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O pertencimento dos serviços públicos e o acesso à informação

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Preparem-se: começou no dia de ontem mais uma greve no serviço público federal.

Da minha janela tenho ouvido atentamente os discursos das lideranças - em defesa dos serviços públicos de boa qualidade, e observado o comportamento das “bases”, que sentados em cadeiras em frente ao Ministério do Planejamento, conversam, ouvem música, lancham e falam mal do Brasil e do mundo. Alguns até bebem cerveja, escondidos em barraquinhas, nas cercanias do ministério.

Reclamam do desemprego (?), da terceirização, do auxílio alimentação, das gratificações, da jornada de trabalho, da incapacidade de pagar a dívida do cheque especial, do plano de saúde e até de Jesus Cristo.

Estão todos tranquilos...

Proclamam aos quatro ventos que há mais de dez anos se encontram sem reajuste salarial.

Não é para menos: fazer greve atualmente significa deixar de trabalhar (menos) com a garantia do ponto assinado e salário no final do mês.

Pois bem: é chegada a hora da população, a mesma que sempre é utilizada como massa de manobra para justificar interesses corporativos que permeiam os serviços públicos em todas esferas de governos, começar a usar os instrumentos garantidos pela Lei de Acesso à Informação, para de fato saber quanto ganha cada servidor público, e qual é o custo total desta conta para a população em geral.

Fui dirigente sindical por muitos anos. Não sou, e jamais fui contra greves. Sempre defendi a greve, “greve”, com o bônus (atendimento das reivindicações salariais e sociais) e o ônus (suspensão da assinatura do ponto, até o término do movimento, como forma de demonstração de autonomia frente à administração).

Sou contra sim à greve chapa branca, negociada em conchavos de bastidores de lideranças, que usam o movimento sindical para fazer política partidária em nome das massas!

O que me causa mais indignação é o fato de que ao término de cada movimento grevista, o discurso de defesa dos serviços públicos e do patrimônio nacional, sempre é enterrado na vala comum da amnésia da conveniência, e a fatura do pagamento da conta enviada para quem de fato paga as contas: os trabalhadores do setor privado.

Não por acaso,  entidade sindical que decretou a greve, é a mesma que entrou na justiça com Pedido de Liminar - conseguindo, para suspender a identificação dos servidores no Portal da Transparência..
Feito o desabafo, deixo aqui uma pergunta: a quem pertence os serviços públicos? Ou, pelo menos, a quem deve pertencer o sentimento de "pertencimento"?!

1 Comentário:

Perfeitas suas colocações. É por essas e por outras que o serviço público no Brasil tem tanta má fama.
beijos

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