Bom, já que temos o tema honestidade na ordem do dia, selecionei pensamentos sobre ele, mas, antes de entrar neles, cito uma fala de Rui Barbosa (antiquíssima, portanto), muito lembrada: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça; de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.
Barão de Itararé: “Deve haver honestidade entre os ladrões”.
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Barão de Itararé, de novo: “A moral dos políticos é como elevador: sobe e desce. Mas em geral enguiça por falta de energia, ou então não funciona definitivamente, deixando desesperados os infelizes que confiam nele”.
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Barão de Itararé, mais uma vez: “Negociata é um bom negócio para o qual não fomos convidados”.
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Anton Thekov: “Eles são honestos: não mentem sem necessidade”.
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Tchekov, de novo: “Todos nós sabemos o que é uma ação desonesta, mas o que é a honestidade nisso, ninguém sabe”.
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Bocage: “A quem torpe nasceu, nenhum defeito adorna”.
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Capistrano de Abreu: “O termômetro da dignidade poucos graus vai acima do zero; mas abaixo a graduação não tem fim”.
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Émile Zola: “Que patifes, as pessoas honestas”.
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Virgílio Ferreira: “A honestidade é própria das classes médias. As de baixo não a ignoram, mas não sabem para que serve. As de cima não as ignoram, mas não sabem para que ainda serve”.
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Não sei quem: “A honestidade é como um trem a seguir seu caminho levando consigo poucas pessoas a cada estação”.
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Baudelaire: “Para o comerciante, até a honestidade é uma especulação financeira”.
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Mouzar Benedito.
Jornalista, Trabalhou em vários jornais alternativos (Versus, Pasquim, Em Tempo, Movimento, Jornal dos Bairros – MG, Brasil Mulher). Estudou Geografia na USP e Jornalismo na Cásper Líbero, em São Paulo. Colabora com o Blog da Boitempo quinzenalmente, às terças.