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Pedro Casaldáliga, o bispo dos esquecidos

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Considerado revolucionário pela hierarquia do Vaticano, Casaldáliga era um missionário que encarnava ao vivo o Evangelho, como um bispo a serviço daqueles esquecidos por todos os poderes.

“Me chame apenas de Pedro”, disse Pedro Casaldáliga, bispo de São Félix do Araguaia, no Mato Grosso, a um grupo de jornalistas espanhóis que fomos visitá-lo em sua casa despojada. 

O já mítico bispo sempre considerado revolucionário pela hierarquia do Vaticano, era designado por muitos nomes, como “bispo dos pobres”, “bispo do povo”, “pai dos últimos”

Mas ele gostava de ser chamado de “bispo dos esquecidos”. Ele exibia seu amor pela poesia e gostava de escrever em verso. Em um de seus poemas, escreveu: “Eu morrerei de pé como as árvores”. 

Embora tenha passado os últimos anos em uma cadeira de rodas, a verdade é que Casaldáliga nunca se rendeu. Viveu sempre em pé, firme em suas convicções, proclamando uma Igreja pobre e dos pobres, de todos os oprimidos. Um de seus lemas, escrito em um poema, era o de “fazer do povo submisso um povo impaciente”. 

Se Casaldáliga era o bispo dos esquecidos, dos sem-nome, ele também dizia que seu coração “estava cheio de nomes”.

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