ato de amor', disse Hebe de Bonafini. 

Ativistas marcham desde 1977 por memória, verdade e justiça para vítimas da ditadura

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As Mães da Praça de Maio, associação que reúne mães e familiares de desaparecidos da ditadura militar argentina (1976-1983), realizaram no dia 11/08, sua 2.000ª marcha semanal na praça de Buenos Aires que lhes dá nome.

As Mães foram acompanhadas por milhares de pessoas e pediram pela 2.000ª vez por memória, verdade e justiça para as vítimas da ditadura. “Vir aqui todas as quintas-feiras é um ato de amor”, disse Hebe de Bonafini, líder da associação, em discurso durante o evento.



"Este país deve aos desaparecidos uma explicação", continuou Bonafini. "Vamos ter que encher muitas praças para essa reivindicação". A ativista também destacou os governos de Néstor e Cristina Kirchner e afirmou que o kirchnerismo "nos deu 12 anos de felicidade".

Antes da marcha histórica, a ex-presidente argentina Cristina Kirchner visitou a sede da associação e almoçou com as Mães. “Naquela época tão dura ninguém se animou a lutar mais do que elas”, disse Cristina, acrescentando que as ativistas “falam como se estivessem para completar 20 anos de idade e falam das quintas-feiras - as marchas passadas -, como se fosse ontem”.

A primeira marcha das Mães foi realizada no dia 30 de abril de 1977, ano seguinte à instauração do regime militar liderado por Jorge Videla. Desde então, elas se reúnem todas as quintas-feiras na Praça de Maio e marcham ao redor da Pirâmide de Maio, monumento do local.

Ruas de Memória

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Mudança de nome de rua é resposta a violência e transição do esquecimento.

O anúncio de que o Elevado Costa e Silva, a partir daquele momento (11h27 de ontem), passaria a se chamar Elevado João Goulart foi o momento mais comemorado na cerimônia de hoje (25) em que o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), sancionou dois projetos que mudam nomes de logradouros da cidade e assinou um decreto tornando permanente o programa Ruas de Memória. Mais conhecido como Minhocão, inaugurado há 45 anos para compor a ligação leste-oeste da capital, cortando a região central, a via passa a homenagear o presidente deposto em 1964, em vez do general-presidente do período do AI-5. Foram quase dois minutos de palmas, com todos no auditório em pé – o primeiro a se levantar foi o ativista e ex-senador italiano José Luiz Del Roio.

Na sanção, o prefeito disse ter lembrado do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, morto em 2015, chefe do DOI-Codi paulista. "Acho que esta é uma resposta à altura a todas as atrocidades que ele e todos os seus comparsas cometeram contra a liberdade de expressão, a liberdade de opinião e contra a democracia", afirmou Haddad, destacando ainda o momento atual, em que, segundo ele, a democracia "dá sinais de fragilidade".

O projeto que muda o nome do Minhocão, de 2014, foi aprovado há apenas um mês. "Na Câmara, foi dificílimo passar", disse o vereador Eliseu Gabriel (PSB), autor da proposta. Segundo ele, temas como esse, além das comissões da verdade, são "uma questão civilizatória" para o país.

O “Machistério' premia e aceita a tortura

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Afirma a cineasta Tata Amaral: 'Mais do que aceitar, sociedade brasileira premia a tortura'

“O fato de nunca termos identificado, investigado, julgado e punido os torturadores faz com que a tortura continue sendo praticada na sociedade brasileira até hoje. Então, o que mais ecoa deste filme, é que nós aceitamos a tortura”, afirmou a cineasta Tata Amaral sobre sua obra mais recente, Trago Comigo. O longa retrata uma história fictícia mesclada com depoimentos de sobreviventes da ditadura civil-militar brasileira (1964-1985).


Traumas e lembranças mesclam-se no roteiro para evidenciar o conflito de gerações de uma nação que nunca curou as chagas de seu passado. “Como não fizemos nossa lição de casa, a tortura continua sendo praticada até hoje. Isso é o mais impactante. Quando a sociedade brasileira não pune, mais do que isso, ela premia. Esses criminosos são funcionários públicos, recebem dinheiro dos nossos impostos”, disse a cineasta em debate realizado ontem (23) após a exibição do filme na casa do Outras Palavras, na região central de São Paulo.

Ao lado de Tata, a jornalista Laura Capriglione (Jornalistas Livres) endossou a teoria da impunidade para torturadores que remanesce até os dias atuais. “O Brasil não acertou as contas com o passado. Repetimos esse passado todos os dias. Sabemos que a população negra, pobre e periférica não tem direito à defesa, é assassinada e torturada. A Polícia Militar se tornou a potência criminosa e assassina que é, durante a ditadura. Ela é fruto e herdeira direta desta época”, afirmou.

Laura recordou de uma história de sua experiência com a ditadura, traçando paralelos com ações do Estado diante da população periférica. “Eu morava no Brooklin na época e lembro de uma menina do PCdoB, chamada Maria Berta. Ela foi presa e desaparecida. A mãe dela gritava todas as tardes: 'Maria Berta, Maria Berta', e nós entendíamos Maria Aberta. De fato, é uma chaga aberta. Aquele grito desesperado e o silêncio no bairro continuam acontecendo. As periferias estão lotadas de mães gritando pelos seus filhos sem respostas para os desaparecimentos, para as mortes injustas.”

Gente agradecida

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Um ano depois da invasão da Polônia, Hitler continuava seu avanço desenfreado, e estava devorando meia Europa.

Já tinha caído, ou estava por cair, a Áustria, a Checoslováquia, a Finlândia, a Noruega, a Dinamarca, a Holanda, a Bélgica e a França, e já tinham começado os bombardeios noturnos contra Londres e outras cidades britânicas.

Em sua edição de hoje de 1940, o jornal espanhol ABC informava que haviam sido derrubados cento e dezesseis aviões inimigos  e não ocultava sua satisfação diante do grande êxito dos ataques do Reich.

Na capa do jornal sorria, triunfante, o generalíssimo Francisco Franco.

A gratidão era uma de suas virtudes.

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Os Filhos dos Dias.



A importância do reconhecimento da Palestina como Estado independente.

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Tunísia: palestinos pedem atenção internacional para situação na Faixa de Gaza

Palestinos aproveitam os cinco dias do Fórum Social Mundial, na Tunísia, para chamar a atenção da comunidade internacional sobre as precárias condições de vida na Faixa de Gaza. Além de promover debates sobre temas como refugiados, prisioneiros políticos e ocupação dos territórios, eles montaram tendas e distribuem panfletos para mobilizar delegações de outros países sobre a crise vivida pelo povo palestino.

O diretor da rede de organizações não governamentais da Palestina, Amjad Shawa, mora em Gaza e foi um dos poucos que conseguiram sair do território para participar do fórum. Ele contou que cerca de 100 pessoas de Gaza queriam ir a Túnis, mas não conseguiram permissão de Israel.

Shawa relatou que a situação está dramática em Gaza após três guerras com Israel em menos de seis anos. “A guerra israelense em Gaza acabou com grande parte da infraestrutura, cerca de 120 mil casas foram total ou parcialmente destruídas, 18 hospitais foram destruídos e 150 escolas foram danificadas. Aproximadamente 2,2 mil pessoas foram mortas na última guerra no ano passado, mais 2 mil foram feridas. Israel continua impondo seu bloqueio, impedindo que os suprimentos básicos entrem em Gaza. Não podemos consertar os estragos provocados pelas guerras. Gaza está sofrendo as piores condições humanitárias, com insegurança alimentar, dificuldade de acesso à água potável, pobreza e desemprego”.

Mulheres Extraordinárias - XIV

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Rigoberta Menchú

(1959)

A Nobel da Paz de 1993.

Filha de Vicente Menchú Pérez e de Juana Tum Kótoja, duas personalidades bastante respeitadas em sua comunidade natal. Seu pai foi um ativista na defesa das terras e direitos indígenas e Juana, a mãe, uma parteira indígena, saber adquirido de geração em geração.

Desde pequena a sua paixão era fazer pão.

Seguiu os passos de seus pais, que distribuíam pão pela cidade onde viviam.

Até que um dia criou a sua padaria, que chamou de “El Pan de Rigo”.

Foi indicada e ganhou o Prêmio Nobel da Paz em reconhecimento ao seu trabalho por justiça social e reconciliação étnico-cultural baseado no respeito aos direitos dos povos indígenas. A premiação coincidiu com o quinto centenário da chegada de Cristóvão Colombo à América e com a declaração  do Ano Internacional dos Povos Indígenas, em 1993.

No momento em que recebeu o prêmio, reivindicou os direitos históricos negados aos povos indígenas e denunciou a perseguição sofrida desde a chegada dos europeus ao continente sul americano e central, ao destruírem uma civilização plenamente desenvolvida, em todo os âmbitos, do conhecimento, e,  chamou à reflexão sobre a necessidade de paz, desmilitarização e justiça social em seu país. Defendeu o respeito pela natureza e pela igualdade de tratamento para as mulheres, em especial as indígenas.

Mulheres Extraordinárias - IX

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“Eu gostaria que soubessem que cumpri duas tarefas: uma do Partido, e outra do meu coração”.

Olga Benário Prestes.

(1908 - 1942)

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Foi uma jovem militante comunista alemã de origem judaica que com apenas quinze anos, em 1923, juntou-se à organização juvenil do Partido Comunista Alemão (KPD). Pouco tempo depois, mudou-se para Berlim com o então namorado Otto Braun, devido a conflitos ideológicos com o pai.

Ascendeu dentro do movimento comunista alemão após conflitos de rua contra milícias de extrema-direita no bairro de Kreuzberg, próximo a Neukölln. Foi presa e acusada de alta traição à pátria, assim como seu companheiro Braun, porém foi solta pouco tempo depois. Braun, não.

Junto de seus colegas de militância, planejou então o assalto à prisão de Moabit e liberta Braun. Fugiram para a União Soviética, onde Olga recebeu treinamento político-militar. Separou-se de Braun em 1931.

Foi enviada ao Brasil em 1934, por determinação da Internacional Comunista, para apoiar o Partido Comunista Brasileiro, junto de Luís Carlos Prestes, que tornaria-se seu companheiro, com o objetivo de liderar uma revolução armada com o apoio de Moscou. Em novembro de 1935, enquanto caminhavam os preparativos insurrecionais, um levante armado estourou na cidade de Natal, o que fez com que Prestes ordenasse que a insurreição fosse estendida ao resto do país. Porém, somente algumas unidades militares de Recife e do Rio de Janeiro sublevaram-se.

Com o fracasso do levante, Olga é presa e extraditada pela a ditadura do governo Vargas para a Alemanha nazista, embora estivesse grávida da filha de Prestes, Anita Leocádia.

Internada no campo de concentração de Ravensbrück e posteriormente assassinada na câmara de gás do campo de extermínio de Berburg.

“Eu gostaria que soubessem que cumpri duas tarefas: uma do Partido, e outra do meu coração”.

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Mulheres Extraordinárias - IV

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Pagú.

Uma brasileira à frente do seu tempo.

(1866 - 1912)

Pagú, ou Patrícia Rehder Galvão, poetisa brasileira nascida em 9 de junho de 1910, foi a primeira mulher a ser presa política no Brasil do século XX, por ter apoiado uma greve de estivadores em Santos/São Paulo, em 1931.

Presa novamente por ter participado do levante, frustrado, de 1935.

Tornou-se militante do Partido Comunista até se incompatibilizar definitivamente com a linha stalinista da direção do PCB, em 1940, mesmo ano que saiu da prisão.

“Esse crime, o crime sagrado de ser divergente, nós cometeremos sempre”.

*****

Para ela, Rita Lee fez canção abaixo.

"Nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem
Ratatá! Ratatatá
Hiii! Ratatá
Taratá! Taratá!"


Leia aqui a idéia desta série.

A Memória e a Verdade

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Que alguns tentam esconder e muitos desejam saber.

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O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, enviou aos membros da Comissão Nacional da Verdade cumprimentos ao governo e à população do Brasil por "seus esforços em promover a verdade e a reconciliação nacional por meio do trabalho da CNV".

"As Nações Unidas encorajam e apoiam esforços em todo o mundo para desvendar os fatos que envolvem grandes violações dos direitos humanos e da lei humanitária internacional e promovem a justiça e a reparação. Este apoio tem como base a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que celebramos neste dia todos os anos, e nos tratados internacionais de direitos humanos, incluindo a Convenção Internacional para a Proteção de Todas as Pessoas contra os Desaparecimentos Forçados", afirmou Ki-moon na mensagem.

"Junto-me ao Brasil para honrar a memória daqueles que sofreram como resultado das brutais e sistemáticas violações dos direitos humanos que ocorreram entre 1964 e 1988. Convoco a todos os envolvidos a divulgar as descobertas e as recomendações do Relatório Final da forma mais extensa possível", escreveu o secretário-geral.

"Todas as vítimas têm o direito de saber a verdade sobre as violações que sofreram", concluiu Ki-moon, reiterando em seguida que a ONU está ao lado dos brasileiros em seus esforços para a proteção dos Direitos Humanos.

Ban Ki-moon

Para você que se acha muito esperto e "bem informado"

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Recomendo um rolé pelos Anos de Chumbo, para que perceba com mais clareza, que em uma ditadura militar (que você tanto defende), suas redes sociais não terão a menor utilidade, porque simplesmente estarão monitoradas ou bloqueadas, e qualquer pisada na bola que você der, por mais inofensiva que seja, BUM! Você e sua família já era. 

E quem sabe assim, você pare de ser massa de manobra de alguns poucos aloprados e alucinados, travestidos de democratas, que se intitulam os defensores e donos do Brasil, mas na verdade o que desejam mesmo é acabar com a liberdade de expressão, prender, torturar e matar quem pensa e age de forma diferente.

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Com um amplo acervo de informações, imagens e documentários sobre a ditadura militar, o portal Memórias da Ditadura foi lançado na sexta, dia 5, pela Secretaria Especial de Direitos Humanos. O portal tem conteúdo interativo e os internautas podem gravar depoimentos sobre o período do regime militar e publicar na página. 

Um dos objetivos do projeto é levar informações sobre a ditadura a quem não conhece esse período da história do país, conhecido também como Anos de Chumbo. O material disponível conta a história do período sob vários aspectos, abrangendo a atuação dos movimentos de resistência, a censura, as violações de direitos humanos, a produção artística e cultural do período e o cenário internacional.

Ra-ta-ta-ta-tá e pronto

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Neste momento em que um golpe ronda um país vizinho, é meu dever dizer aos jovens o que é um golpe de estado

Neste momento extremamente grave em que vemos um golpe militar caminhar célere rumo a um país vizinho, com o noticiário chegando a nós de modo distorcido, utilizando-se de imagens fictícias, exibindo fotos de procissões religiosas em Caracas como se fosse do povo venezuelano revoltoso nas ruas; mostrando vídeos antigos como se atuais fossem; e quando, pelo próprio visual próspero e “coxinha” dos manifestantes, podemos bem avaliar os interesses de sua sofreguidão, que os impedem de respeitar os valores democráticos e esperar nova eleição para mudar o governo que os desagrada, vejo como meu dever abrir a boca e falar.

Dizer a vocês, jovens de 20, 30, 40 anos de meu Brasil, o que é de fato uma ditadura.

Se a Ditadura Militar tivesse sido contada na escola, como são a Inconfidência Mineira e outros episódios pontuais de usurpação da liberdade em nosso país, eu não estaria me vendo hoje obrigada a passar sal em minhas tão raladas feridas, que jamais pararam de sangrar.

Fazer as feridas sangrarem é obrigação de cada um dos que sofreram naquele período e ainda têm voz para falar.

O homem de chapéu Coco e a Pimentinha

3
Chaplin, o Bêbado, a Equilibrista e o irmão de Henfil

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- O Chapéu Coco

Triste com o falecimento de Charlie Chaplin, João Bosco compôs uma  melodia em sua homenagem e chamou Aldir Blanc, seu parceiro, para colocar a letra.

Aldir, então, resolveu mesmo em plena ditadura militar (1964-1985), rimar Brasil com irmão do Henfil - o Betinho, que se encontrava exilado.

O sociólogo Betinho,  ativista pelos direitos humanos, foi cruelmente perseguido pelos militares e se exilou no México. Ele era irmão do genial cartunista Henrique de Souza, o Henfil.

 - O “Mano”

Henfil foi apresentado ao compositor Aldir Blanc por sua amiga, a cantora Elis Regina, no verão de 1975, iniciando assim uma longa amizade. Nas conversas, Henfil costumava encher os ouvidos do amigo com suas memórias do "mano" Betinho, exilado desde 1971.

O Catálogo

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Mandela e Abdias Nascimento
Um terrorista a menos.

No ano de 2008, o governo dos Estados Unidos, decidiu tirar Nelson Mandela da lista dos terroristas...

... perigosos.

Durante sessenta anos, o africano mais prestigiado do mundo tinha feito parte desse tenebroso catálogo.

Isso, depois de entregá-lo à CIA, pois segundo Reagan, o regime sul-africano – o regime do apartheid – era "essencial para o mundo livre".

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Os Filhos dos Dias.


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