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Cultura “quase” inútil

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Nossa Senhora das Formigas

Há mais de cinco séculos perto de Bolonha, na Itália, venera-se Nossa Senhora das Formigas, que tem um santuário em cima de um monte chamado “Monte das Formigas”. Havia um quadro em que a Virgem aparecia com formigas pintadas nos pés, que foi destruído durante bombardeios, durante a II Guerra Mundial. Em 1956 o santuário foi reconstruído, e todos os anos, no dia 8 de setembro, o local se enche de peregrinos que vão lá ver as formigas que, segundo se afirma, sobem ao santuário.


Florianópolis 

Chamava-se Desterro, forma resumida de seu nome original, Nossa Senhora do Desterro. Era uma cidade conservadora, e teve lá em 1893 e 94 um movimento monarquista, contra a República. Era uma coisa reacionária, claro. Floriano Peixoto, presidente da República, reprimiu pra valer. Os repressores lotaram as prisões da cidade, estupraram, queimaram, depredaram, e fuzilaram ou enforcaram um monte de gente. Os números sobre os executados variam, chegando, conforme a fonte, a 185. Em seguida, o então governador Hercílio Luz mudou o nome da cidade para Florianópolis. Desterro era realmente um nome pouco atrativo, mas homenagear um sujeito que promoveu um massacre, dando seu nome à cidade dos massacrados é uma piada de muito mau gosto, mesmo que os assassinados sejam bem reacionários. Então, viva o apelido Floripa, que parece mais homenagem a qualquer flor do que ao marechal!

Menino e menina

Rainer Maria Rilke (1875-1926), considerado o maior poeta lírico da Alemanha nos tempos modernos, era tratado como menina, pela mãe, até os 6 anos de idade. Ele usava vestidos e era chamado de Sofia. Uma irmã que nasceu antes dele teve morte prematura e sua mãe o imaginava como um substituto dela. Para que não ficasse afeminado, seu pai o colocou numa academia militar quando ele tinha onze anos.

Ele e ela

Luiz de Camões estava na Índia e em 1557 ou 58 foi para Macau, onde prestou serviço ao reino português e se apaixonou por um chinesa que se tornou sua companheira. Foi obrigado a retornar a Goa e o navio em que viajava naufragou em frente ao golfo de Tonquim. Ele alcançou a nado o rio Mekong, conseguindo salvar os manuscritos de “Os Lusíadas”. Há relatos não confirmados de que Camões viu a mulher amada sendo arrastada pelas águas para um lado e a arca com o manuscrito do livro para outro. Tinha que optar por salvar só a mulher ou só o livro. Optou pelo livro, para azar dela e sorte da literatura portuguesa.

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Mouzar Benedito
Jornalista, nasceu em Nova Resende (MG) em 1946. Trabalhou em vários jornais alternativos (Versus, Pasquim, Em Tempo, Movimento, Jornal dos Bairros – MG, Brasil Mulher). Atualmente colabora com o Boi Tempo.

1 Comentário:

Pois é! Eu até vi um documentário na TV Histpre sobre o assunto.
Legal mesmo, serei um espectador de olho nessa santa, Nossa Senhora das Formigas e se pintarpor aqui seguirei seus passos.
Abraço

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