Menu Principal

Mostrando postagens com marcador Pessoal - Meus Poemas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Pessoal - Meus Poemas. Mostrar todas as postagens

Quando você, me ouvir Cantar

0
Um Clássico dos Clássicos, com Anna Ratto.

*****

Faremos uma Pausa no Travessia, 

Para um merecido descanso, após um longo período de turbulência política, que não passa. A tendência é que se transforme em um Tornado,  Furacão  e Destruição das coisas construídas no longo processo de reconstrução democrática de um País chamado Brasil. Que me parece, já não é mais De Todos que exercem a diversidade como naturalidade e leveza! 

Voltaremos a caminhar juntos há qualquer momento.

Deixo vocês com algumas sugestões de leitura, e com a bela Voz de Anna Ratto. Lançamento/sugestão da Biscoito Fino.

Um abraço.

Beth Muniz.

****






Menino Jesus. Eu vi... Jesus Cristo descer à Terra...

0
Foto: Revista Bula
Num meio-dia de fim de primavera eu tive um sonho como uma fotografia: eu vi Jesus Cristo descer à Terra.

Ele veio pela encosta de um monte, mas era outra vez menino, a correr e a rolar-se pela erva. A arrancar flores para deitar fora, e a rir de modo a ouvir-se de longe. Ele tinha fugido do céu. Era nosso demais pra fingir-se de Segunda pessoa da Trindade.

Um dia que DEUS estava dormindo e o Espírito Santo andava a voar, Ele foi até a caixa dos milagres e roubou três.

Com o primeiro Ele fez com que ninguém soubesse que Ele tinha fugido; com o segundo Ele se criou
eternamente humano e menino; e com o terceiro Ele criou um Cristo eternamente na cruz e deixou-o pregado na cruz que há no céu e serve de modelo às outras. Depois Ele fugiu para o Sol e desceu pelo primeiro raio que apanhou.

Hoje Ele vive na minha aldeia, comigo. É uma criança bonita, de riso natural. Limpa o nariz com o braço direito, chapinha nas poças d'água, colhe as flores, gosta delas, esquece. Atira pedras aos burros, colhe as frutas nos pomares, e foge a chorar e a gritar dos cães.

Só porque sabe que elas não gostam, e toda gente acha graça, Ele corre atrás das raparigas que levam as bilhas na cabeça e levanta-lhes a saia. A mim, Ele me ensinou tudo. Ele me ensinou a olhar para as coisas. Ele me aponta todas as cores que há nas flores e me mostra como as pedras são engraçadas quando a gente as tem na mão e olha devagar para elas.

Damo-nos tão bem um com o outro na companhia de tudo que nunca pensamos um no outro. Vivemos juntos os dois com um acordo íntimo, como a mão direita e a esquerda. Ao anoitecer nós brincamos as cinco pedrinhas no degrau da porta de casa. Graves, como convém a um DEUS e a um poeta. Como se cada pedra fosse todo o Universo e fosse por isso um perigo muito grande deixá-la cair no chão.



Depois eu lhe conto histórias das coisas só dos homens. E Ele sorri, porque tudo é incrível. Ele ri dos reis e dos que não são reis. E tem pena de ouvir falar das guerras e dos comércios. Depois Ele adormece e eu o levo no colo para dentro da minha casa, deito-o na minha cama, despindo-o lentamente, como seguindo um ritual todo humano e todo materno até Ele estar nu. Ele dorme dentro da minha alma. 

Às vezes Ele acorda de noite, brinca com meus sonhos. Vira uns de pena pro ar, põe uns por cima dos outros, e bate palmas, sozinho, sorrindo para os meus sonhos.

Quando eu morrer, Filhinho, seja eu a criança, o mais pequeno, pega-me Tu ao colo, leva-me para dentro a Tua casa. Deita-me na tua cama. Despe o meu ser, cansado e humano. Conta-me histórias caso eu acorde para eu tornar a adormecer, e dá-me sonhos Teus para eu brincar.

*****
Fernando Pessoa, Codificado como Alberto Caiero.

Tem dias que a gente se sente... um Chico Buarque de Holanda Camões

0
Chico Buarque vence prêmio Camões de Literatura.


Escolhido por unanimidade, o cantor, compositor e escritor Chico Buarque é o novo vencedor do Prêmio Camões de Literatura, o principal de língua portuguesa, anunciou o júri na tarde desta terça-feira, 21/5, no Rio de Janeiro

O Prêmio é entregue anualmente em reconhecimento à obra completa de um autor de qualquer país de língua portuguesa, o último brasileiro a vencer o prêmio havia sido Raduan Nassar, em 2016, autor de "Lavoura Arcaica" e "Um Copo de Cólera".

Antonio Cícero, escritor e membro do júri, disse que o prêmio a Chico Buarque é um reconhecimento que vai além de sua obra literária e se estende à música. 

"Evidente que esse prêmio é um reconhecimento pela poesia dele nas letras de música, que também são literárias, não só pelos livros. São poemas. Grandes poemas. A música 'Construção', por exemplo, é um poema até raro de se fazer", afirmou.

*****
Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira pra lá

(Trecho de Roda Viva).

*****

Resta-me apenas uma coisa a fazer: Dar-te o meu amor incondicional!

0
Minha filha,

Se eu pudesse seria um anjo para te proteger
A luz a iluminar o tenho caminho

Um sonho lindo para acalentar teu sono
Seria uma canção para alegrar o teu coração

A água que mata a tua sede
O sol que te aquece e o sangue que corre em tuas veias
O ar que respiras

Ah! Se eu pudesse...
Sentiria a tua dor por ti

Ao te ver chorar, choraria em teu lugar
Daria a minha vida pela tua...

Ah! Se eu pudesse...
Mas, como não posso nada disso
e sou uma simples mortal...

Resta-me apenas uma coisa a fazer:
Dar-te o meu amor incondicional!

Sua mãe,
Neide Muniz
RJ, 06/03/2011.

*****
Ela fez a sua viagem final em 2014, e deixou-me de presente o seu Amor Incondicional.

Feliz Dia das Mães, Mãe!

Te amo.

Hoje, troquei o meu nome e o meu perfil do Twitter em homenagem a ela: https://twitter.com/NeideMuniz2014

Feliz Água-Terra-Mundo Melhor em 2018!

0
Somos Água
Somos Terra

Somos Amor
Somos Fé

Somos Humanos!

Que 2018 possa nos devolver a Paz que perdemos em 2016 e 2017.

Que 2018 chegue repleto de Vida, em todas as dimensões!

É o que desejo a todos e todas que desejam realizar uma Travessia para um Mundo melhor.

FELIZ ANO NOVO!

Vou ali...
Logo estarei de volta!


Anoiteceu... o sino gemeu...

0
A única música natalina brasileira que sobrevive à passagem do tempo é "Boas Festas", de Assis Valente, lançada em 1933.

Assis Valente ficou e ficará na história musical para sempre.

Compositor singular, deixou-nos um legado memorável como "Camisa Listrada", "Brasil Pandeiro", "Boneca de Pano", "Uva de Caminhão", "Cai, Cai, Balão", "E o Mundo Não se Acabou", "Fez Bobagem".

E ele fez de fato bobagem...

Suicidou-se em 1958, depois de duas frustradas tentativas.

A Canção "Boas Festas" é sem dúvida o seu maior legado, que mesmo sem se saber quem é o autor/compositor. É do tipo que nos faz ficar desejosos de um futuro repleto de paz e amor. É uma obra-prima, que permanece atualíssima - afinal, quantas crianças ainda existem neste Brasil para as quais Papai Noel não passa de uma figura tão distante e inatingível tanto quanto as estrelas no céu? 

Belas canções são assim, eternas como os sonhos que sonhamos, dormindo ou acordados.

Então... Anoiteceu, o sino gemeu
E a gente ficou feliz a rezar
Papai Noel, vê se você tem
A felicidade pra você me dar

Eu pensei que todo mundo
Fosse filho de Papai Noel
E assim felicidade
Eu pensei que fosse uma
Brincadeira de papel

Já faz tempo que eu pedi
Mas o meu Papai Noel não vem
Com certeza já morreu
Ou então felicidade
É brinquedo que não tem

*****
Assis Valente, 1933.

FELIZ NATAL!

"Uma parte de mim é todo mundo: outra parte é ninguém...

0
"Gullar é um dos sobrenomes de minha mãe, o nome dela é Alzira Ribeiro Goulart, e Ferreira é o sobrenome da família, eu então me chamo José Ribamar Ferreira; mas como todo mundo no Maranhão é Ribamar, eu decidi mudar meu nome e fiz isso, usei o Ferreira que é do meu pai e o Gullar que é de minha mãe, só que eu mudei a grafia porque o Gullar de minha mãe é o Goulart francês; é um nome inventado, como a vida é inventada eu inventei o meu nome”.

(Gullar, em entrevista)
******

Traduzir-se

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.

A história para crianças que Jorge Luis Borges nunca escreveu

0
Jorge Luis Borges inventou uma história infantil. Nunca a escreveu, mas a história sobreviveu ao esquecimento graças à memória de uma das crianças que há 36 anos o ouviu com atenção infantil no apartamento do escritor no centro de Buenos Aires. 

Essa criança é hoje o adulto Matías Alinovi. Estudou física e também é escritor. Por isso foi a pluma por trás do livro O Segredo de Borges, que a Pequeño Editor lançará no fim de abril, durante a Feira do Livro de Buenos Aires. 

Ilustração da história infantil ‘El Secreto de Borges’ de Diego AlterleibIlustração da história infantil ‘El Secreto de Borges’ de Diego Alterleib.

Por Federico Rivas Molina

Diante de uma bandeja de “balas importadas”, Alinovi e seus colegas da 4ª série da escola religiosa San Marón ouviram o segredo da longevidade de Borges, uma história que improvisou na hora para um auditório pouco comum a sua rotina de estrela das letras argentinas. O livro de Alinovi recupera aquele relato oral a partir do olhar de um menino de nove anos, mas é muito mais do que isso.

A primeira coisa que Borges revelou às crianças foi que antes da chegada delas tinha dois medos. “O primeiro era que fôssemos, porque não sabia sobre o que falar com as crianças da 4ª série. Mas o segundo medo, que era mais forte do que o primeiro, era que não fôssemos. Não se entendia bem o que dizia”, escreve Alinovi. A partir daí começou o feitiço.

“Vou contar a vocês como pude viver tantos anos”, disse Borges às crianças que o ouviam sentadas no chão em semicírculo, enquanto “olhava para cima, mas não via, e a cortina atrás da poltrona verde era muito branca e muito bonita por causa da luz do sol”. E o escritor revelou-lhes o segredo das tartarugas que viviam no poço de onde tirava a água que bebia na casa de sua infância, no bairro de Palermo. “Disse que ele, um dia, se pusera a pensar e percebera uma coisa: a água que havia tomado quando era criança não era água, mas água de tartaruga. E como as tartarugas viviam muito, ele tinha vivido muito”, escreve Alinovi no livro, ilustrado em tons negros e verdes por Diego Alterleib. O texto é simples e recupera os bastidores daquele encontro, com detalhes tão ricos quanto a própria história.

Cora Coralina: a mulher de “Todas as vidas”

0
POESIA

Nascida na Cidade de Goiás em 20 de agosto de 1889, Cora Coralina, só teve seu primeiro livro publicado aos 76 anos.


Da janela da Casa de Cora Coralina, visitantes veem o Rio Vermelho que corta a cidade de Goiás  - Créditos: Arquivo/ Agência Brasil

“Beco da minha terra…/ Amo tua paisagem triste, ausente e suja / Teu ar sombrio. Tua velha umidade andrajosa / Teu lodo negro, esverdeado, escorregadio / E a réstia de sol que ao meio-dia desce, fugidia, / e semeia polmes dourados no teu lixo pobre, / calçando de ouro a sandália velha, / jogada no teu monturo”.

Parte inicial do poema Becos de Goiás, estes versos publicados em 1975 integram o primeiro livro de Cora Coralina, pseudônimo de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas. 

A obra, chamada Poema dos Becos de Goiás e Estórias Mais, já indicava o estilo poético de Coralina, pautado pela vida cotidiana do interior brasileiro, principalmente de seu estado natal. 

Nascida na Cidade de Goiás em 20 de agosto de 1889, Cora Coralina, só teve seu primeiro, portanto, publicado aos 76 anos de idade. Escrevia, porém, desde os 14 anos. 

Doceira de profissão, viveu em São Paulo acompanhando o marido, o advogado Cantídio Tolentino de Figueiredo Bretas. Com a morte de Bretas, passou a vender livros. Instalada no interior do estado, na cidade de Penapólis, começou a produzir e vender linguiças. Em 1956, retorna a Goiás. 

Aos 50 anos, afirma ter passado por um processo de “perda do medo”, no qual assumiu o pseudônimo criado anos antes. 

“Mulher sertaneja, livre turbulenta, cultivadamente rude. Inserida na gleba. Mulher terra. Nos meus reservatórios secretos um vago sentido de analfabetismo”, assim se definiu a própria Cora Coralina. 



A projeção nacional veio com a segunda edição de seu primeiro livro. O poeta Carlos Drummond de Andrade, de posse de um dos volumes, escreve um texto em homenagem a Coralina no Jornal do Brasil. 

Lançamento do álbum Buena Vista Social Club completa 20 anos

0
Disco foi responsável pela fama internacional dos músicos cubanos veteranos


(Capa do primeiro disco do Buena Vista Social Club / Reprodução)

Há 20 anos o produtor musical estadunidense Ry Cooder e o músico cubano Juan de Marcos González ressuscitavam a produção dos músicos cubanos vanguardistas que tocavam no clube Buena Vista Social Club, em Havana, fechado na década de 1950.


Com o lançamento do álbum homônimo, gravado durante apenas seis dias em março de 1996 e lançado em setembro de 1997, foi formado um grupo de artistas já idosos e que, na sua maioria, haviam caído no esquecimento público.

Foram envolvidos no projeto os cantores Ibrahim Ferrer e Compay Segundo, o pianista Rubén González, o violinista Eliades Ochoa, o alaudista Barbarito Torres e a cantora Omara Portuondo. O grupo ganhou fama internacional.

Oração ao Tempo

1
Minha Mãe
És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo, tempo, tempo, tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo, tempo, tempo, tempo

Compositor de destinos
Tambor de todos os ritmos
Tempo, tempo, tempo, tempo
Entro num acordo contigo
Tempo, tempo, tempo, tempo

Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo, tempo, tempo, tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo, tempo, tempo, tempo...

*****
Estou fazendo um acordo com o Tempo.
Vou ver o mar. Os amigos. A família e o Samba de Raiz. Vou ver o meu Rio de Janeiro...
Volto antes que o mês se vá.
Até lá, espero...
Um abraço.


As coisas e as pessoas

2
Das coisas, nós usufruímos.

Variavelmente, quando elas não nos dizem mais nada, as jogamos fora, ou então as encostamos em um quanto qualquer de qualquer lugar.

Pessoas não são coisas. 

Ou, pelo menos não deveriam ser tratadas e pensadas como tal.

Há pessoas que não conseguem discernir a importâncias das coisas e das pessoas nas suas vidas. Para essas, todas as pessoas são iguais, mesmo que algumas tenham aportado por aderência em suas vidas.

E por agirem assim, sequer percebem que algumas pessoas, como consequência das escolhas que são feitas, podem representar o Êxodo

Outras... Simplesmente... a Gênese.

Beth Muniz


Estas palavras eu escrevi após a partida da minha mãe, Dona Neide, em maio de 2015.


Percursos

1
Nos percursos do mundo
e nas voltas que a vida dá
Solto as pernas vadias
e me ponho a caminhar

Não paro em qualquer lugar
Não pouso em cama desconhecida
Procuro o abrigo das folhas
pela lua protegidas

Se canso, logo descanso 
nos pensamentos que surgem
Viajo em nuvens brancas
e mergulho nos rios

E depois, com o corpo molhado
e alma acariciada
Sigo a caminhada
traçada por mim, com a ajuda do destino

E de olho na chegada
Conto os passos que faltam
Para afagar o meu bem querer
E me perder na relva dourada

Que jamais vi,

Mas, sei que lá está...

Voltei!

*****
Beth Muniz
(Direitos reservados. Não reproduzir sem autorização)

Pausa para ver a Lua

4
Olá pessoal,

A partir de hoje faremos uma pausa para um merecido descanso.

Voltaremos dia 18/9.

Um abraço e até lá!

Beth Muniz




Brecht: O Tempo de desordem

0
Aos que vierem depois de nós

Realmente, vivemos muito sombrios!
A inocência é loucura. Uma fronte sem rugas
denota insensibilidade. Aquele que ri
ainda não recebeu a terrível notícia
que está para chegar. 

Que tempos são estes, em que
é quase um delito
falar de coisas inocentes.
Pois implica silenciar tantos horrores!
Esse que cruza tranquilamente a rua
não poderá jamais ser encontrado
pelos amigos que precisam de ajuda?

É certo: ganho o meu pão ainda,
Mas acreditai-me: é pura casualidade.
Nada do que faço justifica
que eu possa comer até fartar-me.
Por enquanto as coisas me correm bem
(se a sorte me abandonar estou perdido).
E dizem-me: "Bebe, come! Alegra-te, pois tens o quê!"

Mas como posso comer e beber,
se ao faminto arrebato o que como,
se o copo de água falta ao sedento?
E todavia continuo comendo e bebendo.

Também gostaria de ser um sábio.
Os livros antigos nos falam da sabedoria:
é quedar-se afastado das lutas do mundo
e, sem temores,
deixar correr o breve tempo. Mas
evitar a violência,
retribuir o mal com o bem,
não satisfazer os desejos, antes esquecê-los
é o que chamam sabedoria.
E eu não posso fazê-lo. Realmente,
vivemos tempos sombrios.

Coisas que tenho aprendido sobre o tempo

0
A primeira coisa que eu descobri é que o tempo é igual ao joelho. 

Com sorte, você não vai se lembrar dele até os 40 anos, mais ou menos. Durante a infância e a juventude, o tempo e o joelho são indolores. Como o joelho, a gente só sente o tempo quando começa a doer.


Tenho 49 anos e nunca tinha me preocupado com a passagem do tempo antes. Quando a gente é criança ou adolescente não fica olhando para trás, né? A gente vive, simplesmente, às vezes ligado no futuro, mas totalmente desligado do passado – a não ser por traumas, raramente por nostalgia. Depois dos 40 é que o tempo passa a ser uma questão.

Dentro da gente, o tempo do tempo é outro e cada um tem o seu. Tanto é que é mais fácil enxergar que o tempo passou no outro do que na gente mesmo. Por dentro, é possível ter 20 anos para sempre ou ser sexagenário aos 17. O tempo de fora só encontra com o de dentro quando morre alguém que a gente ama.

A saudade é diretamente proporcional ao tempo: quanto mais tempo a gente vive, mais saudade a gente sente. Viver mais é superar o desafio de conviver diariamente com a ausência dos seres queridos.

Mesmo que, por dentro, o tempo só passe se a gente quiser, inevitavelmente a infância fica cada vez mais longínqua. Não temo as rugas, os cabelos brancos algum dia assumirei, mas pensar que poderei, no final dos dias, não recordar minha infância me apavora.

O tempo, ao contrário da crença geral, não faz todo mundo ficar mais sábio e sim mais verdadeiro consigo mesmo. Acho que a “sabedoria” surge justamente daí, de se dar o direito de ser o mais verdadeiro consigo mesmo possível.

Por que Deus permite que as mães vão-se embora?

0
Para sempre

Por que Deus permite 
que as mães vão-se embora? 
Mãe não tem limite, 
é tempo sem hora, 
luz que não apaga 
quando sopra o vento 
e chuva desaba, 
veludo escondido 
na pele enrugada, 
água pura, ar puro, 
puro pensamento. 
Morrer acontece 
com o que é breve e passa 
sem deixar vestígio. 
Mãe, na sua graça, 
é eternidade. 

Por que Deus se lembra 
— mistério profundo — 
de tirá-la um dia? 
Fosse eu Rei do Mundo, 
baixava uma lei: 
Mãe não morre nunca, 
mãe ficará sempre 
junto de seu filho 
e ele, velho embora, 
será pequenino 
feito grão de milho. 

Carlos Drummond de Andrade, in Lição de Coisas
*****
Desculpem-me, é o primeiro ano que passo sem a minha Deusa... Por isso não consigo escrever mais nada...
Feliz é, quem ainda pode curtir carinho de mãe.
Feliz dia com a sua!

As sete janelas de quatro dos cincos sentidos.

0
O Ser humano, Uma obra Prima.

"No paraíso de Indra crê-se que há uma rede de pérolas, dispostas de tal forma que, ao olhar uma delas, vemos refletidas nela todas as demais".

Sir Charles Eliot


Guardamos a data do nosso aniversário.

Os que se interessam por astrologia procuram saber até mesmo a hora e os minutos em que vieram a este mundo.

De fato, não nascemos no dia em que nascemos. A data do aniversário marca apenas o dia em que nos tornamos presença, um-com-os-outros, numa qualidade de relação muito diferente daquela que precedeu o nosso natal.

Antes do parto, ali estávamos, há meses, abrigados no útero materno. perdura em nós certa nostalgia daquele espaço-tempo de pura fruição e nutrição, quando se formaram os nossos órgãos, a delicada cartilagem que se tornaria o nosso esqueleto, os membros e a cabeça que, além do cérebro, guarda sete janelas de quatro dos cincos sentidos. Terra e semente regadas a ternura.

Antes que emergisse a nossa consciência, já éramos na consciência de nossos pais. Não só no projeto, mas também ato. Não só o verbo, mas também carne, em gestos e sussurros que unem corpos e espíritos, e fazem do amor sedutora liturgia, cujos signos arranham delicadamente o silêncio, reviram a morte pelo avesso e irrompem em êxtase, trazendo, na perda de si, o encontro com o outro.

Ali brotou o nosso ser.

*****
A Obra do Artista, Frei Betto.

Alma vai além de tudo que o nosso mundo ousa perceber

0
Lapidar minha procura toda trama
Lapidar o que o coração com toda inspiração
Achou de nomear gritando... alma

Recriar cada momento belo já vivido e mais,
Atravessar fronteiras do amanhecer,
E ao entardecer olhar com calma e então

Alma vai além de tudo que o nosso mundo ousa perceber
Casa cheia de coragem, vida tira a mancha que há no meu ser
Te quero ver, te quero ser

Alma!

O beijo da seca...

1
Em um ponto de ônibus, em algum lugar de Brasília,

apesar do calor, da seca e da pouca umidade no ar,

A poesia se faz presente.

São poesias que colho pelo caminho

ao caminhar...

Todos os dias.

WIDGETS QUE ABREM COM A BARRA DO FOOTER

Acompanhe o Feed

Fechar

ou receba as novidades em seu email

Digite seu email:

Entregue por FeedBurner

BARRA DO FOOTER

Blog desenvolvido por

Site Desenvolvido por Agência Charme
Bookmark and Share

Traduzir este Blog

Visitas

Assine o Feed

Curtir

Minimizar