Rigoberta Menchú
(1959)
A Nobel da Paz de 1993.
Filha de Vicente Menchú Pérez e de Juana Tum Kótoja, duas personalidades bastante respeitadas em sua comunidade natal. Seu pai foi um ativista na defesa das terras e direitos indígenas e Juana, a mãe, uma parteira indígena, saber adquirido de geração em geração.
Desde pequena a sua paixão era fazer pão.
Seguiu os passos de seus pais, que distribuíam pão pela cidade onde viviam.
Até que um dia criou a sua padaria, que chamou de “El Pan de Rigo”.
Foi indicada e ganhou o Prêmio Nobel da Paz em reconhecimento ao seu trabalho por justiça social e reconciliação étnico-cultural baseado no respeito aos direitos dos povos indígenas. A premiação coincidiu com o quinto centenário da chegada de Cristóvão Colombo à América e com a declaração do Ano Internacional dos Povos Indígenas, em 1993.
No momento em que recebeu o prêmio, reivindicou os direitos históricos negados aos povos indígenas e denunciou a perseguição sofrida desde a chegada dos europeus ao continente sul americano e central, ao destruírem uma civilização plenamente desenvolvida, em todo os âmbitos, do conhecimento, e, chamou à reflexão sobre a necessidade de paz, desmilitarização e justiça social em seu país. Defendeu o respeito pela natureza e pela igualdade de tratamento para as mulheres, em especial as indígenas.
Grande parte de sua popularidade adveio do livro autobiográfico (1982-83), intitulado "Me llamo Rigoberta Menchú y así me nació la conciencia”. Na verdade, o livro foi escrito por Elisabeth Burgos, a partir de entrevistas concedidas por Rigoberta. No livro ela explica como iniciou a vida como trabalhadora numa plantação de café aos cinco anos de idade, em condições tão péssimas que causaram a morte de seus irmãos e amigos de infância. Rigoberta foi fortemente influenciada pela educação católica, traços que mais tarde ficaram evidentes quando realizou trabalhos sociais, sob a orientação da Teoria da Libertação.
Na fase adulta participou de manifestações de protesto contra o regime militar e seus abusos contra os direitos humanos em plena Guerra Civil Guatemalteca no seu país. As ameaças ela e sua família receberam a forçou a exilar-se no México, 1981, mesmo ano seu pai foi assassinado na embaixada espanhola na cidade da Guatemala. Quando a guerra civil terminou, lutou para levar aos tribunais espanhóis os políticos e militares que haviam assassinado cidadãos espanhóis, e por genocídio contra o povo Maia da Guatemala.
O Nobel da Paz foi concedido pelos seus esforços de acabar com a guerra civil, atuando como mediadora dos conflitos entre a guerrilha e as forças de repressão do Estado.
Em 1998 foi agraciada com o Prêmio Príncipe das Astúrias de Cooperação Internaciona, junto a Fatiha Boudiaf, Fatana Ishaq Gailani, Somaly Mam, Emma Bonino, Graça Machel e Olayinka Koso-Thomas, pelo seu trabalho em defesa e dignidade da mulher.
Em 2006 participou, como Embaixadora da Boa-Vontade da UNESCO no governo de Óscar Berger.