Menu Principal

Mostrando postagens com marcador Censura. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Censura. Mostrar todas as postagens

Abin vai botar a mão na sua carteira de motorista

0
AEN - MG

A agência pediu ao Serpro, a estatal de processamento de dados, que extraísse dados como nomes, filiação, endereço, documentos pessoais, fotos e dados do veículo de todos os motoristas habilitados do país - se você tem CNH, certamente está na lista.

O pedido, que vai custar pouco mais de R$ 330 mil, era para que o Serpro extraísse os dados e entregasse à agência uma base organizada e atualizada mensalmente. Ele foi feito no final de abril, mas encontramos indícios de que ele vinha sendo articulado desde pelo menos novembro do ano passado, quando houve uma reunião entre funcionários do Serpro responsáveis pelo projeto e dirigentes da Abin. Entre eles, está Rolando Alexandre de Souza, então secretário de Planejamento da agência, e hoje nomeado diretor da Polícia Federal por Jair Bolsonaro.

É comum que o Serpro tenha contratos de processamento de dados com órgãos públicos – mas não com a agência de espionagem. O que esse pedido significa em um contexto em que Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, responsável pela agência, fala em “consequências imprevisíveis” para a democracia brasileira? E num cenário de pandemia e agitação social, em que órgãos de estado estão aparelhados e politizados? O que a Abin vai fazer com um catálogo tão massivo de brasileiros, do qual você faz parte mesmo sem saber?

O esquema de vigilância massiva da Abin, revelado pela primeira vez agora no Intercept, deixa uma série de perguntas abertas. E ninguém sabe responder: a comissão mista do Congresso, que deveria fiscalizar a agência de espionagem, não se reúne desde outubro passado e foi avisada sobre o pedido da Abin por nós. 

Às vésperas de mais um protesto, num contexto de caça às bruxas e perseguição aos inimigos, uma agência estatal, responsável por municiar o presidente da República com informações estratégicas, está se transformando em um instrumento particular de vigilância sobre todos nós. 

É coisa de ditadura.

*****
Do Intercept

Com um cheirinho de Alecrim e apesar dele, tudo Vai Passar!

0
Chico, Marieta Severo e Vinícius de Moraes
A canção Apesar de Você’, presente nos ‘panelaços’ contra Bolsonaro, completa 50 anos.

Panelaços e “barulhaços” contra Jair Bolsonaro tornaram-se frequentes nas últimas semanas, mas em algumas janelas o som que se ouviu foi de uma antiga canção, que vai completar 50 anos. Apesar de Você é a única composição que Chico Buarque assume como sendo verdadeiramente “de protesto”. Foi feita após o retorno dele ao Brasil, em 1970, depois de 14 meses morando na Itália.

A volta ocorreu na manhã de 20 de março, no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, quando Chico e a atriz Marieta Severo desembarcaram com a primeira filha, Silvia, de 11 meses, nos braços. “Volte fazendo barulho”, recomendou Vinícius de Moraes a um ainda receoso Chico, que havia deixado o Brasil pouco depois da edição do AI-5, em 13 de dezembro de 1968.

Barulho não faltou no Galeão. Estava lá a turma do MPB4, entre outros. A atriz Betty Faria levou uma bandeira do Fluminense – time de Chico – e o flautista Altamiro Carrilho e seu grupo tocaram A Banda, primeiro sucesso do compositor, de 1966.

Com o AI-5, a vigilância sobre os artistas ficaria ainda maior. Caetano Veloso e Gilberto Gil chegaram a ser presos, e se exilaram na Inglaterra. Geraldo Vandré fugiu e passou mais de quatro anos entre o Chile e a França. Chico não foi preso, “apenas” interrogado. E depois aconselhado a permanecer algum tempo fora do Brasil.

Para surpresa geral, Apesar de Você foi liberada pela censura. Com o sucesso da música, a ditadura vetou e recolheu os discos.

Mesmo voltando, Chico percebe que a situação do país não melhorou em nada. Pelo contrário: o governo Médici representa o auge da repressão. Ao mesmo tempo, há certa “euforia” com o chamado milagre econômico, porque a economia crescia – para a minoria.

A cabeça do compositor foi montando os versos de sua única canção assumidamente “de protesto”, embora sempre alguém identifique mensagens veladas em outras canções. Já no final do ano, Apesar de Você foi enviada para apreciação da censura, como era obrigatório, e aí veio a surpresa: liberada. A gravadora soltou um compacto que tinha Desalento do outro lado.

Foi um sucesso. Em pouco tempo, 100 mil cópias foram vendidas. Até que alguém se deu conta: Apesar de Você foi proibida e os discos, recolhidos. Só voltaria a ser gravada, e tocada, em 1978, na onda dos movimentos por anistia e pela volta da democracia.

Segundo Chico, o “você” não se refere especificamente ao ditador de plantão, no caso Médici, mas ao poder, ao chamado “sistema”. Tocada nas janelas, agora com o país sob o governo Bolsonaro, a música parece ter sido feita outro dia.

Cravos na janela

O dia 25 remete a uma data histórica importante, da Revolução dos Cravos, em Portugal. Chico deveria estar em Lisboa para receber o Prêmio Camões de literatura, mas a pandemia do novo coronavírus cancelou evento e viagem. Por isso, ele gravou uma mensagem de saudação aos amigos portugueses e pediu também pelos brasileiros.

“Este ano eu pretendia estar na festa, porque os organizadores da entrega do Prêmio Camões me deram a honra de marcar a cerimônia para esta data. (…) Mas esta tarde, deixarei na janela cravos vermelhos e cantarei, alto e bom som, Grândola, Vila Morena, de Zeca Afonso”, disse Chico em vídeo nas redes sociais, citando a música símbolo do movimento de 1974.

“Se possível, peço ainda a vocês que guardem o pensamento para seus irmãos brasileiros, que estão mais do que nunca necessitados de um cheirinho de alecrim”, acrescentou o compositor, fazendo referência à canção Tanto Mar, que ele compôs nos anos 1970.
*****

A peste

0
A Série Trágica, da tragédia da Aldeia Global e do eterno subdesenvolvimento não macunaínico.

O governo ia tão mal, mas tão mal, que deram graças a Deus (nesse país há muito tempo que só existia um deus, o Deus) quando apareceu um vírus...

O governo ia tão mal, mas tão mal, que deram graças a Deus (nesse país há muito tempo que só existia um deus, o Deus) quando apareceu um vírus, que diziam ser letal. Oravam todos os dias para que a população fosse contaminada. Mas não só a população permaneceu ilesa, como o vírus não era tão letal.

Pelo menos havia o vírus, e o governo se valeu disso! A notícia ganhou tanto destaque no país e provocou tanto medo e pânico que, diante da morte iminente, a população não se preocupou mais com o preço da gasolina, a venda das estatais (as últimas), a reforma da Previdência, o sucateamento das universidades públicas, os crimes de milicianos… 

Quanto ao governo, ele só se preocupou quando soube que o vírus era um hermafrodita, naquele país não se admitiam aberrações desse tipo.



*****
por Dirce Waltrick do Amarante,
(Em quarentena).

*****
Texto original em Jornalistas Livres


Se for, Vá em Paz!

0
Bacurau e A vida invisível de Eurídice Gusmão'Filmes brasileiros ganham prêmios inéditos no Festival de Cannes.

Bacurau foi vencedor no Prêmio do Juri, enquanto A vida invisível de Eurídice Gusmão também foi premiado no evento francês.

*****
Bacurau é uma cidade no sertão pernambucano, que resiste contra a chegada de agentes estrangeiros, apoiados por um político e por dois entreguistas do Sudeste

O filme brasileiro Bacurau venceu o Prêmio do Júri no Festival de Cannes, no último sábado (25/5), em empate com o drama francês Les Misérables (Os Miseráveis).  É a primeira vez que uma produção brasileira ganha a categoria, considerada a terceira mais importante do evento francês.

Dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, o filme é uma sátira violenta que fala de um Brasil dividido e armado, em uma cidade no sertão pernambucano, que resiste contra a chegada de agentes estrangeiros, apoiados por um político e por dois entreguistas do Sudeste.

“É um filme sobre o Nordeste, um filme sobre o Brasil, é um filme sobre educação, sobre história e estou muito feliz que esse filme nasceu aqui no Festival de Cannes e agora está começando a correr o mundo”, afirmou Kleber ao portal G1. “Vamos cuidar mais uns dos outros e respeitar a cultura, a educação, a ciência e o conhecimento”, acrescentou Dornelles.

Ao Estado de S.Paulo, Kleber falou sobre a representação dessa vitória, em meio aos desmontes do governo Bolsonaro sobre a cultura. “Estamos vivendo um momento desmonte no Brasil e esse filme acabou abrindo uma boa conversa internacional. Tenho muito interesse em saber como (os brasileiros) vão reagir a ele. O filme, aqui, ganhou a imagem de objeto de resistência”, disse.

Com Sônia Braga no elenco,  Kleber Mendonça volta a concorrer à Palma de Ouro no Festival de Cannes, na França, depois de Aquarius (2016), quando ficou marcado pela manifestação anti-impeachment da ex-presidenta Dilma, no tapete vermelho francês.

A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), enviou uma mensagem de parabenização aos integrantes do filme e disse estar orgulhosa pela representação nordestina. “Pro Rio Grande do Norte o orgulho vem em dobro por ter sido palco local dessa história tão  bonita que retrata a resistência do povo nordestino, uma vez que foi filmado aqui, na comunidade da Barra, em Parelhas, fronteira com o Seridó paraibano.”

Na sexta-feira (24/5), outro filme brasileiro também foi premiado em Cannes: A vida invisível de Eurídice Gusmão, dirigido por Karim Aïnouz, foi o vencedor da mostra Um Certo Olhar. A produção deu ao país seu primeiro prêmio principal da competição paralela do evento.

O longa é uma adaptação do romance homônimo de Martha Batalha, onde duas irmãs são separadas uma da outra no Rio de Janeiro, da década de 1950. Mãe solteira, uma é expulsa de casa e vai parar na rua. A outra se casa, mas sacrifica suas aspirações para assumir o papel de dona de casa.




*****
Do site RBA)))

Quando a mulher se torna consciente do abuso sofrido?

0
Ela (a vítima) vem com uma contaminação social e cultural, e fica achando que pode não ter sido estupro. 

É muito comum’, diz médico Gustavo Maximiliano, ginecologista e sexólogo do hospital.

A discussão sobre a denúncia de estupro envolvendo o jogador Neymar vai além do julgamento das redes sociais, intimidades expostas e demais jogos de interesses - o caso segue em segredo de justiça e envolve apuração de provas contra a denunciante, enviadas pelo atleta para a Polícia.

O debate encontra casos extremamente comuns, mas pouco abordados na prática em relação aos relatos de violência: a vítima de estupro tem imediata ciência de que foi abusada?

É preciso entender primeiramente o que, na lei, é entendido como um estupro. De acordo com o artigo 213 do Código Penal, estupro consiste em “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal, ou a praticar, ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”.

O primeiro atendimento consiste na prevenção e acolhimento. No Hospital Pérola Byington, referência em saúde da mulher no Brasil e que recebe a maior parte dos casos de violência de São Paulo, o contato inicial foca na prevenção à doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e à gravidez indesejada. Já nos primeiros momentos, no entanto, é possível perceber a alta culpabilização da mulher em relação ao ocorrido.

“Ela vem com uma contaminação social e cultural, e fica achando que pode não ter sido estupro. É muito comum”, diz Gustavo Maximiliano, ginecologista e sexólogo do hospital.

“Muitas pessoas também ficam em dúvida em relação à lei, que mudou há 10 anos. Antes, se não houvesse penetração vaginal, não era considerado estupro. Muitas mulheres não sabem”, acrescenta o médico.

O cenário dos casos de estupro no Brasil – que já carrega a cifra alarmante de uma mulher estuprada a cada minuto, segundo o Atlas da Violência de 2018 - pode ser ainda pior. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), somente cerca de 10% dos crimes são notificados. Para Gustavo, que atua no hospital há 10 anos, não há tempo estrito para uma mulher descobrir que foi abusada.

“Tem mulheres que não têm consciência do que aconteceu”.

Manifesto em favor do arco-íris

1
Por isto, defendamos o arco-íris. O nosso Brasil arco-íris e de tudo quanto é cor. E fica declarado que daqui por diante o 5 de outubro será o dia do arco-íris.

****
5 de outubro de 2016: o governo anuncia que quer tirar o Brasil do vermelho.

Não é bem assim. Porque este governo está transformando o Brasil num cheque sem fundo para os brasileiros, mas especial e sem limite para as multinacionais, as petroleiras, as financeiras.

Na verdade o que o governo quer é expulsar o vermelho do Brasil.

Não vai dar certo.

Pra começo de conversa, o governo teria de aprovar uma PEC reformando o arco-íris. 

Ou proibindo de vez que o arco-íris apareça no Brasil. Mas aí ele teria de proibir também o nascente e o poente. E o planeta Marte.

O vermelho está em toda parte. 

Está na camiseta do Internacional, do América, do Bangu, do Flamengo, do Remo, do São Paulo e de muitos outros times brasileiros. Não que os outros times não tenham direito a outras cores. Claro que têm. Porque o Brasil ainda é, apesar do novo governo, o Brasil de todas as cores. O Brasil do arco-íris, até do ultra-violeta e do infra-vermelho, do branco e do negro, tudo misturado.

O vermelho está em doze das bandeiras dos estados brasileiros. Até na do estado de São Paulo! E a do Espírito Santo tem uma faixa cor-de-rosa.

A energia para continuar a lutar

0
Aquarius.

Apesar do revanchismo político com gosto de vingança infantil, Aquarius já pode prescindir da benção de um Oscar. Ganhou prêmios nos festivais de Amsterdã, no Transatlantyk, da Polônia, em Lima, no Peru e em Sidney, na Austrália. Fez furor na Europa e esta semana está sendo mostrado no Festival de Cinema de Toronto – isto, por enquanto.

*****
Quando um evento gera imensa expectativa antes de se concretizar, é frequente a decepção quando ele acontece. O objeto da espera invade a imaginação dos que aguardam  e inflaciona, na fantasia, a versão do acontecimento. Perde-se a dimensão do real. A data da partida, o dia da chegada, a noite da grande festa, do encontro decisivo. Da estreia de um filme muito badalado.

Não é o caso de Aquarius, cujo autor, de 48 anos, é um dos mais competentes cineastas brasileiros da sua geração, o pernambucano Kléber Mendonça Filho, de Recife, de formação jornalística. Aquarius não desaponta. Pelo contrário. Eletriza milhares de espectadores e é consagrado, durante e no final das sessões dos cinemas onde é exibido, como ocorreu no último fim de semana.

Depois de quatro meses aguardando para estrear no Brasil, desde o histórico fora-temer da sua equipe, nas escadarias do Festival de Cinema de Cannes, em maio passado, o filme protagonizado por Sonia Braga atinge uma marca rara de bilheteria - duzentos mil espectadores nos seus dez primeiros dias; sessões lotadas, calorosos aplausos e gritos de protesto das plateias contra o mordomo e o golpe de estado.


Aquarius se firma além da sua dimensão estritamente cinematográfica, que é admirável, e se torna um filme/ícone. É o totem da resistência permanente dos brasileiros contra o esbulho dos meliantes usurpadores do governo e da energia da qual precisamos para botá-los para fora.

Neste começo de carreira a sua trajetória é notável embora acabe de ter sido golpeado pelo governo através de uma comissão, sem representatividade e sem ética (um dos membros é daquela crítica mal cheirosa do não-vi-e-não-gostei de certos filmes), que tradicionalmente aponta as produções brasileiras a serem escolhidos por Hollywood como candidatas ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

Apesar do revanchismo político com gosto de vingança infantil, Aquarius já pode prescindir da benção de um Oscar. Ganhou prêmios nos festivais de Amsterdã, no Transatlantyk, da Polônia, em Lima, no Peru e em Sidney, na Austrália. Fez furor na Europa e esta semana está sendo mostrado no Festival de Cinema de Toronto – isto, por enquanto.

Agora, falando sério...

2
Jô Soares e a lista Negra da Rede Globo

No dia 30 de abril de 1988, quando deixava a Rede Globo para estrear um programa de entrevistas no SBT, o humorista Jô Soares publicou no Jornal do Brasil o artigo: Agora, falando sério. Assista aqui.

*****

"Em 1947, os grandes produtores de Hollywood se reuniram no hotel Waldorf-Astoria, em Nova Iorque, e resolveram que artistas com tendências políticas em desacordo com seu ideário não trabalhariam mais em filmes. Surgia a "LISTA NEGRA" e a conseqüente caça às bruxas. Em pouco tempo, não somente radicais ou liberais eram perseguidos. Qualquer artista que desagradasse aos chefes de estúdio era listado e não conseguia mais trabalho.

Com um impecável senso de oportunidade, a TV Globo escolheu exatamente o momento da Constituinte no Brasil para inaugurar sua "LISTA NEGRA". Quem sair da emissora, sem ter sido mandado embora, corre o risco de não poder mais trabalhar em comerciais, sob a ameaça de que estes não serão lá veiculados. Como a rede detém quase que o monopólio do mercado, os anunciantes não ousam nem pensar em artistas que possam desagradá-la.

Neste ponto, alguém pode achar que eu estou falando por interesse pessoal. Garanto que não. Não falo pelo fato de os meus comerciais não poderem ser exibidos, nem pelo fato mais recente, das chamadas pagas do meu novo espetáculo no Scala 2 “O Gordo ao vivo!” terem sido proibidas. Sou um artista muito bem remunerado e meus espetáculos têm outros meios de divulgação. 

Liberdade de expressão: A suprema ironia

0
Imagine se o presidente da Suprema Corte dos Estados Unidos viesse ao Brasil convidado a participar de um seminário sobre constitucionalismo na Faculdade de Direito, em uma de nossas mais conceituadas universidades privadas, e um jornalista de um prestigiado jornal estadunidense, ao tentar localizar a sala onde o ministro estava, fosse preso, algemado, ficasse incomunicável durante cerca de cinco horas e fosse acusado de “invasão de propriedade privada”. O que diriam sobre a liberdade de expressão e a liberdade da imprensa no Brasil? 

*****
A Ironia da Liberdade de Expressão – Estado Regulação e Diversidade na Esfera Pública: este é o título de um importante livro escrito pelo professor (hoje, “Emeritus”) da Yale Law School, Owen M. Fiss, onde se constrói o argumento sobre o papel fundamental do Estado como garantidor da liberdade de expressão (Renovar, 2005).

O que diria o professor Fiss sobre a prisão da jornalista Cláudia Trevisan, nas dependências da sua Yale Law School, quando, a serviço do jornal O Estado de S.Paulo, procurava localizar a sala onde se realizava o seminário “Constitucionalismo Global 2013” do qual participava o presidente do Supremo Tribunal Federal brasileiro, Joaquim Barbosa.

Lei de Requião pode melhorar o jornalismo

5
“Sem obrigação de prestar contas pelo que divulgam, os meios de comunicação atiram primeiro para perguntar depois".

(Paulo Moreira Leite)

Aprovado por unanimidade no Senado, o projeto de Roberto Requião, que garante o direito de resposta no prazo de até 7 dias, vai ajudar a melhorar o jornalismo e os jornalistas brasileiros.

Vamos combinar que se vive hoje num universo de impunidade e tiro livre em direção a honra de qualquer cidadão, em especial homens públicos que são antipatizados e mesmo perseguidos pelos meios de comunicação.

Sem nenhum controle legal, nenhuma obrigação de prestar contas por aquilo que divulgam, os meios de comunicação atiram primeiro para perguntar depois. Às vezes, nem perguntam. Ou perguntam e ignoram explicações que não lhes convém.

Isso acontece porque, em nome de um direito indispensável, a liberdade de expressão, criou-se um ambiente de impunidade absoluta. Uma imprensa que adora falar em pizza quando se trata dos crimes dos outros, conta com a lentidão da justiça para jamais se dar ao trabalho de conferir aquilo que vai publicar. Se há muitas reclamações que não tem cabimento e apenas refletem uma dificuldade histórica de autoridades em conviver com a liberdade de imprensa, o oposto também é verdadeiro.

Não acho que erros e desvios acontecem porque os cursos de jornalismo são piores que a média de nossos cursos universitários. Não é um problema de formação profissional mas um problema de força política.

Com um poder institucional imenso, os meios de comunicação foram capazes de derrubar qualquer defesa da sociedade contra seus erros, desvios e abusos. Acabaram com uma lei de imprensa que, mesmo elaborada no período da ditadura militar, trazia garantias, ainda que mínimas, para o cidadão defender-se de uma mentira.

Naquele tempo, não custa lembrar, era a ditadura que temia a imprensa. Hoje, é a própria sociedade que muitas vezes tem motivos para tentar se defender dela. Ninguém é proibido de publicar nada. Mas, caso fique comprovado – em 7 dias – que se publicou uma mentira, será possível fazer a correção. Eu acho ótimo.

A explicação do porque...

0
Desaparecem os desaparecidos.

Em março de 1976, nasceu a ditadura militar que desapareceu com milhares de argentinos.
Vinte anos depois, o general Jorge Rafael Videla explicou ao jornalista Guido Braslavsky:

-Não, não dava para fuzilar. Vamos pôr um número, vamos dizer cinco mil. A sociedade Argentina não teria apoiado os fuzilamentos: ontem dois em Buenos Aires, hoje seis em Córdoba, amanhã quatro em Rosário, e isso até cinco mil... Não, não seria possível. E dizer onde estão os restos?

... Mas, o que podíamos dizer? No mar, no ria da Prata, no Riachuelo? Chegou-se a pensar, na época, em divulgar as listas. 

... Mas depois pensamos: se são dados por mortos, em seguida virão as perguntas que não podem ser respondidas: quem matou, quando, onde e como...

******
Quer saber a fonte?

Houve Ditadura e Golpe Militar no Brasil. Afirmou a Globo

4
E foi...
Finalmente as palavras certas para noticiar fatos concretos

Ontem, pela primeira vez, e em pleno Jornal Nacional, a Rede Globo de Televisão usou as palavras certas para noticiar fatos concretos ocorridos na história recente do Brasil.

Ao noticiar as informações da Comissão Nacional da Verdade (CNV), que ela mesma tentou boicotar em diversas ocasiões, finalmente a Globo admitiu explicitamente que houve Golpe Militar e Ditadura. 

Os reacionários de direita e apaixonados pela emissora devem ter ficado irados.

*******
Quase 50 mil pessoas foram, de alguma forma, afetadas e tiveram os direitos civis violados pela repressão durante a ditadura militar. O número inclui presos, exilados, torturados, mas também familiares que perderam algum parente nas ações durante o período de 1964 a 1985, além de pessoas que sofreram algum tipo de perseguição, segundo os levantamentos realizados pela Comissão Nacional da Verdade (CNV).

Segundo o coordenador da CNV, estima-se que até o momento a comissão examinou, “por baixo”, cerca de 30 milhões de páginas de documentos e que fez centenas de entrevistas com pessoas envolvidas no processo. O trabalho de levantamento e pesquisa deve continuar até o final de 2013, quando então a comissão deverá ter o esqueleto do relatório final em mãos.

“O relatório tem que estar nas mãos da presidenta da República até dia 16 de maio. Em princípio, acordamos entre nós que até dezembro a grande minuta do relatório tem que estar pronta”, afirmou o coordenador.

Recentemente, a Comissão Nacional da Verdade recebeu da Petrobras mais de 400 rolos de microfilmes, além de microfichas e documentos textuais. O material, de acordo com a CNV, ajudará a entender como o regime militar monitorava os trabalhadores da empresa, e como financiava outras ações a mando dos militares.

E agora Estadão [O Estado de São Paulo]? Como fica a sua Ditabranda?

Afinal, quem são os “30 Berlusconis” da imprensa?

1
Com a palavra: Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

O relatório da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) sobre o Brasil, divulgado no mês passado, tem o sugestivo título de O país dos 30 Berlusconis. Além de uma alusão ao barão da mídia italiana, o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, o documento contém fortes referências entre a relação de poder e mídia nas mãos de “coronéis”.

“A forma da propriedade da mídia no Brasil afeta diretamente o livre fluxo de notícias e informações, e impede o pluralismo”, destaca o relatório, que tem entre suas fontes o jornalista Eugênio Bucci – idealizador da expressão “30 Berlusconis”.

A ONG, que tem sede na França, destaca que, no campo dos meios de comunicação, pouco mudou desde o fim da ditadura. “Concentrações de propriedade, em nível nacional e regional, e assédio e censura em nível local, são características de um sistema que nunca foi realmente questionado desde o fim da ditadura militar”, destaca o relatório da RSF. E completa: “Os generais se foram, mas os coronéis permanecem”.

Em entrevista ao site do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio, o responsável pelo escritório das Américas da organização Repórteres Sem Fronteiras, o jornalista Benoît Hervieu, autor do relatório, lembra que, nestes casos, não se deve fazer confusão entre os grandes veículos de comunicação do Brasil e os veículos regionais, que estão nas mãos de coronéis.

Zé de Abreu: fui desconvidado para não ser muito fotografado

3
Zé de Abreu: "Ódio do Civita ao povo não tem limites"

“Ator José de Abreu diz ter sido "desconvidado" para um camarote no Sambódromo do Rio de Janeiro e reclama que fotos suas foram vetadas na revista Contigo!. "O motivo? Você está batendo demais no patrão", escreveu em sua conta no Twitter, referindo-se ao dono do Grupo Abril, Roberto Civita, que publica a revista. "Fui censurado por Médici, Geisel, Figueiredo e Civita, os grandes ditadores do Brasil", lamentou o ator

’Desconvidado' para um camarote na Marquês de Sapucaí e com fotos vetadas na revista Contigo!, o ator José de Abreu disparou contra o dono do Grupo Abril, Roberto Civita, em sua conta no Twitter. "Fui gentilmente 'desconvidado' para ir a um camarote (não iria mesmo, tenho vários outros para ir) por não poder ser 'muito' fotografado", escreveu o ator.

"A Contigo precisa mais de mim que eu deles. Tenho grandes amigos lá, devem estar envergonhadíssimos! Pra mim pouco importa sair na Contigo. Nada é mais importante em termos de mídia que novela das 8. Denuncio o ridículo da censura. O ódio de Civita ao povo brasileiro não tem limites. Proibiu agora fotos minhas na revista Contigo!", seguiu, em uma série de tuítes.

O ator creditou o "desconvite" ao fato de ele criticar politicamente a Abril. "O motivo? Você está batendo demais no patrão. Tô me sentindo a bala que matou Kennedy, rsrs. Civita, o golpista, sentiu o golpe... Ainda vão me transformar em herói nacional. Ser censurado pelo capo-famiglia Civita é um dos maiores prêmios da minha vida. Fui censurado por Médici, Geisel, Figueiredo e Civita, os grandes ditadores do Brasil", escreveu.

Recebendo a solidariedade de colegas e amigos, José de Abreu provocou: "E o Prêmio Contigo de TV? Também vai ser censurado? Saia justa perde. Civita esqueceu de me proibir na Vejinha, deu três estrelas para (a peça) Bonifácio Bilhões e indicou como imperdível, rsrsrs. É um paspalhão".

Fonte: Brasil 247

WIDGETS QUE ABREM COM A BARRA DO FOOTER

Acompanhe o Feed

Fechar

ou receba as novidades em seu email

Digite seu email:

Entregue por FeedBurner

BARRA DO FOOTER

Blog desenvolvido por

Site Desenvolvido por Agência Charme
Bookmark and Share

Traduzir este Blog

Visitas

Assine o Feed

Curtir

Minimizar