O livro faz uma análise crítica da realidade daquele país no período pré e pós Revolução dos Cravos. Ufa! Fui longe... O livro chama-se Partidos com Telhados de Vidro.
Mas, porque fui me lembrar disso depois de tanto tempo?
Houve um estímulo. Um texto que recebi por e-mail, e que por analogia se pode traçar um paralelo com o momento eleitoral que estamos vivendo no Brasil, resguardada as devidas proporções, é claro.
Então, qual era o grande lema de um dos partidos que disputavam a eleição? O nosso telhado não é de vidro, portanto, somos diferentes dos demais. Podem jogar pedras à vontade.
Não é o que está acontecendo com a candidata Marina Silva, que em princípio, do ponto de vista pessoal, sempre teve um telhado seguro. Até que fez uma escolha completamente errada: o seu vice. Com as afirmações que fez, o telhado do partido da Marina, o PV, também passa a ser de vidro. Resta saber até quando o telhado vai aguentar.
Aos amigos tudo, aos inimigos a lei
"Marina Silva, a candidata a presidente do PV, anda meio atarantada. Seu vice, o empresário Guilherme Leal, foi pilhado num pecado grave para uma candidatura com pretensões ambientalistas: descobriu-se que ele está construindo uma mansão na Bahia em uma área de proteção ambiental (o que é proibido por lei), e para tanto desmatou uma área de mata nativa ilegalmente. O vice da candidata verde foi alvo de uma ação do Ibama, autarquia federal capitaneada justamente pelo Ministério d So Meio Ambiente, que foi dirigido por Marina Silva. Na última quinta-feira (15/07) a candidata partiu para o ataque contra o Ibama. Disse que a ação do órgão era “jogo da política” e a classificou como “vale tudo”.
É uma estratégia tão velha quanto a própria política que um político, pilhado em alguma ilegalidade ou malfeito, não se defenda e nem comprove sua inocência, mas antes atribua tudo à “intriga da oposição”. O que é novidade é que Marina Silva, que diz ser a alternativa do eleitor aos políticos tradicionais, venha a agir exatamente como estes. A candidata, que se propõe a ser o oposto de “isso que está aí”, vai cada vez mais ficando parecida como o “isso”, tanto nas suas práticas políticas como nas suas idéias”.