Gente, muita gente. E o melhor: com cara de povo.
Negros, brancos, índios, mamelucos e sararás-criolo, mulheres, crianças, estudantes, trabalhadores formais e informais, portadores de necessidades especiais e muita música, arte e cultura.
Gente dos cinco continentes. Todos misturados e embolados, por um único objetivo: Construir um mundo melhor.
Pessoas de todas as idades e credos religiosos. Uma bela demonstração de tolerância social, e de que no mundo há espaço para todos.
Na plenária final oficial, os chefes de Estado foram obrigados a mencionar as propostas dos movimentos sociais, exatamente pela força da participação popular, que reuniu + de 50 mil pessoas em passeata, no centro da cidade, e que levou + de 05 horas para cumprir o percurso Candelária-Cinelândia, parando completamente a cidade, sob frio e chuva. Foi que nós, ativistas, costumamos chamar de passeata maratona. Foi também ali, que para mim, que o bicho pegou...
O gande destaque da última assembleia foi a menção de pontos relevantes na mesa redonda, que contou com a participação de representantes da sociedade civil. Entre eles, o presidente da CUT Nacional, Artur Henrique.
Os destaques
-A menção à relevância do emprego verde em setores sustentáveis, à participação social e à importância do diálogo social para facilitar a transição, o empoderamento dos pequenos agricultores, e o fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
-O fortaleceimento das organizações regionais – como a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL) –, e criação de mecanismos nacionais para fortalecer e organizar uma nova cúpula em cinco anos, para avaliar os compromissos da Rio+20, e verificar monitorar sua implementação.
-Organização no trabalho para mudar o atual modelo, visto que, apesar do crescimento econômico verificado no Brasil, as diferenças salariais e de condições de ascensão entre gêneros e raças permanecem.
-Ampla aliança das representações dos movimentos sociais internacional, como a melhor forma de alcançar os objetivos desejados.
-O direito à Justiça Social e Ambiental, com a urgente mudança das políticas públicas e estatais, diminuição as desigualdades sociais, garantia dos direitos humanos, garantia de serviços básicos gratuitos, construção um novo paradigma de desenvolvimento.
-Defesa contra os Bens Comuns contra a Mercantilização, com destaque para o combate à biopirataria, a necessidade de garantir as áreas naturais prioritárias no mundo, o direito à cidade como forma de acessar os bens comuns, a defesa da bioconstrução e da agroecologia urbana, o acesso à cultura, à comunicação e à liberdade de expressão.
-Soberania Alimentar, com uma reforma integral que fortaleça a agricultura familiar, a autonomia dos povos, a distribuição das riquezas, o fortalecimento das cooperativas, a recuperação e valorização dos alimentos tradicionais.
-A defesa do ensino, pesquisa e extensão das universidades, voltadas aos interesses da sociedade, em especial as camadas mais pobres.
-Fim da violência e discriminação contra as mulheres, respeito às diferenças sexual e de gênero, respeito as diversidades - em todas as dimenssões, fim do preconcieto racial, contra a erradicação do trabalho infantil, além de outras questões.
Minha conclusão (inicial)
Pelas propostas apresentadas pela Cúpula dos Povos à Cúpula Oficial, dá para se ter a exata noção do tamanho da distância e da longa caminhada até a próxima, em 2017.
No dia seguinte, o Rio não amanheceu cantando, a mídia emudeceu e tudo voltou ao "normal"...
|
Eu Fui! |
Nota:
Acabada a Rio +, eu também me acabei: adquiri uma processo inflamatório nas vias aéreas superiores, com repercursão pulmonar, que ainda está em curos, porém, sob controle.
Por isto peço desculpas por não ter retornado antes.
Obrigada pela compreensão e um abraço.
Estamos de volta!!