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Meu avô teria me matado

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Meu avô teria me matado.

Esse o título do livro da jovem alemã Jeniffer Teege, filha de pai nigeriano. Nele, a jovem conta sua terrível descoberta – seu avô era Amon Goeth, o sádico comandante nazista do campo de concentração de Plaszow, perto de Cracóvia.

Todos que viram o filme A Lista de Schindler se lembram do nazista SS que, do balcao de sua casa, se divertia fazendo tiro ao alvo em homens ou mulheres judeus presos em Plaszow.

Amon Goeth fez rápida carreira no partido nacional socialista austríaco, depois da união da Austria com a Alemanha, e se formou na direção de campos de concentração e extermínio, servindo em Belzec, Sobibor e Treblinka. Sua maldade excedia a dos próprios nazistas, pelo que logo ficou conhecido como  o açougueiro de Hitler».

Muito alto, magro e de rosto longo, as fotos de Amon Goeth mostram ter muita semelhança com a neta Jennifer também alta, magra e rosto longo. Com uma diferença – o ardoroso seguidor da doutrina nazista da raça pura, que se comprazia em matar judeus impuros, era loiro. Sua neta é mulata, nascida de um caso da filha de Goeth com um nigeriano. Por isso, foi adotada, logo depois do nascimento, por um família rica de Munique.

A filha do assassino e torturador nazista, Monika Goeth, nasceu no fim da guerra e desconhecia o papel de exterminador de seu pai, condenado à forca, em 1946, pelo extermínio de dezenas de milhares de judeus. Uma parte dos judeus presos em Plaszow, foram salvos por terem sido comprados de Goeth por Schindler, para trabalharem em sua fábrica. Artifício utilizado por Schindler para livrá-los do extermínio – segundo depoimentos de sobreviventes, a esperança de vida em Plaszow era de quatro semanas no máximo e quem tivesse a infelicidade de cruzar ou ver Amon Goeth ou seus dois cachorros tinha morte garantida.

Monika tinha mais de 40 anos quando soube da enormidade dos crimes de seu pai, ao ver o filme de Spielberg, A Lista de Schindler . Uma reunião de entrevistas de Monika, foi publicada em 2002, na Alemanha, sob o título Mas devo amar meu pai, não?  Quatro anos depois, em 2006, já com outro sobrenome, Monika Hartwig participou de um documentário americano Inheritance mostrando seu encontro com Helen Jonas Rosenzweig, que foi secretária de Amon Goeth.

Jennifer Teege sabia que seu nome de origem, quando nasceu e foi adotada, era Goeth, mas nunca imaginara que Amon Goeth do filme de Spielberg, que vira em 1993, fosse seu avô. A descoberta é recente ao ter tido acesso ao livro, que até ali desconhecia, com as entrevistas de sua mãe biológica.

Certamente, se fosse naquela época, Jeniffer Teege nem teria nascido e seu pai, vivido.

*****
Rui Martins - Berna
Colabora com o Expresso, de Lisboa, Correio do Brasil, Direto da Redação e agência BrPress.

2 comentários:

Tem um ditado que diz assm "pai se encontra em qualquer esquina e que mãe é só uma". Em termos, não concordo porque a figura do pai é muito importante na mente do filho e partindo do principio, imagino só a cabeça desta mulher ao se deparar com tamanha revelação que não é das melhores, mesmo este sendo avô. Este sanguinário maldito e seus comparsas devem está sofrendo as amarguras por cada lágrima que e cada gota de sangue que derramou. e com certeza hoje ela não seria um ser vivo se o saguinário louco soubesse da sua existencia.

Já vimos tantos filmes, documentários, há pouco morreu um nazista que, nenhum pais quis aceitar o corpo para sepultar....mas essas histórias ainda me arrepiam só de imaginar. Coitada dessa filha, que fardo!

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