A Grécia, sob o governo do partido de esquerda Syriza, decidiu por referendo popular não pagar as dívidas, domingo, 5 de julho, e tem até meia noite de amanhã para apresentar propostas de reformas.
O Governo grego tem prazo limite até meia-noite de amanhã (9/7) em Bruxelas para apresentar as propostas detalhadas de reformas, disse hoje (8/7) a Comissão Europeia, que reiterou que domingo (12/7) será mesmo o dia decisivo.
A Alemanha, a principal credora e opressora econômica, é o melhor exemplo de um país que, no decorrer de sua história, nunca pagou sua dívida externa. Nem depois da Primeira ou da Segunda Guerra Mundiais.
É fato: Quando Hitler foi derrotado em 1945, a dívida pública da Alemanha era de 200% do seu PIB. Na década seguinte, em 1953, a conta caiu para 20% com o perdão de inúmeros credores, incluindo a própria Grécia e o Reino Unido. Do montante de dinheiro, o pagamento de 60% chegou a ser cancelado, com a renegociação do restante.
Se a Alemanha não pagou dívidas, por que a Grécia deve pagar? O perdão das dívidas é uma forma de preservar instituições democráticas e garantir o futuro da sociedade. Essa preservação inclui a própria União Europeia e o euro, a unidade monetária que permanece ameaçada depois de praticamente sete anos de crise econômica no continente, que não afeta somente os gregos, mas também espanhóis e portugueses.
Caso não seja alcançado um acordo no domingo, a Europa partirá então para o chamado “Grexit”, a saída da Grécia da zona euro, como já admitiram publicamente vários líderes europeus. Seja com for, o povo grego não venderá barato a sua permanência na zona do euro, e poderá pagar um alto preço de ficar de fora. É a Roda da Fortuna acompanhada de uma Escolha de Sofia.
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E quanto ao Brasil?
Até 2002 o país estava em posição de plena subserviência política e econômica diante do FMI. O governo Lula, em um ato de coragem fez o que os governos anteriores – inclusive os do PSDB, nunca quiseram fazer: pagou a conta. De devedor, o Brasil tornou-se credor do FMI e do Banco Mundial.
Temos problemas econômicos sim, mas não estamos de pires na mão. E os muitos Gregos e Troianos que vivem pela Europa e por aqui, sabem bem disso. Só não admitem por pura vaidade política-ideológica e ausência de patriotismo.
Deveriam aprender a lição com Zorba e o povo grego.