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A Cor tem Defeito?

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Fascinante história de uma africana idosa, cega e à beira da morte, que viaja da África para o Brasil em busca do filho perdido há décadas. Ao longo da travessia, ela vai contando sua vida, marcada por mortes, estupros, violência e escravidão. Inserido em um contexto histórico importante na formação do povo brasileiro e narrado de uma maneira original e pungente, na qual os fatos históricos estão imersos no cotidiano e na vida dos personagens. Um Defeito de Cor, de Ana Maria Gonçalves, é um belo romance histórico, de leitura voraz, que prende a atenção do leitor da primeira à última página. Uma saga brasileira que poderia ser comparada ao clássico norte-americano sobre a escravidão, Raízes.


Imagem: Amazon.com.br


Vencedor do prestigioso Prêmio Casa de las Américas e incluído na lista da Folha de S.Paulo como o sétimo entre 200 livros mais importantes para entender o Brasil em seus 200 anos de independência, Um defeito de cor conta a saga de Kehinde, mulher negra que, aos oito anos, é sequestrada no Reino do Daomé, atual Benin, e trazida para ser escravizada na Ilha de Itaparica, na Bahia.

No livro, Kehinde narra em detalhes a sua captura, a vida como escravizada, os seus amores, as desilusões, os sofrimentos, as viagens em busca de um de seus filhos e de sua religiosidade. Além disso, mostra como conseguiu a sua carta de alforria e, na volta para a África, tornou-se uma empresária bem-sucedida, apesar de todos os percalços e aventuras pelos quais passou. A personagem foi inspirada em Luísa Mahin, que teria sido mãe do poeta Luís Gama e participado da célebre Revolta dos Malês, movimento liderado por escravizados muçulmanos a favor da Abolição.

E a Portela  vai embarcar nos Porões dessa Viagem em 2024, para mostrar quem de fato tem defeito.

Para o carnaval de 2024, o sonho da GRES Portela está baseado no principal fator simbólico que dá consistência para ela ser o que é e chegar onde chegou: O Afeto. Ancestralidade cultuada no sagrado feminino, no terreiro da mãe de todas as outras que vieram depois, a Iyá centenária.

Sete notas não exatamente musicais sobre Aldir Blanc

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Imagem: Aroeira
Compositor lutou por 24 dias contra o coronavírus e morreu na Vila Isabel da sua infância, no mesmo dia de Noel Rosa

1 – Aldir Blanc tinha 73 anos, diabetes e hipertensão. Seria presa fácil para o coronavírus. Mas não foi. Lutou por 24 dias durante essa doença terrível, que nada tem de “gripezinha”. Parentes e amigos acordávamos achando que ele não atravessaria mais 24 horas. E ele atravessava.

Morreu em 4 de maio, o mesmo dia em que, em 1937, morreu um de seus maiores ídolos, Noel Rosa. Ambos em Vila Isabel – Noel em casa, na Rua Teodoro da Silva; Aldir no Hospital Universitário Pedro Ernesto, na Avenida 28 de Setembro. É coincidência ou há algo mais entre o céu e a terra? Aldir, provavelmente, votaria nas duas opções.

2 – Foi Dorival Caymmi quem disse: “Todo mundo é carioca. Mas Aldir Blanc é carioca mesmo”. Nasceu no Estácio, berço do samba urbano brasileiro. Cresceu e foi feliz em Vila Isabel, bairro-personagem de suas crônicas e de letras como as de “Tempos do onça e do fera (Quarador)” e “Viena fica na 28 de setembro”.

Era menino quando seu avô o levou até a caixa d’água da casa. Antônio Aguiar abriu a tampa e pediu para ele olhar.

– É a lua! – exclamou Aldir.

– Aquela, não. Aquela é gelada, feita de pedras, uma espécie de vulcão extinto. Agora, essa aqui, dentro da caixa d’água, é a lua da Zona Norte. Põe a mão nela… Isso. Viste? É trêmula e tépida como as mulheres.

A história está belamente contada no livro “Vila Isabel – Inventário da Infância” (1996).

3 – “Qual o outro nome da lua? Noêmia”, escreveu ele para a avó que o criou num poema em que denunciava “a ilusão de um poeta/ que ainda pensa que o céu/ fica em Vila Isabel”. Uma das irmãs de Noêmia se chamava Lurdes. Segundo o sobrinho-neto, ela terminou a vida cega e satisfeita: “Graças a Deus fiquei cega, para não ver mais as maldades do mundo”.

Uma frase perfeita para os dias de hoje. Se não morresse da Covid-19, Aldir morreria de Brasil. Sua glicose e sua pressão não suportariam o que aconteceu nos 24 dias em que ficou internado. Depois do que se deu em Brasília no domingo 3, ele deve ter achado melhor se encontrar com Noel.

4 – Para a família e para os amigos, a agonia das últimas semanas tinha um pico na hora de dormirmos. Será que acordaremos na manhã seguinte com a notícia de que ele morreu? Pois foi assim. Como bom boêmio (ou ex-boêmio), morreu de madrugada, perto do nascer do sol.

“Eu gosto quando alvorece / Porque parece que está anoitecendo / E gosto quando anoitece que só vendo / Pois eu penso que alvorece” (de “Me dá a penúltima”, parceria com João Bosco).

5 – Como percebem os que leem suas crônicas e suas letras, Aldir era um grande contador de histórias. Imitava vozes, inventava diálogos, embaralhava fatos e delírios – como em sua obra. Hermínio Bello de Carvalho destacava o seu carisma e dizia não perder a esperança de ver o amigo nos palcos, apresentando-se. Quem conhece seus discos, como “Vida noturna” (2005), sabe que ele era um excelente intérprete. Mas a crescente fobia social bloqueou seu potencial de showman.

6 – Aldir teve uma primeira infância sofrida, uma segunda infância radiante, uma adolescência sofrida, uma juventude radiante. Para não ficar nesse vaivém, logo cedo resolveu juntar tudo num balaio só, numa obra só, numa vida só. Escreveu e viveu uma tragicomédia brasileira.

E foi assim até o final. Estava em quarentena havia quase 30 anos, desde que um acidente grave de carro o fez reduzir as saídas e a adotar o isolamento social como regra. Pois logo ele foi morrer de Covid-19. Seria tragicômico se não fosse só trágico.

7 – Na véspera de ser internado, Aldir enviou um áudio para o autor destas linhas, que lhe convidara para um trabalho.  A última frase da última gravação da sua voz é a seguinte: “Os piores bandidos são os que se consideram mocinhos”. O Brasil de hoje em uma frase – espera-se que não um epitáfio.

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Publicado originalmente no site da Revista Época, por Luiz Fernando Vianna.
Republicado no Portal Vermelho.

(Kid Cavaquinho - João Bosco/Aldir Blanco)

1º de Maio Virtual e Solidário

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Saúde, Emprego e Renda.

A Frente Ampla anti-Bolsonaro reunirá artistas e políticos.

- Políticos: Reunidos remotamente estarão Lula, FHC, Ciro, Marina Silva, Flávio Dino e Rodrigo Maia, entre outros. 

- Artistas: Chico César, Chico Buarque, Fernanda Takai, Leci Brandão, Odair José, Otto, Paulo Miklos e Zélia Duncan, e outros.

Saúde, emprego e renda são os temas do 1º de Maio 2020. A edição deste ano, de forma inédita, devido à pandemia, será uma manifestação virtual, das 11h30 às 15h30 da sexta-feira. Além da importância crescente da solidariedade em tempos de Covid-19, as centrais sindicais vão reunir uma “frente anti-Bolsonaro” entre seus convidados. Muitos já defendem abertamente o impeachment do presidente.

Confirmaram “presença” o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), a ex-candidata presidencial Marina Silva (Rede) e o líder do PV José Luiz Penna. O espectro partidário inclui PT, PCdoB, PSB, PDT, Psol, PSTU, Rede, SD e PV. São aguardadas as confirmações dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli.

Até o nome do papa Francisco foi incluído. Caso não seja possível obter uma mensagem do Vaticano, a alternativa será um representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O evento, inclusive, deverá começar com a participação de representantes de diversas religiões.

Para assistir acesse a TVT, Aqui.



Escolas de samba do Rio desfilam crítica social na Sapucaí

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Sambas-enredo do Carnaval do Rio 2020 prometem chacoalhar a avenida e a consciência dos foliões na sofrida cidade maravilhosa.

A campeã do ano passado volta para a avenida com tudo no carnaval do Rio de Janeiro em 2020. A Mangueira, terceira escola da primeira noite dos desfiles (domingo, 23), traz para a Marquês de Sapucaí mais um samba com forte crítica social. O enredo A Verdade vos Fará Livre retrata a violência que extermina o povo favelado, agravada pelos governos de Wilson Witzel e de Jair Bolsonaro.

Favela, pega a visão:
Não tem futuro sem partilha
Nem messias de arma na mão…

Os compositores Manu da Cuíca e Luiz Carlos Máximo também participaram da autoria do enredo História pra Ninar Gente Grande, que levou a Mangueira ao seu 20º título no ano passado. 

“O grande homenageado da Mangueira é Jesus Cristo, que luta pela partilha e pela fraternidade”, afirma Manu da Cuíca em entrevista ao site Carnavalesco. “Com certeza, ele aprovaria uma disputa como essa, aprovaria uma escola espetacular que trate a favela como um ato de sobrevivência, especialmente com esse governo que mais mata favelados, e o samba mostra que estamos vivos”, diz a sambista.

A União da Ilha, penúltima na madrugada de domingo para segunda-feira no carnaval do Rio 2020, traz para a avenida as falsas promessas de políticos e poderosos. Os autores, Marcio André, Marcio André Filho, Rafael Prates, J. Alves, Daniel e Marinho, cantam o talento de quem vive nas comunidades, cresce e se desenvolve a despeito de todo o abandono.

Eu sei o seu discurso oportunista
É a ganância, hipocrisia
O seu abraço é minha dor (seu doutor)
Eu sei que todo mal que vem do homem
Traz a miséria e causa fome
Será justiça de quem esperou
O morro desce o asfalto e dessa vez
Esquece a tristeza agora

Favela, pega a visão. A Verdade vos Fará Livre

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Manu da Cuíca e Luiz Carlos Máximo (à direita na foto) comemoram o samba campeão.

Sob o enredo A Verdade vos Fará Livre, o samba da Estação Primeira de Mangueira para o carnaval de 2020, no Rio de Janeiro, foi escolhido na quadra da escola, na madruga do domingo (13/12). Os compositores Manu da Cuíca e Luiz Carlos Máximo participaram da autoria do samba que levou a Mangueira ao seu 20º título, em 2019. O enredo História pra ninar gente grande, também assinado pelo carnavalesco Leandro Vieira, permitiu à escola recontar a história do Brasil sob o ponto de vista de seus heróis negros e índios esquecidos pelos livros. Marielle Franco, vereadora do Psol morta em março de 2018, foi homenageada.

Este ano, a disputa entre três finalistas contou com novidades no regulamento, como proibição de intérpretes de outras escolas e gastos exorbitantes. A temática desenvolvida por Leandro Vieira trata de uma leitura crítica da biografia de Jesus Cristo.

O samba escolhido protesta contra a violência que extermina o povo favelado, agravada durante os governos de Wilson Witzel e de Jair Bolsonaro.

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Eu sou da Estação Primeira de Nazaré
Rosto negro, sangue índio, corpo de mulher
Moleque pelintra do buraco quente
Meu nome é Jesus da gente

Eu tô que tô dependurado
Em cordéis e corcovados
Mas será que todo povo entendeu o meu recado?
Porque de novo cravejaram o meu corpo
Os profetas da intolerância
Sem saber que a esperança
Brilha mais que a escuridão

Favela, pega a visão
Não tem futuro sem partilha
Nem messias de arma na mão
Favela, pega a visão

Mangueira
Samba que o samba é uma reza
Se alguém por acaso despreza
Teme a força que ele tem
Mangueira
Vão te inventar mil pecados
Mas eu estou do seu lado
E do lado do samba também


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Direto do Rio de Janeiro, 22/01/20.

O Rio depois do Révellion: O Bip Bip, o Betequim da Vaca Atolada e o Samba do Trabalhador

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Entre outras, são as opções que pouca gente conhece.

É do Rio? Está no Rio? Pretende ir e não sabe o que fazer depois do Réveillon?

Saia do Circuito tradicional. Arrisque uma boa diversão nos lugares que são a Cara do Rio de Janeiro em sua plenitude. Gaste menos, divirta-se mais.

Bares e democracia: para quem prefere gastar o suado dinheiro e beber onde se respeitam a diversidade, as utopias e cantos de Lula livre e Marielle vive.

Pelos links ou telefones fornecidos é possível checar horários de funcionamento, as especialidades e programações, que são de responsabilidade dos próprios estabelecimentos. O guia de bares do estado do Rio de Janeiro é construído de forma colaborativa.

Confira a seguir a relação de bares, restaurantes e pontos de encontro e confraternização indicados pelos leitores e amigos da RBA. 

“Estação Primeira de Nazaré, A Verdade Vos Fará Livre”

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Imagem: El País
"Favela, pega a visão, não tem futuro sem partilha nem Messias de arma na mão.

Pelo menos dez das das treze escolas de samba do Rio de Janeiro levarão para a Sapucaí um enredo crítico ao contexto político brasileiro. Uma delas é a Estação Primeira de Mangueira, que venceu o carnaval de 2019 com o refrão "Brasil, chegou a vez de ouvir as Marias, Mahins, Marielles, malês". 

Em 2020, a verde e rosa se apresenta como a “Estação Primeira de Nazaré”, no “A Verdade Vos Fará Livre”. O nome da música faz uma referência explícita ao jargão utilizado pelo presidente Jair Bolsonaro, em sua campanha nas eleições de 2018: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”, João 8:32, da Bíblia Sagrada. 

A versão da Mangueira, no entanto, traz um “Jesus da gente”, de “rosto negro, sangue índio, corpo de mulher”, filho de pai carpinteiro desempregado e de mãe Maria das Dores Brasil. O samba-enredo foi assinado por Manuela Oiticica, a Manu da Cuíca - que emplacou a canção do carnaval deste ano - ao lado de Luiz Carlos Máximo.

“Será que todo povo entendeu o meu recado? Porque de novo cravejaram o meu corpo, os profetas da intolerância (…) Favela, pega a visão, não tem futuro sem partilha nem Messias de arma na mão”, conforme trecho da letra.

“Com certeza, ele (Jesus Cristo) aprovaria uma escola espetacular que trata a favela como um ato de sobrevivência, especialmente com esse governo que mais mata favelados. Mas o samba mostra que estamos vivos”, disse Manu da Cuíca, em entrevista ao site “Carnavalesco”.

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A Verdade Vos Fará Livre
Eu sou da Estação Primeira de Nazaré
Rosto negro, sangue índio, corpo de mulher
Moleque pelintra do buraco quente
Meu nome é Jesus da gente
Nasci de peito aberto, de punho cerrado
Meu pai carpinteiro desempregado
Minha mãe é Maria das Dores Brasil

Enxugo o suor de quem desce e sobe ladeira
Me encontro no amor que não encontra fronteira
Procura por mim nas fileiras contra a opressão
E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão
Eu tô que tô dependurado
Em cordéis e corcovados
Mas será que todo povo entendeu o meu recado?


Chorei, Com saudades da Guanabara...

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Eu sei,
Que o meu peito é lona armada
Nostalgia não paga entrada
Circo vive é de ilusão (eu sei...)



Eu sei,
Que o meu peito é lona armada
Nostalgia não paga entrada
Circo vive é de ilusão (eu sei...)
Chorei,
Com saudades da Guanabara
Refulgindo de estrelas claras
Longe dessa devastação (...e então)
Armei,
Pic-nic na Mesa do Imperador
E na Vista Chinesa solucei de dor
Pelos crimes que rolam contra a liberdade
Reguei,
O Salgueiro pra muda pegar outro alento
Plantei novos brotos no Engenho de Dentro
Pra alma não se atrofiar (Brasil)
Brasil, tua cara ainda é o Rio de Janeiro
Três por quatro da foto e o teu corpo inteiro
Precisa se regenerar
Eu sei,
Que a cidade hoje está mudada
Santa Cruz, Zona Sul, Baixada
Vala negra no coração

Chorei,
Com saudades da Guanabara
Da Lagoa de águas claras
Fui tomado de compaixão (...e então)
Passei,
Pelas praias da Ilha do Governador
E subi São Conrado até o Redentor
Lá no morro Encantado eu pedi piedade
Plantei,
Ramos de Laranjeiras foi meu juramento
No Flamengo, Catete, na Lapa e no Centro
Pois é pra gente respirar (Brasil)
Brasil
Tira as flechas do peito do meu Padroeiro
Que São Sebastião do Rio de Janeiro
Ainda pode se salvar

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Direção e Produção: Darcy Burger
Music video by Moacyr Luz & Samba do Trabalhador performing Saudades Da Guanabara (Ao Vivo). © 2017 Universal Music International/Canal Brasil/Pirajá

Dividindo os negros para dominar suas consciências

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20 de Novembro: A Consciência de Todos
O escravismo no Brasil e o colonialismo na África usaram, como estratégia de dominação, fragmentar as populações negras, tanto por etnias e linhagens quanto por categorias sociais. “Dividir para dominar” era a regra. Que, embora verbalizada no sentido contrário, ecoou na atualidade brasileira em setembro último, quando o titular do Ministério da Educação afirmou que no Brasil “não existe povo negro”, e sim “brasileiros de pele escura”.

Ney Lopes

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A moderna classificação dos afro-brasileiros como “negros” - mesmo subdivididos em “pretos e pardos” – é uma conquista política e um avanço estatístico: a vasta terminologia antes usada dificultava o mapeamento científico do lugar ocupado pelo segmento afro no conjunto da população, em prejuízo do atendimento às suas necessidades especificas.

Nos mais de três séculos de escravismo, a presença africana no Brasil foi ampla e importante. Até que, inviabilizado o sistema, o Império o aboliu; não sem antes promulgar uma lei, em 1850, negando a ex-escravizados o direito à posse e à propriedade de terras e alargando portas à imigração de colonos vindos do exterior. Assim, com um ato abolicionista vazio, desacompanhado de medidas complementares em favor dos emancipados, reforçou-se a exclusão.




O senso comum negou essa realidade, iludido pelo argumento da mestiçagem, com o qual ainda se busca provar que no país não existe racismo e, sim, casos eventuais de preconceito. Mas a mestiçagem, conforme o saudoso Clóvis Moura, sociólogo afromestiço, é um fato biológico que não se reflete no campo politico da democratização das oportunidades.

E a desigualdade se comprova na rara presença de pessoas negras nas principais esferas de decisão, por circunstâncias quase nunca percebidas em suas razões, as quais se devem ao racismo estrutural, nascido com a nação, e em cujo contexto a posição subalterna do indivíduo negro é tida como natural, normal e até mesmo inerente às suas origens.

Em outra linha de pensamento vemos que, já no século 20, as estruturas dominantes desenvolveram ações táticas, partindo do pressuposto de que, com a imigração europeia, a miscigenação da população iria fatalmente levá-la a um “branqueamento”. Alguns cientistas e intelectuais de renome de­ram sus­ten­ta­ção a es­sa ideia que, avalizada por teses eugênicas, de “aperfeiçoamento” da espécie e higiene, ganhou status de ideologia e forma de política pública.

Na Paz de Senhor!

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Eu
Mas, ainda é cedo pro nosso Inventário...

O sambista não precisa ser membro da academia
Ao ser natural em sua poesia o povo lhe faz imortal

O sambista não precisa ser membro da academia
Ao ser natural em sua poesia o povo lhe faz imortal

E se houver tristeza que seja bonita, na paz do Senhor
Pois tristeza feia o poeta não gosta, na paz do Senhor

Um surdo marcando no som da cuíca, na paz do Senhor
A viola pergunta mais não tem resposta, na paz do Senhor

Quem rezar por mim que o faça sambando, na paz do Senhor
Porque um bom samba é forma de oração, na paz do Senhor

Um bom partideiro só chora versando, na paz do Senhor
Tomando com a mão a batida de limão, na paz do Senhor

Bom Domingo,

Na Paz do Senhor!


Saudades Eterna

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A Luta pela Democracia,

Contra a Desigualdade social,
Pela Inclusão dos mais pobres na distribuição das riquezas do País, produzidas com o Trabalho de todos,

Em defesa da Cultura popular,
Contra o fundamentalismo religioso dos Falsos Cristãos,
Pela Terra, os Sem Terras e os Índios,
Por um sistema Judiciário independente,
Por uma Educação Libertadora,
E... Pela Paz,

Ficará mais Difícil.
Mas, Não Impossível, pois você estará sempre presente!

Porque não Brigamos, 
Não autorizamos Matanças, 
Não apoiamos a Exploração Sexual das mulheres brasileiras.

Lutamos pelas nossas ideias e Ideais!

Valeu Madrinha do Samba,

Valeu Beth Carvalho!




Lula deve estar triste, mas com certeza, seguirá na Luta para provar que é Absolutamente Inocente.



Contra retrocessos, Mulheres vão às ruas no Oito de Março de 2019

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As mulheres voltam às ruas nesta sexta-feira (8) em ao menos 22 cidades brasileiras para celebrar o Dia Internacional da Mulher. Depois das manifestações do #Elenão que reverberaram por todo mundo contra o discurso do ódio e o sexismo representados pela candidatura de Jair Bolsonaro (PSL), a edição deste ano alerta para as ameaças de retrocessos com o atual governo.

A proposta de "reforma" da Previdência, o aumento da militarização, a criminalização dos movimentos sociais, a política de "entreguismo" dos recursos naturais que afeta a soberania nacional são alguns dos pontos pautados por movimentos e pela Marcha Mundial das Mulheres. As manifestações também vão protestar contra o machismo, a violência de gênero, a desigualdade, o racismo e o preconceito contra pessoas LGBTs.

O assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ), caso ainda sem solução quase um ano após o crime, será destaque na marcha que acontece em Fortaleza (CE) sob a bandeira "Somos todas Marielles".

Na cidade de São Paulo, a partir das 16h, no Masp, e em Campinas, às 16h, no Largo do Rosário, os atos têm como lema "Mulheres contra Bolsonaro! Vivas por Marielle, em Defesa da Previdência, por Democracia e Direitos". A mesma bandeira de luta ganha espaço também nas cidades de Natal, Mossoró e Parelhas, no Rio Grande do Norte.

Em Salvador (BA), Curitiba (PR), Juiz de Fora (MG) e em Brasília (DF), o destaque é a luta por vida, liberdade, justiça e direitos. O movimento em defesa do aborto legal e seguro e por uma educação não sexista e libertadora ganha voz na marcha em Porto Alegre (RS).

O recente crime da Vale, em Brumadinho (MG) é alvo no protesto de Belo Horizonte (MG) que destaca "O lucro não Vale a vida" chamando a atenção para o passivo ambiental deixado no estado pela ganância das mineradoras. Na Paraíba e em Pernambuco, as mulheres reforçam a luta contra o avanço dos interesses conservadores e neoliberais com o mote "Democracia, Reforma da Previdência e perda de direitos".

Reconhecimento e homenagens

A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) realiza no dia 11 de março, a partir da 9h30, uma sessão solene para homenagear o trabalho e a resistência de mulheres com a Medalha Theodosina Ribeiro 2019, iniciativa realizada desde 2012 pela deputada Leci Brandão (PCdoB-SP), em referência à primeira vereadora negra da Câmara Municipal de São Paulo.

Na edição desse ano, em que 18 personalidades serão premiadas, 14 delas são mulheres negras. Todas reconhecidas pelo trabalho e ações que "empoderam, impactam e influenciam decisivamente a vida de pessoas pertencentes a grupos vulneráveis da sociedade".

A presidenta e regente do Bloco Afro Ilú Obá de Min, percussionista e arte educadora, Beth Beli; a filósofa e escritora Djamila Ribeiro; a rapper, cantora e ativista da Luta Antirracista Bia Ferreira e a liderança do Movimento de Moradia Maria Helena são algumas das homenageadas.

E certamente vão festejar assim como festejamos a Vitória da Estação Primeira de Mangueira, que contou e cantou a História que a história Oficial Não Conta.




Exposição conta história do Samba no Rio de Janeiro

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“O Rio do samba: resistência e reinvenção" em cartaz no MAR até o fim do mês.

A exposição “O Rio do samba: resistência e reinvenção” está em cartaz no Museu de Arte do Rio (MAR) até o final do mês de maio, com visitação gratuita. A mostra expõe os aspectos sociais, culturais e políticos da história do samba feito no Rio de Janeiro desde o século XIX até os dias de hoje por meio de pinturas, fotografias, documentos, objetos, vídeos e instalações.


A exposição está dividida em três momentos espalhados entre os espaços de visitação do museu: “Da herança africana ao Rio negro”, “Da Praça XI às zonas de contato” e “O Samba Carioca, um patrimônio”. O espaço principal está no terceiro andar, onde está localizada uma área dedicada a investigar a história do Rio de Janeiro.

A curadoria é de Nei Lopes, Evandro Salles, Clarissa Diniz e Marcelo Campos. Na mostra, eles reuniram obras de Candido Portinari, Di Cavalcanti, Heitor dos Prazeres e outros artistas. Fotografias de Marcel Gautherot, Evandro Teixeira, Bruno Veiga e Wilton Montenegro, além de gravuras de Debret e Lasar Segall. O prato de porcelana tocado por João da Baiana e joias originais de Carmem Miranda são algumas das raridades em exibição. A mostra ainda apresenta cinco obras criadas especialmente para a ocasião.

Serviço:

O Rio do samba: resistência e reinvenção
Museu de Arte do Rio (MAR)
Praça Mauá, 5, Centro, Rio de Janeiro.
Em cartaz até 31 de maio, com entrada gratuita.
Do Brasil de Fato RJ







Tiê, Alguém me Avisou...

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Adeus Dona Ivone!

Aos 97 anos, morreu na noite desta segunda-feira (16), no Rio de Janeiro, por conta de um quadro de insuficiência cardiorrespiratória. Ela estava internada desde sexta-feira (13), data em que completou 97 anos, no Centro de Tratamento e Terapia Intensiva (CTI) da Coordenação de Emergência Regional (CER), no Leblon, na Zona Sul da cidade.

Conhecida como a “Grande Dama do Samba”, ela nasceu em família de amantes da música popular e enfrentou o preconceito por ser mulher e sambista. Seu maior sucesso é “Sonho meu”, música que estourou nas paradas de sucesso com Maria Bethânia e Gal Costa.

Dona Ivone Lara nasceu em 13 de abril de 1921, na Rua Voluntários da Pátria, em Botafogo, Zona Sul do Rio. Foi a primeira filha da união entre a costureira Emerentina Bento da Silva e José da Silva Lara. Paralelamente ao trabalho, ambos tinham intensa vida musical: ele era violonista de sete cordas e desfilava no Bloco dos Africanos; ela era ótima cantora e emprestava sua voz de soprano a ranchos carnavalescos tradicionais do Rio, como o Flor do Abacate e o Ameno Resedá – nos quais Seu José também se apresentava.

Formada em Enfermagem e Serviço Social, com especialização em Terapia Ocupacional, Ivone Lara foi uma profissional na área até se aposentar em 1977.




Se essa onda pega, Vá pegar em outro lugar...

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Em 1988, a São Clemente já avisava...

Quem avisa amigo é

Desponta na avenida "nova mente"
Mais uma vez vou cantar com altivez
Ora, tenha a santa paciência
Por que tanta violência
Nosso mundo está sofrendo
A fauna e a flora em extinção

Ainda temos esperança
De encontrar a solução
Nosso índio perde e terra
E é massacrado

Negro sofreu com a escravidão (bis)
Sonhava chegar o dia da libertação


Aconteceu há 200 anos

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Festa da Penha: germe das escolas de samba

Reunidas pelo intendente Paulo Fernandes Viana, na Intendência-Geral de Polícia, no Campo de Santana, as irmandades e demais confrarias religiosas que congregavam negros escravos e libertos foram comunicadas que a partir daquele ano, 1817, estavam proibidas as festas “de congos” e demais reuniões que aquelas entidades realizavam em toda a cidade do Rio de Janeiro, principalmente no Campo de Santana - hoje, Praça da República -, por ocasião das celebrações de seus santos padroeiros. A alegação apresentada pelo nobre foi a de que o Rei D. João VI, “para sossego público, mandou suspender estas festas que traziam transtornos para a população da Corte”. No ano anterior, elas já tinham sido proibidas devido ao luto pelo falecimento da Rainha D. Maria I. Agora, aproveitando a ocasião, ele determinava o cancelamento em definitivo dos eventos.

Informados pelas entidades de negros que tais festas eram as principais fontes de renda que obtinham para se manter e prestar auxílios aos seus membros, Paulo Fernandes Viana obteve autorização do rei para oferecer 50 mil réis em subsídios anuais em troca do seu cancelamento. As confrarias menores aceitaram, mas os irmãos de N. Sa. do Rosário somente requereram a subvenção em 1822, quando o intendente já havia falecido e o Brasil vivia a efervescência política que levaria à sua separação de Portugal.

Essas informações constam do manuscrito II-34.28.025, da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, requerimento da Irmandade de N. Sa. do Rosário e São Benedito a José Bonifácio de Andrada e Silva solicitando “receber pelos cofres públicos um subsídio anual em substituição às esmolas que arrecadavam com suas danças por ocasião das festividades de seus padroeiros". O despacho final manda pagar um único subsídio aos irmãos do Rosário e extinguir a prática.

A Corte portuguesa no Brasil

"Eh! tem jangada no mar; Eh! eh! eh! Hoje tem arrastão"...

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17 de outubro. Dia Nacional da Música Popular Brasileira.

O Dia Nacional da Música Popular Brasileira – MPB foi criado em 2012, pela ex-presidenta Dilma Rousseff. A data foi escolhida por ser o aniversário da primeira compositora popular brasileira: Chiquinha Gonzaga, nascida em 1847.

Rio de Janeiro - A primeira geração do movimento intitulado Bossa Nova contava com músicos como João Gilberto, Vinícius de Moraes e Tom Jobim. 

Já a segunda, contou com a participação Edu Lobo, Chico Buarque e Nara Leão, que depois viriam a aderir ao que até hoje conhecemos como, com canções que ultrapassam o tempo musical: A MPB.
As canções (letra e melodia) desse gênero transbordam as letras e melodias da Bossa Nova. Esse é o caso de Arrastão, de Vinícius de Moraes e Edu Lobo, inconfundivelmente interpretada por Elis Regina no primeiro Festival da Música Popular Brasileira, em 1965.


Se a Bossa Nova nasce a partir da nova batida do Samba, a MPB propôs coisas mais simples, mais popular e mais próxima da realidade brasileira naquele contexto político nacional. As letras da MPB tratavam de temas mais politizados do que os da Bossa Nova. Por exemplo, a música “Roda Viva” e “Pedro Pedreiro”, de autoria de Chico Buarque, que pode muito bem ser lida como um retrato da realidade atual. 

"Tem dias que a gente se sente; Como quem partiu ou morreu; A gente estancou de repente; Ou foi o mundo então que cresceu", diz a letra...

Não é assim que nos sentimos nestes dias tão sem cor nos arrastando não para o mar, mas, para futuro tão incerto?

É... Tem dias que a gente se sente assim mesmo... Ainda bem que temos belas canções para nos acalentar.

Abrangente, este gênero musical abraça talentos de diversas referências, como samba, samba rock, samba tradicional e soul. Entre os nomes mais conhecidos estão Elis Regina, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gal Costa, Tim Maia, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Djavan, Marisa Monte, Beth Carvalho e tantos outros.

Elis Regina canta "Arrastão", no primeiro Festival da MPB em 1965

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