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O homem de chapéu Coco e a Pimentinha
Publicado por Beth Muniz
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Chaplin, o Bêbado, a Equilibrista e o irmão de Henfil
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- O Chapéu Coco
Triste com o falecimento de Charlie Chaplin, João Bosco compôs uma melodia em sua homenagem e chamou Aldir Blanc, seu parceiro, para colocar a letra.
Aldir, então, resolveu mesmo em plena ditadura militar (1964-1985), rimar Brasil com irmão do Henfil - o Betinho, que se encontrava exilado.
O sociólogo Betinho, ativista pelos direitos humanos, foi cruelmente perseguido pelos militares e se exilou no México. Ele era irmão do genial cartunista Henrique de Souza, o Henfil.
- O “Mano”
Henfil foi apresentado ao compositor Aldir Blanc por sua amiga, a cantora Elis Regina, no verão de 1975, iniciando assim uma longa amizade. Nas conversas, Henfil costumava encher os ouvidos do amigo com suas memórias do "mano" Betinho, exilado desde 1971.
Aldir, ao fazer a ao fazer a letra da música da música resolveu homenagear o “mano”, e rimou "Brasil" com "irmão do Henfil". Aldir afirmou que se dissesse "Betinho", ninguém reconheceria, a referência ao irmão Henfil era mais forte, visto que já era bem conhecido do público.
A do Betinho viria a se formar nos anos noventa, principalmente após a criação da "Ação da Cidadania", que décadas depois seria a base do programa de segurança alimentar do governo Lula.
Ao enviar a fita cassete para o irmão, Henfil escreveu um recado: "Mano velho, prepare-se! Agora nós temos um hino e quem tem um hino faz uma revolução!".
Dito e feito!
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- A Voz
Elis, também chamada carinhosamente de Pimentinha, chorou durante todo o tempo em que ouviu pela primeira vez a canção. “Talvez tenha antevisto a importância que teria essa música, coisa que não percebi”, revelou Henfil.
Depois de pronta, Elis chamou novamente o cartunista para lhe mostrar o resultado. “Quando acabou a música, percebi que a anistia ia sair”, revelou em depoimento registrado na biografia da cantora. A canção que pedia “à volta do irmão do Henfil” começava a mobilizar mais gente para a causa. Os comícios que inicialmente reuniam 500 pessoas, passaram a contar com 5 mil.
Em pouco tempo a canção de João Bosco e Aldir Blanc se tornaria o maior sucesso do disco “Essa mulher”, de 1979, e ganharia o apelido de “Hino da Anistia”.
O bêbado e a equilibrista foi a faixa de maior sucesso do disco Essa mulher. “De repente pode ser um empurrãozinho a mais na questão. A gente não pode perder as chances. As brechas devem de ser ocupadas...”, afirmou Elis.
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E assim, já se passaram 35 anos do lançamento da canção que se tornou o Hino Oficial da luta contra a Ditadura Militar e pelas liberdades democráticas.
Pena que os mais jovens não conheçam, e alguns mais velhos não reconheçam o esforço que aquela geração fez para que hoje se tenha o tão decantado direito à liberdade de expressão, mesmo que essa tal liberdade às vezes não passe de pura libertinagem e irresponsabilidade, especialmente nas redes sociais.
Visto que:
- Quando não há memórias, a liberdade não passa de uma mera ilusão.
3 comentários:
Pois é, ainda mantenho o LP original e bem preservado por aqui.
Tenho em outras versões de mídias também.
Abraço
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