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Mostrando postagens com marcador Filosofia. Mostrar todas as postagens
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Malditos sejam os Pecadores

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Filosofando... 

No idioma aramaico , que Jesus e seus apóstolos falavam, uma mesma palavra significava dívida e pecado.

Dois milênios depois, os pobres do mundo sabem que a dívida é um pecado que não tem expiação.

Quanto mais você paga, mais você deve; e no Inferno está está à sua espera o castigo dos credores.

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(Eduardo Galeano, no livro Os Filhos dos Dias, Pág. 236)


Mais Galeno:

E os dias se puseram a andar.
E eles, os dias, nos fizeram.
E assim fomos nascidos nós,
os filhos dos dias,
os averiguadores,
os buscadores da vida.


"O reino de Deus está em vocês"

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191 anos do nascimento do escritor russo Leo Tolstoy.

Esta segunda-feira, 9 de setembro, comemora-se o nascimento do escritor russo que se tornou grande aplicando a fórmula da simplicidade, ou como ele mesmo diria, “não há grandeza onde faltam simplicidade, bondade e verdade”.

Cinco obras do escritor russo León Tolstoi que você deveria  ler.


12 mentiras da história que engolimos sem chiar

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Imaginação e a épica maquiaram alguns dos episódios mais famosos. Falamos com historiadores e especialistas que desmentem essas tergiversações

- Van Gogh não arrancou a orelha.

- A salada russa não é russa e a omelete francesa não vem da França

- O Velcro não foi inventado pela NASA

Júlio César nunca disse: “Até tu Brutus, meu filho”.

O que nos contaram: 

No dia 15 de março de 44 antes de Cristo, um grupo de senadores, entre os quais estava Brutus (filho de Servília, amante de César, que sempre gozou da proteção e da simpatia de Júlio César), apunhalou o ditador romano até a morte. Momentos antes de morrer por causa dos graves ferimentos, Júlio César, que não podia acreditar na traição de Brutus, pronunciou uma das frases mais famosas da história: “Até tu Brutus, meu filho”.

O que realmente aconteceu. 

De fato, Júlio César foi apunhalado várias vezes nas escadarias do Senado romano. No entanto, nunca articulou a frase que o mundo se esforça em lhe atribuir. Por que então se acredita que essa foi a última coisa que disse antes de morrer? Provavelmente, o fato de Shakespeare tê-la reproduzido em sua obra Júlio César (que data de 1599) ajudou que o mundo o considerasse um fato histórico verídico. 

Por outro lado, Plutarco (que nasceu no ano 45 depois de Cristo) afirma em sua obra que César não disse tal coisa. Segundo o filósofo grego, a única coisa que o ditador fez antes de morrer foi cobrir a cabeça com a toga ao ver Brutus entre seus assassinos. “Ao ver Brutus com a espada desembainhada, colocou a roupa sobre a cabeça e se deixou golpear”, diz Plutarco no volume V de Vidas Paralelas. A frase se tornou hoje um símbolo que representa a traição máxima.

As outras? No EL País.

Vamos fazer uma busca Ativa pelos Nossos nas Redes Sociais

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Internet Social Media
Vamos ocupar os espaços vagos e desmontar os já ocupados a partir das nossas intervenções!

Vamos fazer o convencimento político da nossa ideologia, e deixar que eles façam o convencimento ideológico da desastrosa política deles.

Por “Nossos” entendo que são todas as pessoas realmente de “Bem”, que defendem a Democracia, os Direitos Humanos, as Instituições da República e o direito à vida, com toda a dignidade que as pessoas mais pobres merecem, por direito.

O fato do Facebook  banido as contas do clã Bolsonaro da plataforma não quer dizer muita coisa. Não se iluda: eles arrumarão um jeito de voltar travestidos de novos usuários. A Milícia sempre se reinventa. Quem é do Rio de Janeiro como eu, sabe que infelizmente, é assim que funciona.

Aos que pensam que Bolsonaro surgiu do nada para ganhar as eleições de 2018, eu afirmo: Estão enganados! O Documentário Democracia em Vertigem mostra um pouco isso.  Enquanto a Sessão Plenária do Congresso Nacional parecia uma rinha de Galos de briga debatendo o Impeachment/Golpe contra a presidenta Dilma, o Coiso foi flagrado/filmado em um canto do Plenário só observando o que acontecia. Para ele aquilo só lhe dava mais combustível para consolidar a sua estratégia eleitoral.

Enquanto a esquerda ideologicamente romântica e saudosista ocupava as redes sociais para bater no Aécio, Temer, FHC e Ciro, o Chefe do Clã Bolsonaro que se escondeu na Câmara dos Deputados por mais de 28 anos, viajava pelo país desenhando as linhas da sua campanha, buscando o apoio dos militares de altíssima patente, dos ruralistas, dos destruidores da Floresta Amazônica, do Agronegócio e dos mais pobres das periferias – mais manipuláveis pelas condições sociais e econômicas em que vivem. 

Mas, a MAIOR cartada do Coiso foi dar uma banana para a chamada “grande” mídia tradicional e OCUPAR as plataformas digitais, enquanto a esquerda sonhava em ocupar disputar os espaços da Mídia Golpista. Grande Ilusão. Uma imprensa que apoiou o Golpe Militar de 64, financiou midiaticamente o golpe contra a Dilma, tentou destruir a imagem do melhor presidente que o Brasil – Lula - já teve, se alia ao agronegócio para dizimar o MST e franca e descaradamente escolheu o lado dos mais corruptos empresários e políticos brasileiros, JAMAIS ficará do nosso, por mais que se esforce. É uma questão de DNA político/ideológico da casa Grande contra a Senzala.

Diante de tais constatações, creio que para vencermos este conjunto de coisas ruins que se abateu sobre nós, só nos resta uma alternativa: combater o inimigo no terreno que ele acha que apenas dele, com a estratégia e a inteligência que nos fez sobreviver até agora.

- Vamos ocupar as Redes.

- Vamos seguir os nossos.

- Vamos repercutir/compartilhas as notícias dos sites do nosso campo programático social e filosófico.

- Vamos construir a maior rede de esquerda antifascista nas redes.

Por fim, VAMOS à LUTA! 


Alienação para Sobreviver ao Mundo

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https://jornalggn.com.br/sites/default/files/2020/07/melancolia-munch.jpg
“Se queres, amontoa em tua própria casa riquezas mil e vive com a magnificência de um rei; mas, se isso não te traz contentamento, eu não daria nem a sombra da fumaça por todo o resto, pois não há para os mortais nada que seja comparável ao prazer”
(Antígona – Sófocles)

Dizer o que não é comum, normal e corriqueiro, ou transformar o corriqueiro, o normal em algo incomum, é o maior desafio ao se escrever, ou ao falar, contar uma história, enfim, em qualquer lugar.

As palavras saltam dos dedos, rememorando algo assim, nem sempre “engenho e arte”, ou as musas do Tejo, do Hélicon, inspiram.

As armas e barões, tanto já cantadas, as enormes histórias, que nós teimamos em não ler, conhecer, o que nos faz repetir erros, até mesmo sobre elas, pelas orelhas de livros  não lidos, as citações errôneas, sempre assustam ao colar uma delas aqui, ou acolá, não pela vaidade, apenas rigor e um desejo de não errar, às vezes a tentação de mostrar algo que não tens, vira-se contra si.

Ora, algumas vezes disse aqui que Marx era um bruxo, sua enorme capacidade de leitura e de produção literária fez dele um colecionador de citações, algumas vezes ele não punha aspas, ou as traduções não as incluía, por essa tradição de não ler o que lia, ele, Marx, virou “dono” de frases famosas, muitas delas de Shakespeare, de quem ele era profundo conhecedor.

Marx tinha um “google” próprio, quem não leu o Capital, por pensar que é complexo do ponto de vista da economia política, vale a leitura pela quantidade de referências literárias, para entender como é importante conhecer a literatura, as obras fundamentais da humanidade, pois sem elas, nenhuma teoria política e/ou econômica se sustentariam.

A fluência de um texto complexo, de um tema árido, só é possível através do uso de outras artes, para ganhar o leitor pelo desejo, pela curiosidade, despertar seu interesse por um conhecimento mais amplo, que una Dante ao Pink Floyd, Homero ao Led Zeppelin, ou simplesmente uso de uma fábula que explica um conceito abstrato de filosofia, matemática.

Esse homem/mulher total, aquele do Fausto, ou de Porcia, é o que teremos que buscar, que pode ir além das possibilidades e probabilidades que a alienação lhe reserva, que lhe consome,

A liberdade reside no conhecimento, no que consegue ver para além do mundo cinza, concreto, que não sabe distinguir uma mamadeira de piroca, de uma pandemia.

O horror de hoje é um dívida pelo ontem, e a dor do que virá amanhã.

Ainda daria tempo. Teremos coragem de ir atrás?

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A Esmola do Itaú Personnalité na Pandemmialité

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Para você que é pobre poder Commer.

⇐⇐⇐⇐⇐ - 1 kilo de feijão – quebrado, 1 de arroz – mais ou menos quebrado, 1 de fubá, 1 de açúcar, 2 pacotes de macarrão/500mg, e uma lata de sardinha.

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Mais tarde, no JN, quando o “Bonnertinho” anunciar as doações que as Empresas Parceiras estão fazendo para ajudar aos mais pobres, deixará a impressão que o empresariado brasileiro é “bonzinho”, MUITO bonzinho... E já que o pobre é pobrinho, merece comer só um pouquinho...

E assim, os gananciosos capitalistas seguem enganando os pobres, que infelizmente se deixar enganar pelos falsos profetas, pelos ricos e bonitinhos. Eis mais um resultado desfavorável colhido: Esmola.

Lula tinha razão: Distribuir Renda é o caminho para acabar com a fome e a miséria. Enquanto os empresários e a mídia batiam nesta ideia, os pobre aplaudiam... Que pena!

Então, só nos resta lembrar do grande filósofo Jung:


As Cestas, como mostrado na imagem acima, estão sendo distribuídas aos alunos/as no Colégio Estadual Sargento Antônio Ernesto, em Cabuçu, Nova Iguaçu/RJ.

Sete notas não exatamente musicais sobre Aldir Blanc

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Imagem: Aroeira
Compositor lutou por 24 dias contra o coronavírus e morreu na Vila Isabel da sua infância, no mesmo dia de Noel Rosa

1 – Aldir Blanc tinha 73 anos, diabetes e hipertensão. Seria presa fácil para o coronavírus. Mas não foi. Lutou por 24 dias durante essa doença terrível, que nada tem de “gripezinha”. Parentes e amigos acordávamos achando que ele não atravessaria mais 24 horas. E ele atravessava.

Morreu em 4 de maio, o mesmo dia em que, em 1937, morreu um de seus maiores ídolos, Noel Rosa. Ambos em Vila Isabel – Noel em casa, na Rua Teodoro da Silva; Aldir no Hospital Universitário Pedro Ernesto, na Avenida 28 de Setembro. É coincidência ou há algo mais entre o céu e a terra? Aldir, provavelmente, votaria nas duas opções.

2 – Foi Dorival Caymmi quem disse: “Todo mundo é carioca. Mas Aldir Blanc é carioca mesmo”. Nasceu no Estácio, berço do samba urbano brasileiro. Cresceu e foi feliz em Vila Isabel, bairro-personagem de suas crônicas e de letras como as de “Tempos do onça e do fera (Quarador)” e “Viena fica na 28 de setembro”.

Era menino quando seu avô o levou até a caixa d’água da casa. Antônio Aguiar abriu a tampa e pediu para ele olhar.

– É a lua! – exclamou Aldir.

– Aquela, não. Aquela é gelada, feita de pedras, uma espécie de vulcão extinto. Agora, essa aqui, dentro da caixa d’água, é a lua da Zona Norte. Põe a mão nela… Isso. Viste? É trêmula e tépida como as mulheres.

A história está belamente contada no livro “Vila Isabel – Inventário da Infância” (1996).

3 – “Qual o outro nome da lua? Noêmia”, escreveu ele para a avó que o criou num poema em que denunciava “a ilusão de um poeta/ que ainda pensa que o céu/ fica em Vila Isabel”. Uma das irmãs de Noêmia se chamava Lurdes. Segundo o sobrinho-neto, ela terminou a vida cega e satisfeita: “Graças a Deus fiquei cega, para não ver mais as maldades do mundo”.

Uma frase perfeita para os dias de hoje. Se não morresse da Covid-19, Aldir morreria de Brasil. Sua glicose e sua pressão não suportariam o que aconteceu nos 24 dias em que ficou internado. Depois do que se deu em Brasília no domingo 3, ele deve ter achado melhor se encontrar com Noel.

4 – Para a família e para os amigos, a agonia das últimas semanas tinha um pico na hora de dormirmos. Será que acordaremos na manhã seguinte com a notícia de que ele morreu? Pois foi assim. Como bom boêmio (ou ex-boêmio), morreu de madrugada, perto do nascer do sol.

“Eu gosto quando alvorece / Porque parece que está anoitecendo / E gosto quando anoitece que só vendo / Pois eu penso que alvorece” (de “Me dá a penúltima”, parceria com João Bosco).

5 – Como percebem os que leem suas crônicas e suas letras, Aldir era um grande contador de histórias. Imitava vozes, inventava diálogos, embaralhava fatos e delírios – como em sua obra. Hermínio Bello de Carvalho destacava o seu carisma e dizia não perder a esperança de ver o amigo nos palcos, apresentando-se. Quem conhece seus discos, como “Vida noturna” (2005), sabe que ele era um excelente intérprete. Mas a crescente fobia social bloqueou seu potencial de showman.

6 – Aldir teve uma primeira infância sofrida, uma segunda infância radiante, uma adolescência sofrida, uma juventude radiante. Para não ficar nesse vaivém, logo cedo resolveu juntar tudo num balaio só, numa obra só, numa vida só. Escreveu e viveu uma tragicomédia brasileira.

E foi assim até o final. Estava em quarentena havia quase 30 anos, desde que um acidente grave de carro o fez reduzir as saídas e a adotar o isolamento social como regra. Pois logo ele foi morrer de Covid-19. Seria tragicômico se não fosse só trágico.

7 – Na véspera de ser internado, Aldir enviou um áudio para o autor destas linhas, que lhe convidara para um trabalho.  A última frase da última gravação da sua voz é a seguinte: “Os piores bandidos são os que se consideram mocinhos”. O Brasil de hoje em uma frase – espera-se que não um epitáfio.

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Publicado originalmente no site da Revista Época, por Luiz Fernando Vianna.
Republicado no Portal Vermelho.

(Kid Cavaquinho - João Bosco/Aldir Blanco)

Quando você, me ouvir Cantar

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Um Clássico dos Clássicos, com Anna Ratto.

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Faremos uma Pausa no Travessia, 

Para um merecido descanso, após um longo período de turbulência política, que não passa. A tendência é que se transforme em um Tornado,  Furacão  e Destruição das coisas construídas no longo processo de reconstrução democrática de um País chamado Brasil. Que me parece, já não é mais De Todos que exercem a diversidade como naturalidade e leveza! 

Voltaremos a caminhar juntos há qualquer momento.

Deixo vocês com algumas sugestões de leitura, e com a bela Voz de Anna Ratto. Lançamento/sugestão da Biscoito Fino.

Um abraço.

Beth Muniz.

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Menino Jesus. Eu vi... Jesus Cristo descer à Terra...

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Foto: Revista Bula
Num meio-dia de fim de primavera eu tive um sonho como uma fotografia: eu vi Jesus Cristo descer à Terra.

Ele veio pela encosta de um monte, mas era outra vez menino, a correr e a rolar-se pela erva. A arrancar flores para deitar fora, e a rir de modo a ouvir-se de longe. Ele tinha fugido do céu. Era nosso demais pra fingir-se de Segunda pessoa da Trindade.

Um dia que DEUS estava dormindo e o Espírito Santo andava a voar, Ele foi até a caixa dos milagres e roubou três.

Com o primeiro Ele fez com que ninguém soubesse que Ele tinha fugido; com o segundo Ele se criou
eternamente humano e menino; e com o terceiro Ele criou um Cristo eternamente na cruz e deixou-o pregado na cruz que há no céu e serve de modelo às outras. Depois Ele fugiu para o Sol e desceu pelo primeiro raio que apanhou.

Hoje Ele vive na minha aldeia, comigo. É uma criança bonita, de riso natural. Limpa o nariz com o braço direito, chapinha nas poças d'água, colhe as flores, gosta delas, esquece. Atira pedras aos burros, colhe as frutas nos pomares, e foge a chorar e a gritar dos cães.

Só porque sabe que elas não gostam, e toda gente acha graça, Ele corre atrás das raparigas que levam as bilhas na cabeça e levanta-lhes a saia. A mim, Ele me ensinou tudo. Ele me ensinou a olhar para as coisas. Ele me aponta todas as cores que há nas flores e me mostra como as pedras são engraçadas quando a gente as tem na mão e olha devagar para elas.

Damo-nos tão bem um com o outro na companhia de tudo que nunca pensamos um no outro. Vivemos juntos os dois com um acordo íntimo, como a mão direita e a esquerda. Ao anoitecer nós brincamos as cinco pedrinhas no degrau da porta de casa. Graves, como convém a um DEUS e a um poeta. Como se cada pedra fosse todo o Universo e fosse por isso um perigo muito grande deixá-la cair no chão.



Depois eu lhe conto histórias das coisas só dos homens. E Ele sorri, porque tudo é incrível. Ele ri dos reis e dos que não são reis. E tem pena de ouvir falar das guerras e dos comércios. Depois Ele adormece e eu o levo no colo para dentro da minha casa, deito-o na minha cama, despindo-o lentamente, como seguindo um ritual todo humano e todo materno até Ele estar nu. Ele dorme dentro da minha alma. 

Às vezes Ele acorda de noite, brinca com meus sonhos. Vira uns de pena pro ar, põe uns por cima dos outros, e bate palmas, sozinho, sorrindo para os meus sonhos.

Quando eu morrer, Filhinho, seja eu a criança, o mais pequeno, pega-me Tu ao colo, leva-me para dentro a Tua casa. Deita-me na tua cama. Despe o meu ser, cansado e humano. Conta-me histórias caso eu acorde para eu tornar a adormecer, e dá-me sonhos Teus para eu brincar.

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Fernando Pessoa, Codificado como Alberto Caiero.

Na Paz de Senhor!

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Eu
Mas, ainda é cedo pro nosso Inventário...

O sambista não precisa ser membro da academia
Ao ser natural em sua poesia o povo lhe faz imortal

O sambista não precisa ser membro da academia
Ao ser natural em sua poesia o povo lhe faz imortal

E se houver tristeza que seja bonita, na paz do Senhor
Pois tristeza feia o poeta não gosta, na paz do Senhor

Um surdo marcando no som da cuíca, na paz do Senhor
A viola pergunta mais não tem resposta, na paz do Senhor

Quem rezar por mim que o faça sambando, na paz do Senhor
Porque um bom samba é forma de oração, na paz do Senhor

Um bom partideiro só chora versando, na paz do Senhor
Tomando com a mão a batida de limão, na paz do Senhor

Bom Domingo,

Na Paz do Senhor!


Não existe nada melhor que a vingança

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Não existe nada melhor que a vingança.
Eu, por exemplo, exonerei aquele cara do Ibama que me multou em Angra.

(O Coiso)
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Diário, não existe nada melhor que a vingança. Vou até confessar uma coisa: quando eu estou no banho, faço o chuveirinho de microfone e canto aquela música: “Por isso eu sou vingativa, vingativa, vingativa…”.

Vingança é uma vitória dupla, porque vem depois da derrota.

Eu, por exemplo, exonerei aquele cara do Ibama que me multou em Angra.

Agora vou mandar a namorada do Lula para Foz do Iguaçu, para ela ficar bem longe dele.

E também vou vetar esse negócio de bagagem gratuita nos voos. Só porque foi o PT que deu a ideia.

Pena que não deu para tirar o Paulo Freire de patrono da Educação. A gente propôs botar aquele padre dos índios no lugar dele. Mas o pessoal do Santuário José de Anchieta disse que ele não merece ser colocado como patrono num momento em que a educação não é prioridade no país. Ah, ingratidão…

Olha, Diário, a verdade é que eu só escolhi gente vingativa pro meu time. E eles querem dar o troco.

A gente era oprimido por ser menos inteligente, por não ser intelectual, por não ter diploma. Tanto que o Witzel, o Salles e o Dallagnol inventaram que estiveram em Harvard. Mas agora eles vão ver. É a nossa chance da revanche.

Por exemplo, o Onyx, que odeia a esquerda, demitiu todo mundo da Casa Civil logo que entrou (depois teve que chamar uns de volta, mas tudo bem).

E o Ricardo Salles, que é xingado pelos verdes, fez uma queimada de ecologistas no Ministério do Meio Ambiente.

Agora, cá entre nós, o Weintraub é um caso especial. É mais ressentido que miss derrotada. Ele, que tomou um monte de zero na faculdade, está se vingando bonito!

Primeiro falou que ia cortar o dinheiro de três universidades por causa de balbúrdia. Aí, como teve reclamação, resolveu fazer um corte geral.

Depois proibiu todo mundo de falar sobre as passeatas. E, como teve um professor que falou para os alunos irem nas manifestações, agora disse que vai instaurar processo contra o cara.

Diário, falam que a vingança é um prato que se come frio. Mas a gente come ela quente, fria, requentada, de qualquer jeito. Pra mim, vingança é que nem rodízio de carne: tem que comer até explodir.

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por Jornalistas Livres.
José Roberto Torero

José Roberto Torero é autor de livros, como “O Chalaça”, vencedor do Prêmio Jabuti de 1995. Além disso, escreveu roteiros para cinema e tevê, como em Retrato Falado para Rede Globo do Brasil. Também foi colunista de Esportes da Folha de S. Paulo entre 1998 e 2012.

'Deus é Mulher': 'O meu país é o meu lugar de fala'

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Novo disco da cantora carioca amplia o poder transformador da música com debate político, feminista, anti-racista, pela liberdade religiosa, ancestralidade e pelo empoderamento.

“Mil nações moldaram minha cara/ Minha voz, uso para dizer o que se cala/ O meu país é meu lugar de fala.” É com esse grito de O que se Cala que Elza Soares abre seu novo disco, Deus É Mulher, lançado esta semana pela Deck Disc, e já disponível em todas as plataformas digitais, entre elas Spotify, YouTube, Google Play, Deezer e SoundCloud.

No texto de apresentação do álbum, a feminista e pesquisadora na área de Filosofia Política, Djamila Ribeiro, descreve como se sentiu ao escutar o novo álbum de Elza: “Vemos uma Elza Soares cantando a partir de um lugar potente, num elo com as gerações mais jovens. Como autora do livro O que é Lugar de Fala, fiquei particularmente tocada em ver uma mulher como ela, uma das maiores cantoras brasileiras, rompendo com silêncios históricos e emprestando sua voz para amplificar as nossas. Uma generosidade para quem ainda precisa se calar perante a vida. Elza fala por milhares, canta a liberdade”, afirma a ex-secretária-adjunta da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo.


Em 11 faixas inéditas, o álbum faz uma ode ao empoderamento negro – especialmente das mulheres – a partir de letras feministas, de afirmação política e estrofes que celebram as raízes afro. “Exu nas Escolas é um grito pela ancestralidade, pela beleza de uma mitologia que foi demonizada. Ode ao orixá da comunicação, a uma cosmogonia sufocada por uma visão colonial. Um manifesto pela liberdade religiosa e cultural de um povo”, analisa Djamila..

O TropiKaosLista

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Filme de José Walter Lima homenageia um dos maiores nomes da contracultura brasileira, o multi-artista que foi designer gráfico, tipógrafo, músico, poeta e um dos criadores da Tropicália, Rogério Duarte, o Tropikaoslista

Há exatos 50 anos, nascia o disco-manifesto Tropicália, o marco fundador de um dos mais importantes movimentos musicais brasileiros. Para celebrar a efeméride e render uma justa homenagem, o cineasta, produtor e artista plástico José Walter Lima lançou esta semana nos cinemas o documentário Rogério Duarte, o Tropikaoslista, que dá voz ao ao multi-artista que é considerado mentor e um dos idealizadores do movimento tropicalista. 

A arte, as lembranças, as crenças, os hobbies e as reflexões sobre a Tropicália são apresentados por meio de um longo depoimento de Rogério Duarte. Não há entrevistas com outros artistas, amigos nem familiares. Na tela, fala apenas Duarte e imagens de arquivo dão conta do rico e conturbado universo do baiano nascido em Ubaíra.

“Esse trabalho é uma tentativa de uma retomada da vanguarda artística do cinema brasileiro. Trata-se de um documentário sem as mesmices pachorrentas, cheio de entrevistas. Só quem fala é o protagonista. Nesse caso, Rogério Duarte. Ao longo desses anos, o que vemos é um deserto total no que se refere ao cinema de linguagem. Dentro desse conceito foi realizado esse filme, contando a magnitude tropical desse maravilhoso pensador, ator de muitas ações nos bastidores que contribuíram para mudar os paradigmas da cultura", afirma o diretor José Walter Lima.

Duarte é o criador das capas dos principais discos tropicalistas, entre eles de álbuns de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Jorge Mautner, além de cartazes de filmes, como Deus e O Diabo na Terra do Sol, Terra em Transe e Idade da Terra, de Glauber Rocha, o anárquico grito contra a ditadura Meteorango Kid, Herói Intergaláctico, de André Luiz Oliveira, O Desafio, de Paulo Cezar Saraceni, e Cara a Cara, de Julio Bressane.



“Quando não tiver uma palavra de conforto para quem perdeu a mãe ou a esposa, cale a boca”

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Estive em são Bernardo do Campo para uma palestra no Instituto Mauá. 

A cidade já tinha alguma movimentação em função do velório de dona Marisa. A divergência política e o contraditório são excelentes para a democracia. Todo choque tem algumas barreiras. 

Uma é a ética: divergir não implica atacar. Outra, muito importante, é a morte. Nada existe além dela. 

Extinguem-se as animosidades. Termina o ódio no túmulo. Atacar ou ter felicidade pela morte de um ser humano é uma prova absoluta de que a dor e o ressentimento podem enlouquecer alguém. 

Se você sente felicidade pela morte de um inimigo, guarde para si. Trazer à tona torna pública sua fraqueza, sua desumanidade. 


Acima de tudo, mostra que este inimigo tinha razão ao dizer que você era desequilibrado. Contestem, debatam, critiquem: mas enderecem tudo isto a quem possa revidar. 

Por enquanto temos apenas um homem que perdeu sua companheira, filhos órfãos e netos sem a avó. Entre os vivos, surgem divergências e debates. 

Diante da morte, impõe-se silêncio e respeito. Nunca deixem de ser, ou ao menos, tentar parecer, um ser humano. Quando você não tiver uma palavra de conforto para quem perdeu a mãe ou a esposa, simplesmente, cale a boca. Sinto-me envergonhado por coisas que li na internet.

Elis: Na troca, a gente aprende mais que no isolamento

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“Se a gente conversar a fundo mesmo com o jardineiro que está lá arrumando nosso jardim, a gente aprende mais do que lendo O Capital (de Karl Marx)”.



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Embora valorizasse muito o estudo e o conhecimento, em uma das muitas entrevistas que concedeu, deixou-nos a extraordinária afirmação que transcrevo acima.

- Há 35 anos o Brasil despertou com uma notícia furacão: Elis Regina estava morta!

Uma das mais amadas cantoras do país, foi a precursora do que viria a ser conhecida como Música Popular Brasileira - MPB.

Partindo de uma Vila Operária em Porto Alegre, a Pimentinha – como era chamada -, conquistou o Brasil e mundo com sua voz e seu comportamento irreverente.

Como um furacão de talento, Elis chegou e abalou o mundo da música.  Não apenas pela voz e capacidade ímpar de interpretação, mas por ser uma das poucas de sua época que questionou o mercado da música e o poder das gravadoras sobre os artistas.

A “Pimentinha” se foi jovem e no auge da carreira - tinha apenas 36 anos -, mas sua obra é sempre revisitada pelas novas gerações, e sua voz ainda hoje serve como referência para as cantoras iniciantes.

Sua extensa obra é composta de canções intimistas à “hinos”, como é o caso de O Bêbado e a Equilibrista, composta por Jão Bosco e Aldir Blanc, considerada à época o “Hino da Anistia”.

A verdade é que mesmo em meio a tantos modismos musicais, Elis ainda continua nos emocionando, como no filme Elis – O Filme, que está em cartaz.




Não escondo: Sou Fã!

Tudo bem com a senhora? Precisa de ajuda?

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Gentileza: Na atualidade, um valor em extinção.

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- Tudo bem com a senhora? Precisa de ajuda?

As perguntas acima foram feitas por mim para uma senhora idosa que caminhava com dificuldade, que cruzou o meu caminho ontem. Ou será que foi eu quem cruzou o dela? Não importa. 

A resposta imediata que recebi foi um Tudo Bem... Não muito convencida segui em frente. Me afastei, mas fiquei a observar. Voltei e novamente perguntei:

- Tudo bem com a senhora? Precisa de ajuda? 

Desta vez a resposta foi diferente: “Acho que vou aceitar a sua ajuda. Não estou conseguindo andar sozinha. As minhas pernas estão falhando...”.

Ofereci-lhe o meu braço e a conduzi até o hospital situado a uns quinhentos metros, onde a senhora ia pegar o resultado de um exame. Exatamente o exame das pernas que estavam falhando. 

Na Recepção do hospital solicitei as informações necessárias e a levei até o setor em que pegaria os exames. Depois, a orientei a comprar uma bengala para ajudá-la a deambular, e, a ligar para algum familiar. A ligação ela fez. Se comprou a bengala não sei. 

Então, eu que havia ido ao supermercado comprar umas coisinhas, pude seguir o meu rumo com um sentimento de dever cumprido.

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Pois é...

E para quem vive repetindo que Gentileza gera Gentileza, uma historinha de quem teve o privilégio de vê-lo pessoalmente, diariamente...

Trotsky: a revolução começa na escola

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Vocês acreditam em sincronicidade? Eu acredito muito. E eis que estava pesquisando no youtube uns filminhos para a seção Cine Morena do blog, quando me deparo com esta comédia canadense de 2009, cujo título parece incrivelmente profético no Brasil atual. É a hilária vida do garoto Leon Bronstein, de 17 anos, no último ano do colegial em Montreal. Leon acredita ser a reencarnação do revolucionário russo de quem é homônimo: ninguém menos que o comandante do Exército Vermelho, Leon Trotsky.


Filho de industrial, a primeira ação de Leon é organizar uma greve de fome dos trabalhadores da fábrica do pai, a quem chama “fascista”. Mas é um filme canadense, né? Ninguém espere que o pai do menino seja tão reaça assim: ele passa a ler a autobiografia de Trotsky para compreender melhor o filho, que segue esquematicamente todos os passos do revolucionário. Enquanto procura, um por um, os Vladimir Ulyanov que aparecem nas listas telefônicas do Canadá, para encontrar o seu Lenin.

Bem, como “castigo” pela agitação política, o pai de Leon o manda para a escola pública. Castigo que ele, é claro, adora. Na escola pública, o desafio de Leon Bronstein é descobrir se sua geração é vítima do tédio ou da apatia. Se for tédio, ele diz que ainda há cura…

Tem muitas citações, desde o livro A Revolução dos Bichos, de George Orwell, até a clássica cena da escadaria de O Encouraçado Potemkin, de Sergei Eisenstein. Muito bom, assistam. Só achei a versão dublada. 

Será que alguém exibiu para os garotos/as nas ocupações?


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É preferível a solidão fiel do que a companhia traiçoeira

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UM BOM LIVRO E UM BOM VINHO SÃO MELHORES DO QUE MUITA GENTE.

Estou ficando velha e a cada dia mais medrosa. Tenho medo de tudo. Do escuro, de espíritos, de barata, de montanha-russa, até de manga com leite - melhor evitar. Não me convide para programações radicais, como descer numa tirolesa ou pular de uma cachoeira. Para quê? Já estou velha para algumas emoções. Quanto mais perto dos 40, mais me convenço de que já vivi o bastante para saber, pelo menos, o que eu não quero fazer.


Hoje eu sei que não preciso mais me agarrar à adrenalina para me sentir viva. Ler um livro, assistir a um filme, encontrar um amigo me fazem melhor do que voar de asa delta, por exemplo. Chega uma época em que não precisamos mais de autoafirmação. Nós nos conhecemos tão bem que já não fazemos a menor questão e o mínimo esforço para agradar aos outros. Não temos mais a necessidade de nos sentir aceitas, da mesma forma que também não aceitamos qualquer um e qualquer programa.

Uma coisa é certa: o nível de exigência aumenta impetuosamente com os anos e isso reflete em todos os aspectos. Para sair de casa, só se a companhia for excepcional. Para entrar num relacionamento, nem se fala. Depois dos 30, nós só namoramos se valer muito a pena. Antes só do que mal amada. Se isso é bom? Claro que sim! Fica quem quer ficar e vai embora quem deve ir.

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