Este post eu já havia publicado no meu blog anterior.
Hoje, com uma tremenda vontade de ouvir novamente a música, pois sou encantada pelos seus versos e melodia, resolvi compartilhar esta história que parece inacreditável, mas é verdade.
Também é claro, para fazer justiça a grande poetisa Cecília Meireles.
E então, para que não sabe, descobri que a história começou em 1973, quando o Raimundo Fagner gravou o LP (os famosos bolachões) a música até então creditada como sendo de sua autoria.
De inicio o bolachão não teve uma boa venda e não foi sucesso comercial. Sendo retirado das prateleiras das lojas pouco tempo depois.
Na sequência, veio o estouro da música Revelação, despertando a curiosidade de alguns radialistas que foram procurar as canções antigas e esquecidas do “compositor”.
Encontraram Canteiros, começaram a tocar a música, descobriram ali um grande sucesso. Mas antes de se tornar um astro nacional, Fagner já havia divulgado que a música era uma parceria sua (melodia) com a Cecília Meireles (letra), inclusive divulgando-a em seu show de 1977.
Só que...
Em 1979, Raimundo Fagner admitiu, ao ser interrogado no dia pelo Juiz Jaime Boente, na 16a. Vara Criminal (RJ), afirmou que ''sem tirar a beleza dos versos, procurou fazer uma adaptação à música'', e reconheceu o uso indevido do poema Marcha, de Cecília Meireles, na composição Canteiros.
Então...
Em 1983, um jornal de circulação nacional destacou em letras garrafais: ''Caso Fagner: filhas de Cecília Meireles ganham na Justiça''. A matéria publicada referia-se ao longo processo envolvendo as herdeiras da poetisa Cecília e o cantor Raimundo Fagner acusado de apropriação indébita e plágio de alguns versos do poema a Marcha.
Diz a letra do poema Marcha:
''Quando penso no teu rosto, fecho os olhos de saudade
Tenho visto muita coisa, menos a felicidade
Soltam-se meus dedos tristes
dos sonhos claros que invento
Nem aquilo que imagino
já me dá contentamento (...)”.
Canteiros, ficou assim:
Quando penso em você
Fecho os olhos de saudade
Tenho tido muita coisa
Menos a felicidade
Correm os meus dedos longos
Em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego
Já me dá contentamento (...)
Além deste caso, Fagner também é acusado de outros plágos, entre eles a da letra de um poema de
Patativa de Assaré, grande poeta nordestino.
Patativa de Assaré, grande poeta nordestino.
Que talento...
Triste história!
Triste história!