No Brasil começou apenas o inverno, na Bolívia, o Ano Novo Aymara.
Enquanto no Brasil alguns comemoram – outros nem tanto – a chegada oficial do Inverno, no dia 20 de junho. No dia seguinte, 21, os bolivianos celebram a chegada do Ano Novo Aymara. Com rituais e bailes sagrados em reverência ao sol e à Mãe Terra a população agradece e pede boa sorte para o período que se inicia no cultivo e na colheita de alimentos. Depois de uma longa vigília, as pessoas recebem os primeiros raios de sol com os braços para o alto.
O ano é 2016, mas no calendário Aymara é o 5524. Com diversos rituais ancestrais, os povos das culturas andinas e amazônicas da Bolívia celebraram a chegada do novo ano em diferentes partes do país onde se reuniram em cerimônias para receber os primeiros raios de sol.
Com fogueiras, oferendas à Pachamama (Mãe Terra), músicas e bebidas de vários grupos tradicionais, os bolivianos esperaram em vigília a chegada do 21 de junho, a data, na simbologia andina, marca um novo ciclo de vida. Em aimara chama-se Willka Kuti.
A festa coincide com o solstício do inverno. O ponto alto é a chegada dos primeiros raios de sol da nova estação que são recebidos de braços abertos, para o alto, em reverência ao novo ciclo.
As cerimônias aconteceram em muitos lugares do país, e a maior foi em Tiahuanaco, no departamento de La Paz. Esta contou com a presença do vice-presidente Álvaro García Linera, que tradicionalmente participa das festas e ritos dos povos ancestrais.
As festividades do Ano Novo Aymara foram declaradas Patrimônio Inatingível, Histórico e Cultural em 2005. O ritual é considerado um reflexo da identidade boliviana. Em 2009 o presidente Evo Morales decretou feriado nacional.
O ano novo andino, iniciado em 21 de junho, coincide com o solstício de inverno e o novo ciclo agrícola. A festa é celebrada pelos povos indígenas da Bolívia, Chile e Peru em meio às oferendas ao sol e à Mãe Terra.
De acordo com a tradição, nestas festividades se sacrificam lhamas para oferecer o sangue do animal ao sol e à terra para pedir prosperidade nos cultivos e alimentos para todo o povo.
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Mariana Serafini, do Portal Vermelho.