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Haia, Holanda.
A Palestina tornou-se no dia 1º, formalmente membro do Tribunal Penal Internacional da Organização das Nações Unidas (ONU).
O objetivo da adesão é promover o julgamento de dirigentes israelenses por crimes de guerra ou por ações ligadas à ocupação de territórios palestinos.
O tribunal, também conhecido como Corte Internacional de Justiça, é o principal órgão judiciário da ONU, com sede em Haia, na Holanda.
Uma cerimônia a portas fechadas no Palácio da Paz, sede do tribunal, marcou a adesão. O ministro dos Negócios Estrangeiros da Palestina, Ryad Al Malki, recebeu uma cópia simbólica do Estatuto de Roma, que criou o Tribunal Penal Internacional.
Integrante do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina, Saeb Erekat disse que a adesão da Palestina ao tribunal internacional é um fato histórico na luta pela justiça, paz e liberdade. "A adesão mostra o compromisso da Palestina com a justiça, com a lei internacional e com os direitos humanos", acrescentou.
Para ele, a medida "serve para lembrar à comunidade internacional suas responsabilidades de acordo com o direito internacional, para alcançar uma paz justa e duradoura e acabar com a prolongada ocupação" dos territórios palestinos.
Erekat pediu à comunidade de nações que defendam os direitos do povo palestino, incluindo o direito à autodeterminação. "Uma vez mais, peço a todas as nações de bem para que reconheçam o Estado da Palestina nas fronteiras de 1967, com Jerusalém Oriental como capital", disse.
Ismail Radwan, dirigente do movimento radical palestino Hamas, em Gaza, saudou, embora com reservas, a decisão do Tribunal Penal Internacional de ter a Palestina como membro de seu colegiado. "Pedimos ao Tribunal Penal que comece de imediato a investigar dirigentes israelenses pelos crimes cometidos contra o povo palestino."
Radwan acrescentou que o Hamas "apoia qualquer esforço palestino para descobrir as práticas e crimes da ocupação" israelense, mas manifestou preocupação com a possibilidade de se tratar de uma manobra exclusivamente política. "Estamos preocupados com a possibilidade de a adesão ao tribunal ser unicamente uma ação política destinada a exercer pressão sobre a ocupação para ganhar apoios políticos."
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Da Agência Lusa
EBC