Imaginação e a épica maquiaram alguns dos episódios mais famosos. Falamos com historiadores e especialistas que desmentem essas tergiversações
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Júlio César nunca disse: “Até tu Brutus, meu filho”.
O que nos contaram:
No dia 15 de março de 44 antes de Cristo, um grupo de senadores, entre os quais estava Brutus (filho de Servília, amante de César, que sempre gozou da proteção e da simpatia de Júlio César), apunhalou o ditador romano até a morte. Momentos antes de morrer por causa dos graves ferimentos, Júlio César, que não podia acreditar na traição de Brutus, pronunciou uma das frases mais famosas da história: “Até tu Brutus, meu filho”.
O que realmente aconteceu.
De fato, Júlio César foi apunhalado várias vezes nas escadarias do Senado romano. No entanto, nunca articulou a frase que o mundo se esforça em lhe atribuir. Por que então se acredita que essa foi a última coisa que disse antes de morrer? Provavelmente, o fato de Shakespeare tê-la reproduzido em sua obra Júlio César (que data de 1599) ajudou que o mundo o considerasse um fato histórico verídico.
Por outro lado, Plutarco (que nasceu no ano 45 depois de Cristo) afirma em sua obra que César não disse tal coisa. Segundo o filósofo grego, a única coisa que o ditador fez antes de morrer foi cobrir a cabeça com a toga ao ver Brutus entre seus assassinos. “Ao ver Brutus com a espada desembainhada, colocou a roupa sobre a cabeça e se deixou golpear”, diz Plutarco no volume V de Vidas Paralelas. A frase se tornou hoje um símbolo que representa a traição máxima.
As outras? No EL País.