A Filosofia ontem e hoje
A filosofia tem sido representada muitas vezes pela imagem de uma mulher mais ou menos séria, altiva e bonita que gera ao seu redor sentimentos desencontrados: de atração e dificuldade, de anseio e admiração, desejo e recusa.
Talvez a culpa não seja de seu porte digno, nem de sua roupa, mas sim do texto que, às vezes, leva na mão, ao que muitos tacham de incompreensível ou inútil, por não responder às suas necessidades imediatas ou ao programa de vida diário. Tudo isso responde à realidade da Filosofia Antiga, ou é uma deformação gerada pela longa viagem que sua imagem realizou no tempo?
Perguntemo-nos: gostaríamos de ser feliz, não ter carências, ser fortes na adversidade, ser livres e bons? Gostaríamos de ter uma vida plena e perfeita, viver divinamente?
Pois tudo isso e muito mais são dons da sabedoria e a Filosofia é o amor à Sabedoria.
Acabamos de descobrir a pólvora mais uma vez, sabemos o que procuramos, mas a questão é: sabemos como encontrar? Porque desejar não é difícil, o difícil é encontrar, e será tão mais difícil se não colocarmos os meios, se não formos responsáveis com nossos desejos mais íntimos. O absurdo ou paradoxo humano mais freqüente é procurar algo e caminhar na direção contrária, assim é como nos perdermos, nos sentimos longe da meta, desorientados e sós.
E ainda nos perguntamos: essa sabedora ou vida perfeita e plena, está fora de nós? É algo que podemos conseguir? Não, não é possível! O fim mais nobre da vida não pode depender das circunstâncias, tem que depender de nós mesmos. Ao não poder controlar as circunstâncias nem os outros estaríamos nas mãos de nossa namorada, marido, pais, amigos, instituições, forças da natureza... O mundo teria que ser a nossa medida, e não, não é!