Diário, um dos grandes mistérios do momento é: "Eu estou ou não com coronavírus?".
É que nem "Quem matou Odete Roitman?". Todo mundo quer saber.
Mas nem precisa ser detetive pra isso. É só usar a cabeça.
Primeiro: Por que eu não quero mostrar meu exame? O Trump mostrou?. Eu ia perder a chance de imitar ele? Não ia.
Segundo: Por que que eu ia falar que, por conta do meu histórico de atleta (um malvado disse que minha especialidade é "salto em distância de debate"), a gripe em mim ia ser uma "gripezinha", um "resfriadinho"? Só pra me exibir? Bom, só por isso já ia ser bom. Mas tá na cara que eu peguei o treco e não foi tão forte.
E terceiro: Por que o hospital em que eu fiz o exame se recusa a fornecer os resultados de apenas dois pacientes? Tipo eu e a Michelle?
Olha, Diário, não tem mistério nenhum. É claro que eu peguei o treco. Mas não posso falar nada. E por três motivos:
Primeiro: Iam me chamar de irresponsável porque eu fui nas manifestações do dia 15 e encostei em todo mundo.
Segundo: Iam dizer que o vírus se espalha tanto que pegou até o presidente.
E terceiro: Eu não ia parecer um super-homem, um escolhido. Alguém já ouviu dizer que Maomé espirrou, que Jesus teve hemorroida, que Moisés pegou escarlatina? Nunca, pô! Nós, os messias, não podemos passar a imagem de fracotes.
Por isso que eu vou manter a minha versão. Uma mentirinha não faz mal a ninguém. Quer dizer, mais uma, kkk!
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Por José Roberto Torero, Ontem.