Embriagador...

O título é de uma música cantada pela Leny Andrade, de quem gosto muito, mas que pode ser aplicado perfeitamente ao blog Contos do Ckack, do amigo Ademar Maggi.

Não sei exatamente o motivo, mas quando li pela primeira vez um post do Contos, essa música me veio à cabeça. Talvez porque eu não consiga conceber a minha vida sem música.

Sem as drogas sim!

O Contos do Ckack é realmente embriagador...

Nele, Ademar nós revela toda a sua capacidade de contador de histórias e narrador, nos fazendo passear por este universo – terrível - sem que necessariamente tenhamos estado lá.

E é esse universo de completa embriaguez, delírio e luta das pessoas dependentes para se livrarem das drogas, que ele nos apresenta. Mais que isso: Nos permite refletir sobre essa disfunção que tem contribuindo para mutilar socialmente as nossas crianças e adolescente, roubando o nosso futuro. Porque não pode haver futuro sem os que o construirá: Os jovens.

O blog Contos do Crack é jovem, muito jovem. Mas, consciente do seu papel neste universo fascinante da blogosfera. Na verdade, é menino grande e um jovem adulto.

Apoio integralmente o trabalho do Contos do Crack, porque diferente de algumas pessoas, não vejo que o combate às drogas seja um problema meramente governamental. Pertence a todos nós enquanto atores e construtores da sociedade. Somos responsáveis de alguma forma, por essa epidemia que mata e arrasa jovens e adultos.

Para mim, a questão da dependência química não estabelece uma relação direta com a condição econômica menos ou mais favorecida. Se assim o fosse, não haveria uma grande incidência de dependência química nas classes sociais mais abastadas.

A verdade é que vivemos hoje uma distorção de valores morais e éticos, com uma extrema valorização do “ter” em lugar do “ser”. E como consequência, se observarmos mais atentamente tudo em nossa volta, veremos que o uso das drogas por crianças e adolescente, é uma resposta direta, mesmo que inconsciente, às práticas de banalização da vida, das relações sociais, do aumento do preconceito, da intolerância e abandono afetivo, que quase sempre tem origem no núcleo familiar.

A partir do dia 15 deste mês o Contos entrará em uma nova fase de concepção e proposta. Além dos contos/narrativas, haverá um espaço para orientação sobre as políticas públicas da área. Estou ansiosa para ver.

Para dar as boas vindas, me antecipo e digo ao amigo Ademar: Conte com o Travessia para ajudá-lo no que puder, neste maravilhoso trabalho.

Sucesso!

Um abraço.

Beth Muniz