Rua Dz7 |
Da UNE ao Livres, movimentos ensaiam frente ampla pela democracia “até doer”.
Em comum, concordam que a democracia está ameaçada em várias sentidos e buscam mobilização
Citando o poeta pernambucano Marcelo Mario de Melo, o jornalista Juca Kfouri pregou nesta segunda-feira (2/12), em São Paulo, que uma frente a favor da democracia deve ser “ampla, tão ampla, que precisa doer”. Porque “se não doer não vai ser ampla”.
Significa que, para mais de 30 lideranças que se reuniram no teatro FECAP, no centro da cidade, o momento é de deixar as diferenças de lado para fazer frente aos desafios à ordem democrática lançados pela extrema direita que chegou ao poder, liderada pelo atual presidente.
Protesto neste domingo por justiça aos 9 mortos em ação policial em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo.
O ato, nomeado Em Frente Pela Democracia, foi organizado pelo grupo Pacto pela Democracia. Participaram representantes de instituições e movimentos sociais de diferentes espectros ideológicos - esquerda, centro, direita ― e que atuam em frentes diferentes: combatem o racismo e o genocídio da população negra, lecionam em universidades, pregam o liberalismo econômico, estão nas trincheiras da Amazônia pelo meio ambiente e as populações indígenas, buscam a renovação da política institucional, defendem os diretos humanos de forma mais ampla. Os partidos políticos não estiveram representados como tal.
O Baile da Dz7, como outros pancadões ou fluxos que brotam nas periferias das cidades, é mais uma expressão do que acontece quando o Estado brasileiro deixa um vazio. Embora Paraisópolis seja uma das maiores favelas de São Paulo e esteja ao lado de um dos bairros mais ricos da cidade, ali não há cinema, nem espaço cultural
O Ministério Público Estadual de SP informou nesta segunda-feira (2/12) que o procurador-geral de Justiça de SP, Gianpaolo Smanio, determinou que a promotora Soraia Bicudo Simões acompanhe a investigação da ação policial.