Leonardo Boff, no twitter diante dos corruptos que voltavam pelo Golpe em nome de Deus e da família e para combater a suposta corrupção de uma mulher honrada:
Um golpe parlamentar e a volta reacionária da religião. Da família, em nome de Deus e, “contra” a corrupção
Na história há tragédias como o viu no teatro grego.
"A nossa, é uma tragédia nacional e internacional, em que um criminoso como Eduardo Cunha e sua gangue julgam uma mulher honrada".
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Ontem, o Brasil e o mundo viu a foto de dois Brasis que ao longo de décadas a elite brasileira tentou esconder.
Um, o Brasil da FIESP, da Avenida Paulista, comandado pela elite branca e reacionária, que vai às manifestações patrocinadas pela mídia golpista, pelos empresários, banqueiros, ruralistas, latifundiários, torturadores e homofóbicos. E para não ter trabalho e se divertir, leva junto suas mucamas e a criadagem – Claro que neste caso à criadagem não tem opção. Ou vai, ou perde o emprego. É o do Brasil da Casa Grande.
O outro, o Brasil dos trabalhadores urbanos e rurais. Dos sem tetos. Dos quilombolas. Dos trabalhadores domésticos. Das crianças assistidas pelo Bolsa Família e o Programa Minha Casa Minha Vida. Do Luz para Todos. Do Programa Brasil Sorridente. Do acesso às Universidades (no Brasil e no exterior), das Escolas Técnicas. Do direito de ter acessos às salas de espera dos aeroportos. Do Programa da Agricultura Familiar. Do respeito à diversidade religiosa, de gênero e sexual. Dos negros e dos que sempre foram sistematicamente excluídos do ponto de vista social e econômico pelos governos anteriores a Lula e Dilma. O Brasil da Senzala.
Ontem, a Casa Grande surtou quando percebeu que a senzala está aprendendo a ler, e que por meio da educação, está conquistando a sua libertação.
O processo de ontem não foi como pretendem vender, contra a corrupção. Se assim o fosse, a maioria dos que julgaram Dilma deveriam estar presos, começando pelo chefe da gangue: Eduardo Cunha.
Mas assim como em Palmares, a senzala não se entregará.
E eu estarei com ela.
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Foto pública - Vale do Anhangabaú, São Paulo, 17 de abril de 2016