O Cabaré brasileiro

Não aguentei a expectativa e assisti até o fim o processo da suposta cassação da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF). 

Digo suposta porque o clima me parecia de vitória da mensaleira do DEM/DF, que durante todo o tempo sorria como que zombando dos pobres mortais honestos deste Brasil, de gente pobre, mas trabalhadora. 

Não dá para negar: Ela tem uma cara de pau de fazer inveja às árvores mais nobres da Floresta Amazônica.

O relator do processo, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), fez uma excelente defesa do seu relatório e me comoveu com a suas palavras sábias, coerentes e mais que verdadeiras. Mas, infelizmente não encontrou eco junto aos 265 dançarinos do Cabaré que votaram contra a cassação.

A filha do ex-governador e poderoso chefão do esquema de corrupção que assolou o Distrito Federal por mais de três décadas, foi absolvida nesta terça-feira (30/8) e se livrou do processo de cassação a que respondia na Casa por quebra de decoro parlamentar.

Com 265 votos, contra 166 a favor e 20 abstenções, os parlamentares decidiram manter o mandato da deputada, que foi flagrada recebendo suposta propina do ex-secretário de Relações Institucionais do DF, Durval Barbosa, delator da Caixa de Pandora. Para que fosse cassada era preciso que houvesse no mínimo 257 votos favoráveis entre os 513 deputados.

Conclusão: Uma casa legislativa que tem 256 parlamentares indecorosos, que se escondem sob o manto do voto secreto, não tem condições morais para cassar ninguém.

Parabéns aos parlamentares que votaram pela cassação.

Aos que votaram contra, lhes digo: A história não lhes absolverão. Mais cedo ou mais tarde a fatura da postura ética e da moralidade, de uma forma ou de outra lhes será cobrada.

Tenho esperança que sim!