A inegavelmente talentosa e maior vencedora do Oscar, Meryl Streep foi soberana na condução da coletiva do júri da Berlinale. Meryl comandou como presidente, o seu primeiro júri como uma grande estrela de Hollywood, o que realmente é.
"Estou muito entusiasmada de estar aqui. Nunca fiz isso e vou ter de descobrir as exigências da função com meus colegas. Mas não deve ser difícil. Já dirijo uma casa, tenho filhos, marido. É muita gente para administrar. Sou uma boa 'listener' (escuto bastante). Mas no limite, o que vai fazer a diferença é que eles têm um voto cada, e eu tenho dois".
'Eles', os companheiros de júri eram a fotógrafa Brigitte Lacombe, a diretora Malgorzata Szumowska, a atriz Alba Rohrwacher, os atores Clive Owen e Lars Eidinger e o crítico do The Guardian, Nick James.
Meryl admitiu ter dado uma ordem a seus jurados. Na verdade, foi um pedido: “Convenci-os de que seria melhor assistirmos aos filmes com um olhar virgem. Descobri-los juntos" e sem a influências externas das mídias sociais.
A um jornalista que a provocou dizendo que não via nenhum negro na mesa, numa referência ao debate que agita Hollywood (e o Oscar), ela retrucou: "Olhem para vocês", "Eu também não vejo negros entre vocês". Era verdade, pelo menos ali, naquela plateia da coletiva.
E aproveitou outra pergunta - sobre o que conhece de cinema chinês, africano? - para marcar posição respondeu: "Vi Timbuktu (de Abderrahmane Sissako) e gostei muito. A verdade é que, a despeito de todas as diferenças, temos muito em comum. Já interpretei muitas personagens e há um traço comum, que compõe nossa humanidade. Quanto à raça, somos todos africanos. Tudo começou na África".