UNB: Reitor define integrantes de comissão para apurar responsabilidades do trote.
Denúncia será apurada por professores da FAV, do Direito e por representante da Secretaria de Políticas para Mulheres.
Punir sem perder o compromisso de educar. Transformar velhas práticas em novas atitudes. A missão de quem vai investigar o trote da Agronomia será difícil. A denúncia de discriminação contra mulheres deverá ser apurada por um membro da FAV, uma representante da Secretaria de Políticas para as Mulheres e um integrante da Faculdade de Direito. O reitor indicará cada um dos integrantes.
A decisão foi tomada nesta segunda-feira, 31 de janeiro, durante reunião do reitor José Geraldo de Sousa Junior com o diretor da Faculdade de Agronomia e Veterinária (FAV), Cícero Lopes. "Quero construir uma sindicância que não fique apenas na postura convencional. Essa comissão deverá ser educadora", afirmou o reitor.
Durante o encontro, Cícero Lopes, diretor da FAV, entregou ao reitor uma moção de repúdio ao trote, considerado pelos professores de “conotação sexista”. “Eu não vou fugir da responsabilidade”, disse o professor.
Nesta segunda, em reunião do colegiado da FAV, professores e alunos discutiram o trote e as possíveis consequências da recepção, que causou o pedido de explicações da Presidência da República. “Conversamos com os alunos e, infelizmente, não podemos dizer que eles estão arrependidos. Eles tentam de toda maneira defender o indefensável”, afirma o diretor da FAV.
Cícero acredita que os alunos estão assustados com a repercussão e com o que pode acontecer. “A gente consegue perceber que há medo. O ruim é que já havíamos avisado sobre as consequências no semestre anterior”, disse.
Da Secretaria de Comunicação da UnB.
Opinião:
Imagino que o que toda sociedade brasileira e brasiliense espera, é que a UNB, que sempre se constitui como uma referência em práticas democráticas de respeito à cidadania e da dignidade da pessoa humana, inclusive nos Anos de Chumbo (Ditadura), haja com o mais absoluto rigor para apurar e punir os responsáveis desta prática intolerável, distorcida e inadmissível de dar boas vindas aos novos calouros.
Espero que com a participação da Secretaria de Políticas para Mulheres da Presidência da República, este caso seja apurado e os culpados exemplarmente punidos. Sejam homens ou mulheres. Ricos ou pobres, negros ou brancos, de Brasília, do DF ou de qualquer outro lugar do país.
Se há envolvimento, há que haver punição.